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Ansiedade e depressão em mães de recém-nascidos internos em unidade de terapia intensiva

RESUMO

Objetivo:

Avaliar a classificação e fatores associados à ansiedade e/ou depressão em mães de recém-nascidos internos em unidade de terapia intensiva neonatal e elaborar o processo de enfermagem após teste psicológico.

Método:

Pesquisa realizada com 91 mães de recém-nascidos internos em terapia intensiva de maternidade nordestina, por meio de formulário de caracterização e inventário de ansiedade e depressão de Beck.

Resultados:

Maioria com ansiedade grave (93,4%) e depressão moderada (50,5%). Houve significância estatística entre ansiedade com gravidez planejada (p=0,022) e via de parto vaginal (p=0,028), bem como depressão com abortamento (p=0,027) e ventilação mecânica (p=0,017).

Conclusão:

Via de parto, ocupação não remunerada, renda, adesão ao método canguru, suplementação, escolaridade, gravidez planejada, idade gestacional do nascimento e peso do neonato impactam na instabilidade emocional. O apoio social destaca-se como fator de proteção para sintomas de ansiedade e depressão.

Palavras-chave:
Ansiedade; Depressão; Gestantes; Cuidados de enfermagem; Unidade de terapia intensiva neonatal

ABSTRACT

Objective:

To evaluate the classification and factors associated with anxiety and/or depression in mothers of newborns in a neonatal intensive care unit and elaborate the nursing process after psychological testing.

Method:

A study conducted with 91 mothers of newborns in intensive care of northeastern maternity, through a Beck anxiety and depression characterization and inventory form.

Results:

Majority with severe anxiety (93.4%) and moderate depression (50.5%). There was statistical significance between anxiety with planned pregnancy (p=0.022) and vaginal delivery route (p=0.028), as well as depression with abortion (p=0.027) and mechanical ventilation (p=0.017).

Conclusion:

Route of delivery, unpaid occupation, income, kangaroo method adhering, supplementation, schooling, planned pregnancy, gestational age of birth and newborn weight impact emotional instability. Social support stands out as a protective factor for symptoms of anxiety and depression.

Keywords:
Anxiety; Depression; Pregnant women; Nursing care; Intensive care units, neonatal

RESUMEN

Objetivo:

Evaluar la clasificación y los factores asociados a la ansiedad y/o depresión en madres de recién nacidos en una unidad de cuidados intensivos neonatales y elaborar el proceso de enfermería después de las pruebas psicológicas.

Método:

Se realizó un estudio con 91 madres de recién nacidos en cuidados intensivos de maternidad nororiental, a través de un formulario de caracterización y un inventario de ansiedad y depresión de Beck.

Resultados:

La mayoría con ansiedad severa (93,4%) y depresión moderada (50,5%). Hubo significación estadística entre la ansiedad con embarazo planificado (p=0,022) y la vía de parto vaginal (p=0,028), así como la depresión con aborto (p=0,027) y la ventilación mecánica (p=0,017).

Conclusión:

La vía de parto, la ocupación no remunerada, los ingresos, la adhesión al método canguro, la suplementación, la escolarización, el embarazo planificado, la edad gestacional del nacimiento y el peso del recién nacido afectan la inestabilidad emocional. El apoyo social se destaca como factor protector de los síntomas de ansiedad y depresión.

Palabras clave:
Ansiedad; Depresión; Mujeres embarazadas; Atensión de enfermería; Unidad de cuidado intensivo neonatal

INTRODUÇÃO

Ansiedade e depressão são problemas de ordem emocional que se cruzam e cada um possui a sua peculiaridade. A ansiedade é vista como uma reação normal do corpo frente a uma zona de perigo, tornando-se um transtorno conforme a sua intensidade e frequência, podendo afetar o trabalho, o bem-estar e os seus relacionamentos pessoais. No caso da depressão, o sentimento duradouro é acompanhado pela presença constante de pensamentos negativos, culpa, medo e diminuição do prazer para atividade diária, necessitando de auxílio psicológico e psiquiátrico11. Trumello C, Candelori C, Cofini M, Cimino S, Cerniglia L, Paciello M, et al. Mothers' depression, anxiety, and mental representations after preterm birth: a study during the infant's hospitalization in a neonatal intensive care unit. Front Public Health. 2018;6:359. doi: https://doi.org/10.3389/fpubh.2018.00359
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Fatores biológicos e ambientais podem desencadear ansiedade e/ou depressão na puérpera. Nesse contexto, a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, enquanto área de assistência a recém-nascidos vulneráveis que necessitam de cuidados específicos e contínuos, pode ser um elemento desencadeador de sofrimento emocional22. Salah M, Breaka R, Alkasseh A. Prevalence of anxiety and depression among mothers of newborns admitted to neonatal intensive care units in Gaza strip. EPOA. 2018;2(1):10-14. doi: https://doi.org/10.33805/2638-8073.109
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Não obstante, o tempo de internação hospitalar oportuniza ao recém-nascido uma exposição maior aos procedimentos necessários para sobrevida, o que pode diminuir o contato com a mãe que pode se deparar com sofrimento psíquico diante da possibilidade de morbimortalidade infantil. Para tanto, 46% das mortes infantis ocorrem nos primeiros 28 dias de vida. Tendências prospectivas mostram que 60 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade morrerão entre 2017 a 2030, sendo metade delas recém-nascidos33. United Nations Children’s Fund (US). Levels e trends in child mortality. estimates developed by the UN inter-agency group for child mortality estimation. New York: UNICEF; 2017. [cited 2020 Jul 17]. Available from: https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/unicef_relatorios/child_mortality_report_unicef_2017.pdf
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. Em 2016 no Brasil, segundo relatório mais atualizado, a taxa de mortalidade neonatal foi de 14 a cada 1.000 nascidos vivos (14/1.000 NV)44. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Saúde Brasil 2019 uma análise da situação de saúde com enfoque nas doenças imunopreveníveis e na imunização. Brasília: Ministério da Saúde; 2019 [cited 2021 Jul 17]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2019_analise_situacao.pdf
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. Na Paraíba, nesse mesmo ano, o coeficiente de mortalidade neonatal foi de 8,47 por 1.000 nascidos vivos (8,47/1.000 NV)55. Araújo RF, Costa KKD, Silva FMF, Diniz CR, Alves MM. Índice de mortalidade infantil no nordeste brasileiro entre 2015 e 2017. Rev Enferm Digit Cuid Promoção Saúde. 2020;5(1):19-23. doi: http://www.doi.org/10.5935/2446-5682.20200005
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Para garantir uma cobertura de saúde e aumento da sobrevida dos recém-nascidos, os serviços de saúde necessitam oferecer estratégias adequadas para atendimento satisfatório das crianças e suas famílias após o parto66. Smith ER, Bergelson I, Constantian S, Valsangkar B, Chan GJ. Barriers and enablers of health system adoption of kangaroo mother care: a systematic review of caregiver perspectives. BMC Pediatr. 2017;17:35. doi: https://doi.org/10.1186/s12887-016-0769-5
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. Sob esta ótica, a separação da mãe-filho ocasionada pela internação da criança em unidade de terapia intensiva neonatal é uma das maiores dificuldades dos serviços de saúde, porque esta experiência pode ser traumática da mãe e exercer influência negativa no comportamento interativo mãe-filho, desencadeando problemas de ordem emocional, como ansiedade e depressão nas mães e atrasos cognitivos no recém-nascido11. Trumello C, Candelori C, Cofini M, Cimino S, Cerniglia L, Paciello M, et al. Mothers' depression, anxiety, and mental representations after preterm birth: a study during the infant's hospitalization in a neonatal intensive care unit. Front Public Health. 2018;6:359. doi: https://doi.org/10.3389/fpubh.2018.00359
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Nessa perspectiva, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) consiste em ferramenta de cuidado fornecido dentro dos serviços de saúde, de forma individualizada, humanizada e responsável, que permite identificar e intervir em problemas emocionais, como ansiedade e depressão em mães de recém-nascidos internos em unidade de terapia intensiva77. Almeida CR, Morais AC, Lima KDF, Cohim ACO. Daily routine of accompanying mothers in the neonatal intensive care unit. J Nurs UFPE on line. 2018 [cited 2020 Oct 21];12(7):1949-56. Available from: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/22640/29523
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Assim, considerando o panorama da ansiedade, depressão e internações neonatais em nível nacional e mundial, a importância da unidade de terapia intensiva para aumento da sobrevida de recém-nascidos, o impacto trazido às mães das crianças internas, e por fim, indicando a assistência de enfermagem como elemento relevante ao cuidado dos indivíduos em diversos setores, esta pesquisa possui as seguintes questões norteadoras: Mães de recém-nascidos apresentam ansiedade e/ou depressão decorrentes do processo de internação dos seus filhos em unidade de terapia intensiva? Quais os Diagnósticos de Enfermagem e possíveis intervenções voltadas às mães após aplicação de teste psicológico? Para tanto, objetivaram-se avaliar a classificação e fatores associados à ansiedade e/ou depressão em mães de recém-nascidos internos em unidade de terapia intensiva neonatal e elaborar o processo de enfermagem após teste psicológico.

MÉTODO

Estudo descritivo de corte transversal e abordagem quantitativa realizado no setor de terapia intensiva neonatal do Instituto Cândida Vargas (ICV), maternidade referência no atendimento de gestantes, puérperas e recém-nascidos de alto risco e na Iniciativa Hospital Amigo da Criança no Estado (IHAC), localizada na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil.

A população-alvo foi composta por 91 mães conforme os seguintes critérios de inclusão: mães com recém-nascido internado em unidade de terapia intensiva durante o período em que a pesquisa transcorreu, com maioridade etária, independente da paridade e escolarização. A amostra foi calculada por meio da Amostragem Aleatória Simples (AAS) para amostra finita, com população anual atendida de 230 mães com seus filhos internos na unidade de terapia intensiva na referida maternidade88. Consolidado das internações de recém-nascidos na unidade de terapia intensiva no ano de 2019. João Pessoa: Instituto Cândida Vargas; 2019.. O nível de confiança foi de 95%, com margem de erro de 5%, ou seja, α = 0,05 (z = 1,96), p=0,08 e perdas previstas de 0,2. A amostra probabilística foi calculada em 91 mães do ICV.

Para fins de elucidação do cálculo, o p é a proporção da variável-desfecho do estudo. Para proporções desconhecidas, admite-se o valor de 50%, ou seja, 0,5. Costuma-se empregar uma margem de erro entre 5% e 10%. Sobre o z, ele significa o percentil que reflete o grau de confiabilidade sobre o erro máximo. Para a área da saúde, costuma-se utilizar α = 0,05. Isso resulta em z = 1,96. A proporção (p) para o cálculo amostral neste estudo considerou a estimativa média de internações que equivale a 8,26% (0,08). As perdas previstas equivalem àquelas que desistiriam após a coleta dos dados, importante para manutenção fidedigna da amostra.

O formulário foi composto por dados sociodemográficos, hábitos de vida, características sexuais, reprodutivas e questões referentes ao recém-nascido, além do Inventário de Depressão (BDI) e de Ansiedade (BAI) de Beck que são instrumentos com uso de escalas (BAI). O BDI de Beck contém 21 itens de múltipla escolha, cuja intensidade varia de 0 a 3, referidos à tristeza, pessimismo, sensação de punição, autoacusação, pensamento de suicídio, crises de choro, irritabilidade, retração social, baixo rendimento para o trabalho, indecisão, distorção da imagem corporal, distúrbio do sono, fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupação somática, restrição de libido. A classificação apresenta os seguintes pontos de corte: ≤ 10 (sem depressão ou depressão mínima), 10-18 (depressão leve a moderada), 18-29 (depressão moderada a grave), 30-63 (depressão grave). Preconiza escore acima de 15 para identificar disforia e finalizar que o termo “depressão” deve ser utilizado para sujeito com escore acima de 20 com diagnóstico99. Cunha JA. Manual da versão em português das Escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2001..

O inventário de ansiedade (BAI) é composto por 21 itens, que devem ser avaliados pelos próprios indivíduos numa escala de quatro pontos, quais sejam: 0 (absolutamente não), 1 (levemente ansiosa), 2 (moderadamente ansiosa), 3 (gravemente ansiosa). O tempo de duração de aplicação é de cerca de cinco a dez minutos. Sendo classificados os seguintes pontos de corte, 0-10 (sintomas mínimos), 11-19 (sintomas leves), 20-30 (sintomas moderados), 31-63 (sintomas graves)99. Cunha JA. Manual da versão em português das Escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2001..

A pesquisa transcorreu nos turnos matutino e vespertino durante os meses de março e abril de 2020. Neste estudo, optou-se por entrevista individual para participantes com qualquer nível de escolaridade, por isso o instrumento foi adaptado para um formulário. Após autorização prévia do setor responsável do ICV e parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa, os dados foram coletados por uma enfermeira alocada no hospital em plantão diário. A entrevista era realizada em uma sala adequada e confortável, assegurando o sigilo e a confidencialidade das mães, de acordo com os dias e horários pré-estabelecidos. A coleta ocorreu com cada mãe em momento único.

A análise dos dados foi realizada com o auxílio do Programa IBM Statistics Package for the Social Sciences (SPSS), versão 21. Os resultados foram apresentados em forma tabelas contendo frequência absoluta, relativa e quadro com o processo de enfermagem. Os dados foram associados com o teste Qui-Quadrado quando a frequência esperada era maior que cinco nas caselas e o Teste Exato de Fisher, quando a frequência esperada era menor que cinco, com significância estatística para resultados ≤ 0,05.

Para verificar probabilidade do fenômeno, a Razão de Chance, ou seja, Odds Ratio (OR). A razão de chance e intervalo de confiança, indica a chance ou a proteção determinada pelas variáveis (valores significativos não perpassam pela nulidade simbolizada pelo número 1). Quando o valor é maior que 1, a leitura se apresenta com a quantidade de vezes deste valor ocorrer com uma chance de desfecho. No caso do valor se apresentar menor que 1, há duas formas de leitura para este fator de proteção, quais sejam: a) o valor revelado em forma de percentual para a maior chance de não apresentar (não ocorrência do desfecho); b) o valor revelado subtraído do número 1, indicando menor chance em percentual de ocorrência do desfecho. Neste estudo, para o fator de proteção foi utilizada a segunda assertiva para a leitura.

Para a construção do Processo de Enfermagem, os Diagnósticos de Enfermagem (DE) foram formulados a partir do BAI e BDI, cujos sintomas emergiram como características definidoras. Para seleção das manifestações clínicas dos instrumentos, instituiu-se que seriam excluídos os sintomas cujas mulheres referissem o ponto “zero”, ou seja, absolutamente não.

Por isso, como o processo de enfermagem nessa amostra foi elaborado de maneira coletiva, se pelo menos uma respondente citasse ausência daquele sintoma, ele deixaria de ser característica definidora, pois não se aplicaria a todas. Os Diagnósticos de Enfermagem foram elaborados com auxílio da versão português do Brasil da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem - CIPE®1010. International Council of Nurses (CH). CIPE versão 2017 - português do Brasil. 2017 [cited 2020 Mar 18]. Available from: https://www.icn.ch/sites/default/files/inline-files/icnp-brazil-portuguese-translation-2017.pdf
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, utilizando os elementos de foco e julgamento, sendo averiguados quanto à sua descrição para manutenção da coerência do sintoma explicitado no BAI e BDI. O planejamento e as intervenções foram elaborados de acordo com o raciocínio lógico frente aos sintomas (características definidoras) evidenciados.

O presente estudo respeitou os aspectos éticos relacionados às pesquisas com seres humanos, bem como assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O projeto foi aprovado sob protocolo n. 208/2020, conforme CAAE n.28313620.4.0000.5179.

RESULTADOS

A idade média das mães foi de 23,33 anos (DP±4,240). Em relação à faixa etária, houve 64 (70%) mulheres entre 18-25 anos e 27 (28%) ≥ 26 anos de idade. Sobre a escolaridade, 10 (11%) possuíam ensino fundamental I, 33 (36%) fundamental II, 45 (49%) ensino médio e 3 (3%) sendo ensino superior. Acerca da ocupação, 19 (21%) eram estudantes, 27 (30%) autônomas e 31 (34%) desempregadas.

Em relação à naturalidade, 69 (76%) residem na cidade da pesquisa e 22 (24%) em outras cidades. Sobre a religião, 45 (49%) eram católicas, 28 (31%) evangélicas e 18 (20%) tinham outras religiões não explicitadas. Quanto a etnia, 36 (38%) eram brancas, 9 (10%) pretas, 23 (25%) pardas e 11 (12%) asiáticas. Por fim, a renda mensal, 85 (93%) com um salário mínimo, 6 (6%) com mais de um salário mínimo.

Sobre as características sexuais, reprodutivas e obstétricas, a idade média da sexarca foi de 15,18 anos (DP±1,841), com 19 (21%) mulheres com sexarca até 13 anos e 72 (79%) ≥ 14 anos. Na situação conjugal, 60 (66%) viviam com parceiros e 31 (35%) sem parceiro. Quanto aos métodos contraceptivos, 57 (63%) faziam uso de preservativos, 27 (28%) tomavam pílula e 3 (3%) faziam uso do contraceptivo hormonal injetável.

Em relação à paridade, 36 (39%) eram primigestas e 55 (60%) multigestas, 79 (86%) nunca abortaram e 12 (13%) sofreram abortamento. O tipo de parto eliciado por 48 (52%) mães foi cirurgia cesariana e 43 (47%) foram via vaginal. Acerca de filhos, 36 (39%) tinham apenas um filho, 55 (60%) mais de dois filhos. Quanto às consultas de atendimento pré-natal, 55 (60%) realizaram de 1 a 5 consultas e 36 (39%) realizaram mais de seis consultas.

Em relação aos hábitos de vida, das 91 mães participantes do estudo, 75 (82,4%) não eram fumantes, e 52 (57,1%) não etilistas. Quanto ao lazer, 70 (76,9%) faziam atividades recreativas uma vez ao mês e 21 (23,1%) duas ou três vezes ao mês.

Quanto ao peso médio do recém-nascido, a média foi de 2.692g (DP±349,9), com 27 (29%) menor que 2.500g e 64 (70%) maior que 2.500g. Acerca das semanas gestacionais, 28 (30%) estavam com 36 semanas e 63 (69%) mais que 37 semanas. Em relação a prática do método canguru, 69 (75%) faziam uso e 22 (24%) não. Sobre os recém-nascidos em suplementação, 57 (62%) fizeram uso de suplementação e 34 (37%) não utilizaram. Em relação ao banco de leito, 65 (71%) fizeram uso do estoque e 26 (28%) não. A ventilação mecânica foi necessária para 33 (36%) e 58 (63%) não utilizaram.

A média do somatório das classificações para ansiedade foi de 35,91 (DP±4,518) e da depressão foi de 30,00 (DP±3,269). Em relação às classificações, todas as mulheres se enquadraram em algum grau de adoecimento mental. Sobre as prevalências dos sintomas da ansiedade, 85 (93%) eram graves e seis (6%) tinham sintomas moderados. Quanto à depressão, 46 (50%) possuíam sintomas moderados e 45 (49%) tinham sintomas graves.

Conforme a Tabela 1, a associação entre as variáveis sociodemográficas, obstétricas e hábitos de vida com ansiedade, por meio do Teste Exato de Fisher, apresentaram significância estatística, com gravidez planejada (p=0,022) e via de parto vaginal (p=0,028). Mães com via de parto cesariana têm 12% (OR=0,875 [IC=0,786-0,974)] menor chance de possuírem ansiedade grave em comparação às mulheres de parto vaginal. Mulheres com gravidez planejada possuem 10% vezes mais chance de apresentarem ansiedade grave (OR=10,179 [IC=1,134-91,327]).

Mulheres com ocupação não remunerada (OR=0,893 [IC=0,815-0,978]), maior renda (0,929 [0,877-0,985], não adeptas ao método canguru (OR=0,913 [IC=0,849-0,982]) e que seus bebês não fizeram uso de suplementação (OR=0,895 IC=0,819-0,978]) tiveram 10%, 7%, 8% e 10% menor chance de apresentar ansiedade grave, constituindo-se fatores de proteção. Além disso, mulheres com maior escolaridade (OR=1,080 [IC=1,015-1,149]), aquelas que tiveram seus bebês com ≥ 37 semanas de gestação (OR=1,105 [IC=1,020-1,197]), cujos bebês tiveram peso ao nascer >2.500g (OR=1,103 [1,020-1,1194]) possuem maior probabilidade de terem ansiedade grave (Tabela 1).

Tabela 1 -
Razão de chance e associação entre a ansiedade com variáveis sociodemográficas, obstétricas e hábitos de vida. João Pessoa, Paraíba, Brasil, 2020. (n=91)

Houve significância estatística entre presença de sintomas depressivos com abortamento (p=0,027) e ventilação mecânica (p=0,017). Cabe ressaltar que o método canguru aproximou-se sobremaneira da significância (p=0,053). Mulheres com filhos que fizeram uso da ventilação mecânica tiveram 67,1% (OR=0,329 [IC=1,009-7,691]) menor chance de apresentar depressão moderada em comparação às mães cujos filhos não estão sendo ventilados (Tabela 2).

Essa investigação evidenciou que mulheres sem episódio de abortamento tinham 5,97 vezes mais chance (OR=5,972 [IC=1,228-29,036]) de apresentarem sintomas de depressão grave, assim como mães adeptas ao método canguru tiveram 2,78 vezes maior chance (OR=2,786 [IC=1,009-7,691]) de apresentarem sintomas depressivos nos dois níveis. Ausência de companheiro apresentou-se como fator de proteção para a depressão grave, em que mulheres sem parceiro possuem 66% (OR=0,340 [IC=0,137-0,846]) menor chance de terem este desfecho em relação às com parceria (Tabela 2).

Tabela 2 -
Razão de chance e associação entre a depressão com variáveis sociodemográficas, obstétricas e hábitos de vida. João Pessoa, Paraíba, Brasil, 2020. (n=91)

Sobre as manifestações comuns a todas as participantes, conforme BAI e BDI, a tabela 3 mostra os graus dos sintomas. Cabe salientar que o somatório dos percentuais deve ser realizado por linha, pois cada manifestação foi distribuída conforme a classificação da ansiedade e da depressão.

Tabela 3 -
Distribuição dos graus dos sintomas conforme os itens definidos para a elaboração do processo de Enfermagem aplicado às mães de recém-nascidos internos em unidade de terapia intensiva. João Pessoa, Paraíba, Brasil, 2020. (n=91)

No quadro 1, observa-se os processos de enfermagem aplicados a essas mães de acordo com cada manifestação apresentada no instrumento utilizado.

Quadro 1 -
Processo de Enfermagem aplicado às mães de recém-nascidos internos em unidade de terapia intensiva conforme manifestações eliciadas no Inventário de Ansiedade e Depressão de Beck. João Pessoa, Paraíba, Brasil, 2020

DISCUSSÃO

O perfil sociodemográfico das mulheres desta pesquisa não apresentou relação com a ansiedade e a depressão, embora tenha se mostrado variáveis importantes de risco e proteção aos transtornos emocionais. Estudo realizado em uma capital nordestina mostrou prejuízos na relação mãe-filho elevada quando associada a fatores de risco como menor escolaridade da mãe1111. Cavalcante MCV, Lamy Filho F, França AKTC, Lamy ZC. Relação mãe-filho e fatores associados: análise hierarquizada de base populacional em uma capital do Brasil-Estudo BRISA. Ciênc Saúde Colet. 2017;22(5):1683-93. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232017225.21722015
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, fortalecendo o impacto desta variável sociodemográfica sobre repercussões no binômio.

Escolaridade baixa, primiparidade, insegurança no cuidado e ausência de plano de saúde podem favorecer a depressão pós-parto entre mulheres asiáticas1212. Klainin P, Arthur DG. Postpartum depression in asian cultures: a literature review. Int J Nurs Stud. 2019;46(10):1355-73. doi: https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2009.02.012
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. Já em Amsterdam, ansiedade e depressão apresentaram fatores de risco associados à ocupação na agricultura e pecuária, histórico de gravidez não planejada e uso de tabaco1313. Bronner MB, Knoester H, Last BF, Grotenhuis MA, Bos AP. Follow-up after paediatric intensive care treatment: parental posttraumatic stress. Acta Paediatr. 2018;97(2):181-6. doi: https://doi.org/10.1111/j.1651-2227.2007.00600.x
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Nesta investigação, situação conjugal, episódio de abortamento, adesão ao método canguru e ventilação mecânica alinharam-se aos desfechos emocionais. Cabe ressaltar que há evidências de associação entre o processo de hospitalização e o estado de saúde mental da família conducente com ansiedade1414. Fonseca GM, Freitas KS, Silva Filho AM, Portela PP, Fontoura EG, Oliveira MAN. Anxiety and depression in family members of people hospitalized in an intensive care unit. Psicol Teor Prat. 2019;21(1):328-43. doi: https://doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v21n1p328-343
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. Na Flórida, prevalências consideráveis de baby blues (disforia puerperal), seguindo por depressão pós-parto e transtorno de ansiedade, indicam o apoio familiar como elemento de alto impacto ao adoecimento mental1515. Zivoder I, Martic-Biocina S, Veronek J, Ursulin-Trstenjak N, Sajko M, Paukovic M. Mental disorders/difficulties in the postpartum period. Psychiatr Danub. 2019 [cited 2020 Jun 21];31 Suppl. 3:338-44. Available from: http://www.psychiatria-danubina.com/UserDocsImages/pdf/dnb_vol31_noSuppl%203/dnb_vol31_noSuppl%203_338.pdf
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Pesquisas apontam diminuição no escore de depressão entre as mães que foram adeptas ao método canguru11. Trumello C, Candelori C, Cofini M, Cimino S, Cerniglia L, Paciello M, et al. Mothers' depression, anxiety, and mental representations after preterm birth: a study during the infant's hospitalization in a neonatal intensive care unit. Front Public Health. 2018;6:359. doi: https://doi.org/10.3389/fpubh.2018.00359
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,66. Smith ER, Bergelson I, Constantian S, Valsangkar B, Chan GJ. Barriers and enablers of health system adoption of kangaroo mother care: a systematic review of caregiver perspectives. BMC Pediatr. 2017;17:35. doi: https://doi.org/10.1186/s12887-016-0769-5
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,1616. Herizchi S, Hosseini MB, Ghoreishizadeh M. The impact of kangaroo-mother care on postpartum depression in mothers of premature infants. Int J Women’s Health Reprod Sci. 2017;5(4):312-7. doi: https://doi.org/10.15296/ijwhr.2017.53
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, estando associados ao efeito da liberação de ocitocina durante o contato físico do método1717. Fontoura FC, Cardoso MVLML, Rodrigues SE, Almeida PC, Carvalho LB. Anxiety of mothers of newborns with congenital malformations in the pre- and postnatal periods. Rev Latino-Am Enfermagem. 2018;26:e3080. doi: http://doi.org/10.1590/1518-8345.2482.3080
http://doi.org/10.1590/1518-8345.2482.30...
. Estes resultados são dissonantes dos achados deste estudo e não há explicações qualitativas, embora acredite-se que este desfecho tenha relação com o apego, ou seja, as mães que realizam a técnica, podem se sentir mais impotentes pela permanência do neonato no setor hospitalar, gerando maior sensação de tristeza.

A prematuridade não impactou estatisticamente o resultado, mas investigação norte-americana com 62 mães de prematuros (idade gestacional < 37 semanas) mostrou altos níveis de depressão e ansiedade, sendo esta última mais prevalente em mães de bebês nascidos antes de 32 semanas gestacionais, devido à quantidade acentuada de procedimentos invasivos1818. Moreira TB, Silva LR, Silva MDB, Silva LJ, Mourão PP, Moreira APA. Maternal experience in the context of breastfeeding of the hospitalized newborn and submitted to surgical intervention. Esc Anna Nery. 2020;24(4):e20190281. doi: https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2019-0281
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.

Sobre as manifestações clínicas relacionadas à ansiedade e depressão o relato de casais de bebês prematuros apontou que sentimentos como angústia, impotência, medo e desejo de fuga fazem parte do cotidiano da família que possui filho internado em UTIN, existindo relação significativa desses sentimentos com fatores pessoais e socioeconômicos1919. Kegler JJ, Neves ET, Silva AM, Jantsch LB, Bertoldo CS, Silva JH. Stress in parents of newborns in a neonatal intensive care unit. Esc Anna Nery. 2019;23(1):e20180178. doi: http://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2018-0178
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.

Intervenções voltadas à saúde mental de mães durante a internação do filho englobam interações entre as mães do grupo e execução de atividades direcionadas ao contexto (roda de conversas e troca de experiências vivenciadas)2020. Baseggio DB, Dias MPS, Brusque SR, Donelli TMS, Mendes P. Vivências de mães e bebês prematuros durante a internação neonatal. Temas Psicol. 2017;25(1):153-67. doi: http://doi.org/10.9788/TP2017.1-10
http://doi.org/10.9788/TP2017.1-10...
. Além disso, a relação acolhedora, a escuta sensível e o cuidado da equipe de saúde direcionado às mães de bebês em UTIN foram estratégias utilizadas para melhorar o bem-estar frente à permanência da família no hospital77. Almeida CR, Morais AC, Lima KDF, Cohim ACO. Daily routine of accompanying mothers in the neonatal intensive care unit. J Nurs UFPE on line. 2018 [cited 2020 Oct 21];12(7):1949-56. Available from: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/22640/29523
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CONCLUSÃO

Houve adoecimento mental com ansiedade grave e depressão moderada na maioria das mães de recém-nascidos internos em unidade de terapia intensiva neonatal. Variáveis como parceria fixa, gravidez planejada, via de parto vaginal, abortamento, ventilação mecânica, adoção ao método canguru e suplementação possuem relação com risco ou proteção aos transtornos emocionais estudados, demonstrando a necessidade de elaboração do processo de enfermagem no sentido de aumentar a resolutividade desta problemática nos serviços de saúde neste nível de complexidade.

A realização do estudo em apenas uma maternidade de referência do Estado, com o selo de Hospital Amigo da Criança, bem como a não execução e avaliação das intervenções elaboradas, constituem-se como limitações da pesquisa. As contribuições se ancoram na efetividade do uso das escalas multidisciplinares de avaliação psicológica, desde que haja uma equipe de pesquisa integrada com outras áreas, bem como a sua intersecção com a sistematização da assistência, conferindo autonomia no cuidado da Enfermagem.

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Editado por

Editor associado:

Helga Geremias Gouveia

Editor-chefe:

Maria da Graça Oliveira Crossetti

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Dez 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    31 Out 2020
  • Aceito
    26 Mar 2021
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