RESUMO
(A tribo Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) no município de Caetité, Estado da Bahia, Brasil). Phaseoleae s.l. é a maior tribo de Papilionoideae em número de gêneros, com 89 e 1.567 espécies. Os estudos taxonômicos regionais da tribo são pontuais no Brasil e raros no Nordeste do Brasil, incluindo a Bahia, o Estado mais rico em espécies da região. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo realizar o tratamento taxonômico das espécies de Phaseoleae s.l. ocorrentes em Caetité (BA), uma região de prioridade de conservação para a vegetação de Caatinga. Para tanto, foram realizadas expedições de coleta e visitas aos Herbários HUNEB-Coleção Caetité e HUEFS. Um total de 25 espécies e 15 gêneros foi registrado, o que representa 23% das espécies registradas para a Bahia. Caetité destaca-se como um dos principais centros de riqueza florística de Phaseoleae s.l. no semiárido baiano. O formato dos folíolos, tipo de inflorescência e a coloração das pétalas e das sementes são os caracteres mais úteis na identificação dos táxons.
Palavras-chave:
biodiversidade; ecótono; Fabaceae; flora; taxonomia vegetal
ABSTRACT
(The tribe Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) in the municipality of Caetité, Bahia State, Brazil). Phaseoleae s.l. comprises the largest tribe of subfamily Papilionoideae in number of genera, with 89 genera and 1,567 species. Regional taxonomic studies of the tribe are only occasional in Brazil and rare in Northeastern Brazil, including Bahia, the region’s most species-rich state. In this context, the present study had as its objective to carry out a taxonomic study of the species of Phaseoleae s.l. occurring in Caetité (BA), a conservation priority region for the Caatinga vegetation. For this purpose, we made field expeditions and visited to the HUNEB-Collection Caetité and HUEFS Herbaria. A total of 25 species and 15 genera were recorded, accounting for 23% of the species registered for Bahia. Caetité stands out as one of the main centers of floristic richness of Phaseoleae s.l. in the semi-arid region of Bahia state. Leaflet shape, inflorescence type and the coloration of the petals and seeds are the most useful characters for identification.
Keywords:
biodiversity; ecotone; Fabaceae; flora; plant taxonomy
Introdução
Phaseoleae como atualmente circunscrita (sensu Schrire 2005Schrire, B.D. 2005. Tribe Phaseoleae. In: G. Lewis, B.D. Schrire, B. Mackinder & M. Lock (ed.). Legumes of the world. Royal Botanic Gardens, Kew.) é a maior tribo da subfamília Papilionoideae em número de gêneros, com aproximadamente 89 e 1.567 espécies pertencentes a sete subtribos. Suas espécies compartilham as folhas trifolioladas, cujos folíolos laterais têm a base assimétrica, corola do tipo papilionácea e estames diadelfos (9 + 1). Phaseoleae destaca-se, ainda, pelo expressivo potencial econômico entre as Leguminosae. As suas espécies são comumente utilizadas na alimentação humana e animal, paisagismo, na produção de madeira e para fins medicinais (Lackey 1981Lackey, J.A. 1981. Phaseoleae. In: R.M. Polhill, & P.H. Raven (ed.). Advances in legume systematics. Royal Botanic Gardens, Kew, vol.1, London, pp. 301-327.).
A classificação dentro de Phaseoleae vem recebendo grandes modificações, principalmente com os avanços trazidos pelos estudos filogenéticos moleculares. Análises filogenéticas de diferentes marcadores moleculares do DNA têm sustentado o parafiletismo ou polifiletismo de Phaseoleae em sua circunscrição tradicional (Bruneau et al.1990Bruneau, A., Doyle, J.J. & Palmer, J.D. 1990. A chloroplast DNA inversion as a subtribal character in the Phaseoleae (Leguminosae). Systematic Botany 15: 378-386., Doyle & Doyle 1993Doyle, J.J. & Doyle, J.L.1993. Chloroplast DNA phylogeny of the papilionoid legume tribe Phaseoleae. Systematic Botany 18: 309-327., Kajita et al. 2001Kajita, T., Ohashi, H., Tateishi, Y., Bailey, C.D. & Doyle, J.J. 2001. RbcL and legume phylogeny, with particular reference to Phaseoleae, Millettieae, and allies. Systematic Botany 26: 515-536., Goel et al. 2001Goel, S., Raina, S.N. & Ogihara, Y. 2001. Molecular evolution and phylogenetic implications of internal transcribed spacer sequences of nuclear ribosomal DNA in the Phaseolus-Vigna complex. Molecular Phylogenetics and Evolution 1037: 1-19, Lee & Hymowitz 2001Lee, J. & Hymowitz, T. 2001. A molecular phylogenetic study of the subtribe Glycininae (Leguminosae) derived from the chloroplast DNA rps16 intron sequences. American Journal of Botany 88: 2064-2073.). Além disso, têm demonstrado que alguns de seus gêneros como, por exemplo, os da subtribo Diocleinae são mais relacionados com a tribo Millettieae que com as demais Phaseoleae (Kajita et al. 2001Kajita, T., Ohashi, H., Tateishi, Y., Bailey, C.D. & Doyle, J.J. 2001. RbcL and legume phylogeny, with particular reference to Phaseoleae, Millettieae, and allies. Systematic Botany 26: 515-536., Wojciechowski et al. 2004Wojciechowski, M.F., Lavin, M. & Sanderson, M. 2004. A phylogeny of legumes (Leguminosae) based on analysis of the plastid matK gene resolves many well supported subclades within the family. American Journal of Botany 91: 1846-1862., Lavin et al. 2005Lavin, M., Herendeen, P. & Wojciechowski, M.F. 2005. Evolutionary rates analysis of Leguminosae implicates a rapid diversification of lineages during the Tertiary. Systematic Biology 4: 530-549., Stefanovic et al. 2009Stefanovic´, S., Pfeil, B.E., Palmer, J.D. & Doyle, J.J. 2009. Relationships among phaseoloid legumes based on sequences from eight chloroplast regions. Systematic Botany 34: 115-128., Cardoso et al. 2012Cardoso, D., Queiroz, L.P., Pennington, R.T., Lima, H.C., Fonty, E., Wojciechowski, M.F. & Lavin, M. 2012. Revisiting the phylogeny of papilionoid legumes: new insights from comprehensively sampled early-branching lineages. American Journal of Botany 99: 1991-2013., 2013Cardoso, D., Pennington, R.T., Queiroz, L.P., Boatwright, J.S., Van Wyk, B.E., Wojciechowski, M.F. & Lavin, M. 2013. Reconstructing the deep-branching relationships of the papilionoid legumes. South African Journal of Botany 89: 58-75.). Recentemente, Diocleinae foi confirmada como monofilética e grupo irmão do core-Millettioideae, o que deu subsídio para o restabelecimento do grupo como uma tribo distinta de Papilionoideae (Queiroz et al. 2015Queiroz, L.P., Pastore, J.F., Cardoso, D., Snak, C., Lima, A.L.C., Gagnon, E., Vatanparast, M., Holland, A.E. & Egan, A.N. 2015. A multilocus phylogenetic analysis reveals the monophyly of a recircumscribed papilionoid legume tribe Diocleae with well supported generic relationships. Molecular Phylogenetics and Evolution 90: 1-19.).
Na Flora brasileira, Phaseoleae s.l. está representada por 34 gêneros e 280 espécies distribuídas em todos os domínios fitogeográficos do Brasil, crescendo em diferentes ambientes (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Alguns podem ser encontrados em campos com afloramentos rochosos e campos gramíneos a arbustivos, enquanto outros crescem nas bordas de floresta de restinga ou locais úmidos com solos arenosos (Miotto et al. 2008Miotto, S.T.S., Lüdtke, R. & Abruzzi, M.L. 2008. A família Leguminosae no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 6: 269-290.).
A diversidade de Phaseoleae s.l. no Brasil foi registrada pela primeira vez na Flora Brasiliensis por Bentham (1859)Bentham, G. 1859. Leguminosae. Phaseoleae. In: Martius C.F.P. (ed.). Flora brasiliensis. Vol.15, pars 1, pp.1-346. que reconheceu 25 gêneros e 172 espécies para a tribo. Outros estudos em diferentes regiões brasileiras trazem resultados interessantes como, por exemplo, Snak et al. (2011)Snak, C., Miotto, S.T.F. & Goldenberg, R. 2011. Phaseolinae (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) no estado do Paraná, Brasil. Rodriguésia 62: 695-716. que realizaram um estudo taxonômico da subtribo Phaseolinae Benth. no Estado do Paraná e registraram a ocorrência de quatro gêneros e 20 espécies; e Silva et al. (2015)Silva, M.F., Carmo, M.N.L. & Gurgel, E.S.C. 2015. Phaseoleae (Leguminosae - Papilionoideae) nas restingas do Estado do Pará, Brasil. Biota Amazônia 5: 14-22. que inventariaram 10 espécies distribuídas em nove gêneros para o Estado do Pará. Alguns de seus gêneros foram objetos de estudo de trabalhos revisionais ou florístico/taxonômicos em diferentes regiões do Brasil, como, por exemplo, os gêneros Centrosema (DC.) Benth. e Clitoria L. (Miotto 1987Miotto, S.T.S. 1987. Os gêneros Centrosema (DC.) Benth. eClitoria L. (Leguminosae, Faboideae) no Rio Grande do Sul. Iheringia, Série Botânica 36: 15-39.); Cratylia Mart. ex Benth. (Queiroz 1991Queiroz, L.P. 1991. O gênero Cratylia Martius ex Bentham (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) Revisão taxonômica e aspectos biológicos. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.); Periandra Mart. ex Benth. (Funch & Barroso 1999Funch, L.S. & Barroso, G.M. 1999. Revisão taxonômica do gênero Periandra Mart. ex Benth. (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae). Revista Brasileira de Botânica 22: 339-356.); Galactia P. Browne (Ceolin 2011Ceolin, G.B. 2011. O gênero Galactia P. Browne (Leguminosae, Papilionoideae) no Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.); Erythrina L. (Martins 2014Martins, M.V. 2014. Filogenia do Gênero Erythrina L. (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) e Revisão Taxonômica das Espécies Ocorrentes no Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.); Canavalia Adans. (Snak & Queiroz 2016Snak, C. & Queiroz, L.P. 2016. Flora da Bahia: Leguminosae - Canavalia (Papilionoideae: Diocleae). Sitientibus, série Ciências Biológicas 16: 1-9.); Eriosema (DC.) Desv. (Cândido et al. 2014Cândido, E. S., Fortuna-Perez, A.P., Bezerra, L.M.P.A. & Filho, J.L.M.A. 2014. A new species of Eriosema (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) from Minas Gerais, Brazil. Phytotaxa 178: 229-232.; Cândido et al. 2019Cândido, E.S., Vargas, W., Bezerra, L.M.P.A., Mansano, V.F., Vatanparast, M., Lewis, G.P., Tozzi, A.M.G.A., Fortuna-Perez, A.P. 2019. Taxonomic synopsis of Eriosema (Leguminosae: Papilionoideae, Phaseoleae) in Brazil. Phytotaxa 416: 91-137.) e Rhynchosia Lour. (Bezerra et al. 2019aBezerra, L.M.P.A, Oliveira, A.C.S., Santos-Silva, J., Vargas, W., Cândido, E.S., Monteiro, T.C., Vatanparast, M. & Fortuna-Perez, A.P. 2019a. A new species of Rhynchosia (Leguminosae, Papilionoideae) from Bahia State, Brazil. Phytotaxa 406: 84-90.). Novas espécies foram também descritas para o Brasil, pertencentes aos gêneros, por exemplo, Collaea DC. (Fortunato 1995Fortunato, R.H. 1995. A new species of Collaea (Leguminosae: Papilionoideae: Phaseoleae: Diocleinae) from Brazil. Kew Bulletin 50: 795-799.), Ancistrotropis A. Delgado (Snak et al. 2014Snak, C., Moreira, J.L.A. & Tozzi, A.M.G.A. 2014. A new species of Ancistrotropis (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) endemic to Brazil. Phytotaxa 172: 280-284.), Eriosema (DC.) Desv. (Cândido et al. 2014Cândido, E. S., Fortuna-Perez, A.P., Bezerra, L.M.P.A. & Filho, J.L.M.A. 2014. A new species of Eriosema (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) from Minas Gerais, Brazil. Phytotaxa 178: 229-232., Cândido et al. 2016Cândido, E. S., Vargas, W., Vatanparast, M., Mansano, V.F., Machado, S.R. & Fortuna-Perez, A.P. 2016. A New Species of Eriosema (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) from Mato Grosso do Sul, Brazil, with a Secretory Structure Novel to the Genus. Phytotaxa 163: 122-130., Fortuna-Perez et al. 2017Fortuna-Perez, A.P., Silva, M.J., Cândido, E.S., Vargas, W., Monteiro, T.C., Vatanparast, M. 2017. Eriosema elegans (Leguminosae, Papilionoideae): a new species from the Highlands of Goiás State, Brazil. Phytotaxa 296: 81-87., Fortuna-Perez et al. 2018Fortuna-Perez, A.P., Cândido, E.S., Silva, M.J., Vargas, W., Bezerra, L.M.P.A., Vatanparast M. 2018. A noteworthy new species of Eriosema (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) from Goiás State, Brazil, including an identification key. Systematic Botany 43: 198-205.) e Rhynchosia (Bezerra et al. 2019bBezerra, L.M.P.A., Cândido, E.S., Vargas, W., Servilha, J.H., Monteiro, T.C. & Fortuna-Perez, A.P. 2019b. O gênero Rhynchosia (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) no Brasil. Rodriguésia 70: 1-21., Bezerra et al. 2019cBezerra, L.M.P.A., Vargas, W., Cândido, E.S., Monteiro, T.C., Vatanparast, M. & Fortuna-Perez, A.P.Rhynchosia mineira (Leguminosae: Papilionoideae), a new and critically endangered species from Minas Gerais, Brazil. Kew Bulletin 74: 62.).
Estudos taxonômicos abrangendo a tribo Phaseoleae s.l. na região Nordeste são raros, tendo sido publicado um único trabalho sobre as espécies de Eriosema e Rhynchosia (Oliveira et al. 2018Oliveira, A.C.S., Fortuna-Perez, A.P. & Santos-Silva, J. 2018. Os gêneros Eriosema e Rhynchosia (Leguminosae-Papilionoideae-Phaseoleae) no nordeste brasileiro. Rodriguésia 69: 1825-1850.), o que pode comprometer o conhecimento sobre a diversidade e distribuição das espécies nessa região. Essa situação não é diferente na Bahia, Estado que possui a maior diversidade de espécies de Phaseoleae do Nordeste brasileiro, com estimadas 110 espécies pertencentes a 28 gêneros (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Neste Estado, informações sobre os representantes desta tribo podem ser encontradas em estudos ainda não publicados que abordaram os gêneros Macroptilium (Benth.) Urb., Vigna Savi e Ancistrotropis. A existência de poucos estudos sobre a tribo Phaseoleae s.l. faz com que muitas de suas espécies ainda permaneçam sem identificação nos herbários baianos, enquanto outras podem ter sido identificadas erroneamente.
Considerando a importância econômica e a representatividade de Phaseoleae na região Nordeste, bem como a escassez de trabalhos taxonômicos do grupo no Nordeste, este estudo teve como objetivo realizar o tratamento taxonômico das espécies de Phaseoleae s.l. ocorrentes em Caetité (BA), uma região de prioridade de conservação para a vegetação de Caatinga (MMA/Portaria nº 9 de 23/01/2007), visando fornecer subsídios para sua identificação e contribuir para o conhecimento e conservação da flora local.
Material e métodos
O município de Caetité, localizado entre as coordenadas 14°04’10”S e 42°28’30”W, situa-se na região sudoeste da Bahia, na Mesorregião Centro-Sul baiana, a 757 km de Salvador, a capital do Estado. Ocupa 2.651 km2, com altitude de média de 824 m. Possui o clima seco, subúmido a semiárido e incluiu uma vegetação bastante complexa e heterogênea, inserida numa região de transição entre os domínios fitogeográficos da Caatinga e do Cerrado, composta por áreas de Caatinga arbustiva e arbórea, campo rupestre, Cerrado s.s., floresta estacional semidecidual, mata galeria e áreas de transição Caatinga-Cerrado (IBGE 2015IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 2015. Manuais técnicos em geociências: manual técnico da vegetação brasileira. Sistema fitogeográfico. Inventário das formações florestais e campestres. Técnicas e manejo de coleções botânicas e procedimentos para mapeamentos. 2 ed., IBGE, Rio de Janeiro, pp. 271.).
As coletas foram realizadas de novembro de 2017 a abril de 2019, totalizando 30 excursões em diferentes regiões de Caetité, abrangendo os diferentes tipos vegetacionais encontrados no município, adotando as recomendações sugeridas por Mori et al. (1989)Mori, S.A., Silva, L.A.M., Lisboa, G. & Coradin, L. 1989. Manual de Manejo de Herbário Fanerogâmico. 2 ed. Centro de Pesquisas do Cacau, Ilhéus.. Foram obtidas, quando possível, três a cinco amostras de cada espécie/indivíduos juntamente com o registro fotográfico e as coordenadas geográficas das mesmas. O material botânico foi herborizado e posteriormente incorporado à coleção do Herbário da Universidade do Estado da Bahia (HUNEB-Coleção Caetité).
As espécies foram identificadas através de literatura especializada (e.g., Lewis 1987Lewis, G.P.1987. Legumes of Bahia. The Royal Botanic Garden, Whitstasble., Queiroz 2009Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana.), por comparação com os espécimes devidamente identificados nos herbários consultados (HUNEB-Coleção Caetité, HUEFS) ou por consulta a especialista (Dr. Luciano Paganucci-UEFS). Optou-se por não tratar as categorias subespecíficas de Phaseoleae s.l. e incluir toda a diversidade morfológica encontrada para cada espécie, pois estudos adicionais envolvendo todas as variedades são necessários para um melhor entendimento.
O tratamento taxonômico foi elaborado no laboratório de Botânica da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas, Campus VI. A terminologia usada na designação das estruturas vegetativas e reprodutivas seguiu as recomendações contidas nas literaturas utilizadas para identificação das espécies, ou, quando necessário, baseadas na terminologia proposta por Harris & Harris (2001)Harris, J.G & Harris, M.W. 2001. Plant identification terminology: An illustrated glossary. 2 ed. Spring Lake Publishing, Payson. e Radford et al. (1974)Radford, A.E., Dickison, W.C., Massey, J.R. & Bell, C.R. 1974.Vascular plant systematics. Harper and Row, New York.. Informações sobre a distribuição geográfica dos táxons foram obtidas nos trabalhos supracitados e no site da Flora do Brasil (http://reflora.jbrj.gov.br/reflora) bem como na observação das espécies na área de estudo. Enquanto, os dados de floração e de frutificação foram obtidos nas etiquetas dos espécimes analisados e dos coletados.
Resultados
A tribo Phaseoleae s.l. está representada em Caetité por 25 espécies pertencentes a 15 gêneros (tabela 1; figuras 1-11). Centrosema é o gênero mais representativo, com cinco espécies (C. arenarium Benth., C. bracteosum Benth., C. brasilianum (L.) Benth., C. pascuorum Mart. ex Benth. e C. virginianum (L.) Benth.). Os demais gêneros estão representados por uma (Bionia Mart. ex Benth., Calopogonium Desv., Camptosema Hook. & Arn., Canavalia, Clitoria, Dioclea Kunth, Eriosema, Mysanthus G.P. Lewis & A. Delgado, Vigna), duas (Erythrina, Galactia, Macroptilium, Periandra) ou por três espécies (Rhynchosia). Do total de espécies registradas, 11 são endêmicas do Brasil e ocorrem em quase todas as regiões do país. Apenas Mysanthus uleanus (Harms) G. P. Lewis & A. Delgado tem distribuição restrita no Estado da Bahia. Os táxons foram observados crescendo em Caatinga, Cerrado s.s. e mata de galeria, entre 810 a 1.000 m de altitude. As espécies dos gêneros Canavalia, Dioclea, Mysanthus e Rhynchosia foram encontradas apenas em vegetação de Caatinga, Eriosema e Clitoria em Cerrado, Calopogonium, Camptosema e Vigna em mata de galeria. Enquanto, os representantes de Bionia foram registrados em ambientes de Cerrado s.s. e de mata de galeria e os dos gêneros Centrosema, Galactia e Macroptilium ocorrem tanto em áreas de Cerrado s.s. quanto de Caatinga. As espécies de Erythrina e Periandra podem ainda ser encontradas em mata de galeria.
A cor das pétalas dos representantes de Phaseoleae s.l. registrados em Caetité auxilia na identificação dos táxons. As pétalas variam de rosa-clara (Mysanthus), creme (Centrosema), amarela (Eriosema e Rhynchosia), azulada (Calopogonium), laranja (Camptosema e Erythrina), rósea (Canavalia, Centrosema e Galactia), roxa ou lilás (Centrosema, Clitoria, Dioclea, Periandra e Vigna), atropúrpurea (Macroptilium) a avermelhada (Bionia, Erythrina e Periandra). Outras características como o número e formato dos folíolos, formato das estípulas, formato do ápice do estandarte, coloração dos frutos e das sementes também foram relevantes na identificação dos táxons.
Phaseoleae Bronn ex DC., Prodr. 2: 381. 1825.
Lianas, trepadeiras volúveis, ocasionalmente, árvores, arbustos ou subarbustos eretos ou prostrados; estípulas presentes. Folhas trifolioladas, raramente unifolioladas ou 4-5 folioladas, folíolos geralmente com a base lateral assimétrica; estipelas presentes ou ausentes. Inflorescência cimosa, racemosa ou pseudoracemosa nodosa ou não-nodosa, axilar e/ou terminal, raramente reduzida a flores solitárias; brácteas presentes ou ausentes; bractéolas presentes. Flores com cálice campanulado ou tubuloso; corola papilionácea, estandarte com o ápice retuso, emarginado, arredondado, raramente cuspidado, alas e quilhas falcadas, raramente obovais a arredondadas, androceu diadelfos, 9 + 1 estames, raramente monadelfos (10 estames) ou pseudomonadelfos, com anteras isomórficas ou dimórficas, ovário séssil ou estipitado. Fruto do tipo legume com sementes lineares, ovoides, oblongas e largamente elípticas.
1. Folhas pinadas com 4-5 folíolos ............................................................................................... 6. Centrosema bracteosum
1. Folhas unifolioladas ou trifolioladas
2. Folhas unifolioladas ........................................................................................................................... 1. Bionia pedicellata
2. Folhas trifolioladas
3. Ramos com acúleos .................................................................................................................................... Erythrina
4. Plantas arbustivas; folíolos largamente elípticos; inflorescências com 40-65 flores; pétalas vermelhas .............................................................................................................................................................. 13. Erythrina speciosa
4. Plantas arbóreas; folíolos ovais; inflorescências com 6-8 flores; pétalas laranja ................................................................................................................................................................................................... 14. Erythrina velutina
3. Ramos inermes
5. Folíolos com glândulas punctiformes; pétalas amarelas
6. Subarbustos; estípulas decíduas; folhas decíduas na antese ....................................... 12. Eriosema congestum
6. Trepadeiras; estípulas persistentes; folhas persistentes na antese ................................................... Rhynchosia
7. Tricoma glandular de base bulbosa presente em toda planta ........................................... 22. Rhynchosia edulis
7. Tricoma glandular de base bulbosa ausente
8. Ramos cilíndricos; folíolos com base arredondada, nervação reticulódroma, glândulas punctiformes apenas na face abaxial; sementes bicolores, pretas e vermelhas, a parte vermelha restrita apenas ao redor do hilo ..................................................................................................................... 23. Rhynchosia melanocarpa
8. Ramos canaliculados; folíolos com base obtusa, nervação camptódroma, glândulas punctiformes em ambas as faces; sementes não bicolores, pretas ....................................................................... 24. Rhynchosia minima
5. Folíolos sem glândulas punctiformes; pétalas alaranjadas, laranja, vermelhas, azuladas, atropurpúreas, roxas, lilás, arroxeadas, lilás a roxas, róseas ou rosa-claras
9. Flores em pseudoracemos nodosos
10. Androceu pseudomonadelfo
11. Trepadeira; folíolos obovais a orbiculares; flores ressupinadas, 10-15 por inflorescência; cálice bilabiado; pétalas róseas; anteras isomórficas; ovário estipitado ............................................................ 4. Canavalia rosea
11. Liana; folíolos largamente elípticos; flores não-ressupinadas, 50-100 por inflorescência; cálice campanulado; pétalas roxas; anteras dimórficas; ovário séssil ..................................................................... 11. Dioclea violacea
10. Androceu monadelfo (10 estames ou diadelfo (9 + 1 estames)
12. Flores assimétricas pela torção das alas, carenas ou ambas
13. Trepadeira; pétalas roxas ou rosa-claras
14. Ramos seríceos; estípulas deltoides; inflorescências 30-48 cm de comprimento, com 8-20 flores; cálice tubuloso; pétalas rosa-claras; frutos falcados .................................................. 19. Mysanthus uleanus
14. Ramos glabrescentes ou pubescentes nos ramos jovens; estípulas ovais a lanceoladas; inflorescências 4-12 cm de comprimento, com 1-3 flores; cálice campanulado; pétalas roxas; frutos oblanceolados .......................................................................................................................................... 25. Vigna adenantha
13. Subarbusto ereto ou prostrado; pétalas atropurpúreas ou alaranjadas ................................. Macroptilium
15. Estípulas elípticas; folíolos elípticos a ovais; nervação camptódroma; inflorescência 15-30 cm de comprimento; cálice pubescente; pétalas alaranjadas ......................... 17. Macroptilium atropurpureum
15. Estípulas estreitamente triangulares; folíolos deltoides; nervação boquidódroma; inflorescência 2-4,5 cm de comprimento; cálice seríceo; pétalas atropurpúrea .................. 18. Macroptilium latyrhoides
12. Flores zigomorfas ............................................................................................................................ Galactia
16. Folíolos lanceolados; cálice 1,2-1,8 cm de comprimento, com lacínias lanceoladas; estandarte 1,4-1,9 cm de comprimento; androceu monadelfo (10 estames) ................................................. 15. Galactia martii
16. Folíolos elípticos; cálice 0,6-0,8 cm de comprimento, com lacínias estreitamente triangulares; estandarte 0,6-0,8 cm de comprimento; androceu diadelfo (9+1 estames) .................................. 16. Galactia striata
9. Flores em racemos, pseudoracemos não-nodosos ou em inflorescências cimosas
17. Estandarte 5,4-6,2 cm compr., oblongo; alas 5,1-6,2 cm de comprimento; androceu monadelfo (10 estames) .................................................................................................................................. 3. Camptosema spectabile
17. Estandarte 0,5-5,2 cm de comprimento, oboval, oval, elíptico ou largamente elíptico; alas 0,4-4,2 cm de comprimento; androceu diadelfo (9 + 1 estames)
18. Arbustos; flores não-ressupinadas em pseudoracemos não-nodosos .............. 2. Calopogonium caeruleum
18. Subarbustos, trepadeiras ou lianas; flores ressupinadas em racemos
19. Cálice tubuloso; estandarte 4,4-5,2 de comprimento, oboval; ovário estipitado ......................................................................................................................................................... 10. Clitoria guianensis
19. Cálice campanulado; estandarte 1-3,6 cm de comprimento, elíptico ou largamente elíptico; ovário séssil
20. Estandarte com um esporão conspícuo na face adaxial .......................................... Centrosema
21. Lianas ......................................................................................... 5. Centrosema arenarium
21.Trepadeiras
22. Ramos cilíndricos; folíolos glabrescentes; bractéolas ovais ........... 7. Centrosema brasilianum
22. Ramos canaliculados; folíolos pubescentes; bractéolas elípticas ou lanceoladas
23. Estípulas triangulares a elípticas; bractéolas elípticas; cálice pubescente ............... 8. Centrosema pascuorum
23. Estípulas estreitamente triangulares; bractéolas lanceoladas, esverdeadas; cálice glabro ........... 9. Centrosema virginianum
20. Estandarte sem um esporão na face adaxial .................... Periandra
24. Subarbustos; folíolos cartáceos, com base aguda, ápice mucronado; inflorescências racemosas, 0,6-1,2 cm de comprimento; pétalas lilás; estandarte heterocromado com mácula central branca; estilete 0,7-1,2 cm de comprimento, pubescente no ápice .................................................................................................................................... 21. Periandra mediterranea
24. Trepadeiras; folíolos papiráceos, com base obtusa, ápice cuspidado; inflorescências cimosas 5,5-12,5 cm de comprimento; pétalas vermelhas; estandarte monocromado; estilete 1,4-2,4 cm de comprimento, glabro …..................................................................................... 20. Periandra coccinea
1. Bionia pedicellata (Benth.) L.P.Queiroz, Neodiversity 3: 17. 2008.
Figuras 2 a-f
Arbusto ou subarbusto 1,5 m alt.; ramos cilíndricos, inermes, seríceos. Estípulas 0,2-0,5 cm compr., lineares a aciculares, pubescentes. Folhas unifolioladas; pecíolo 0,5-0,7 cm compr., pubescente; estipelas ausentes; folíolos 1,5-5,8 × 0,8-2 cm, elípticos a oblongos, cartáceos, discolores, base arredondada, ápice cuneado, margem inteira, pubescentes, nervação reticulódroma. Racemos axilares, 3,5-4 cm compr., 2-10 flores; brácteas ausentes; bractéolas 1-2 mm compr., deltoides, pubescentes, amarronzadas. Flores 2,5-3,8 cm compr., tubulosas, pediceladas; cálice 1,1-2 cm compr., tubuloso, seríceo, amarronzado, lacínias lanceoladas, pubescentes, avermelhadas; pétalas avermelhadas; estandarte 2,5-3 cm compr., elíptico, ápice retuso, glabro, monocromado; alas 2,6-2,9 cm compr., falcadas, glabras; pétalas da quilha 2,8-3,3 cm compr., falcadas, glabras; androceu monadelfo, 10 estames, 2,8-3,9 cm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, 0,8-1 cm compr., estípite 0,6-0,9 cm, pubescente, estilete 1,8-2,1 cm compr., reto, glabrescente. Legumes 2,8-3,2 × 0,7-0,9 cm, elipsoides, pubescentes, marrons. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Brejinho das Ametistas, 15-XI-2017, J.D. Teixeira 4 (HUNEB-Coleção Caetité); Trilha Riacho Jatobá, 28-II-2015, J.J.S Ferreira 33 (HUNEB-Coleção Caetité).
Espécie endêmica do Brasil, registrada apenas para a região Nordeste, onde ocorre na Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí, nos biomas de Caatinga e Cerrado, em vegetação de campo rupestre (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité foi encontrada em áreas de Cerrado s.s. e de mata de galeria, sobre solos arenosos e argilosos, em altitudes que variam de 950 a 1.000 m. Flores e frutos foram observados entre os meses de fevereiro e novembro.
Espécies da tribo Phaseoleae s.l. ocorrentes no município de Caetité, Bahia, Brasil, com a sua posição taxonômica, respectivos hábitos e fitofisionomia de ocorrência.
Table 1. Species of the tribe Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil, with their taxonomic position, habits and occurrence environments.
Na área de estudo é facilmente reconhecida por ser a única espécie de Phaseoleae com folhas unifolioladas (vs. pinadas ou trifolioladas nas demais espécies encontradas para a tribo), cujos folíolos são elípticos a oblongos. Pode ainda ser reconhecida pelas estípulas lineares a aciculares, brácteas ausentes e pelas flores tubulosas com pétalas avermelhadas, cálice amarronzado com lacínias avermelhadas e estilete reto.
2. Calopogonium caeruleum (Benth.) C. Wright, Anales Acad. Ci. Méd. Fís. Nat. Habana 5: 337. 1868.
Nome popular: feijãozinho-da-mata.
Figuras 2g-i
Arbusto ca. 3 m alt.; ramos cilíndricos, inermes, estriados, velutinos. Estípulas 0,2-0,3 cm compr., deltoides, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 3,5-7 cm compr., velutino; estipelas 2-3 mm compr., pubescentes; folíolos 5-12 × 4-7,5 cm, elípticos a largamente elípticos, membranáceos, discolores, base arredondada a obtusa, ápice cuneado a obtuso, margem inteira, pubescentes, nervação reticulódroma. Pseudoracemos não-nodosos, axilares e terminais, 8-32 cm compr., 6-20 flores; brácteas não observadas; bractéolas não observadas. Flores 1-1,5 cm compr., pediceladas, não-ressupinadas; cálice 0,8-1 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; pétalas azuladas; estandarte 0,5-0,6 cm compr., oval, ápice retuso, glabrescente, heterocromado com máculas centrais brancas; alas 0,4-0,5 cm compr., obovais, glabrescentes; pétalas da quilha 0,3-0,4 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 0,4-0,5 cm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, 0,3-0,4 cm compr., pubescente, estilete 0,4-0,5 cm compr., curvo, pubescente. Legumes 4-7 × 0,6-0,8 cm, estreitamente elípticos, velutinos, marrons. Sementes 0,6-0,8 × 0,3-0,5 cm, ovoides, marrons.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Santa Luzia, 27-VIII-2018, J.D. Teixeira 35 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Livramento de Brumado: ca. 4 km de Livramento na estrada para Rio de Contas, 15-VI-2002, L.P. Queiroz et al. 7088 (HUEFS).
Fitofisionomias do município de Caetité, BA, Brasil. a. Caatinga. b. Campo rupestre. c-d. Cerrado. e. Mata de galeria. f. área de transição caatinga-Cerrado. Fotos: a, d, e, f. Jaqueline Dias; b. Débora Figueiredo; c. Nayra Neves.
Figure 1. Phytophysiognomies of the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a. Caatinga. b. Rupestrian field. c-d. Cerrado. e. Gallery forest. f. Caatinga-Cerrado transition area. Photos: a, d, e, f. Jaqueline Dias; b. Débora Figueiredo; c. Nayra Neves.
Calopogonium caeruleum é amplamente distribuída desde o México até a Argentina (Queiroz 2009Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana.). Ocorre no Brasil em praticamente todos os Estados, exceto no Amapá (Dutra 2020Dutra, V.F. 2020. Calopogonium in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22852 (acesso em 10-IX-2020.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Na área de estudo cresce em mata de galeria sobre solos argilosos, acima de 900 m de altitude. Foi coletada com frutos em agosto.
Caracteriza-se pelo indumento velutino dos órgãos vegetativos e reprodutivos, flores com pétalas azuladas, estandarte oval e alas obovais. Calapogonium caeruleum pode ser confundida com Galactia striata por compartilharem folhas trifolioladas e flores e frutos relativamente pequenos, mas podem ser distinguidas pelas inflorescências, que são maiores e com maior número de flores por inflorescência em C. caeruleum (8-32 cm compr., 6-20 flores) e menores e com menos flores em G. striata (9,1-14,2 cm compr., 2-8 flores), pela cor das pétalas (azul vs. rósea) e pelo indumento dos frutos (velutino vs. pubescente).
3. Camptosema spectabile (Tul.) Burkart, Darwiniana 11(2): 269. 1957.
Nomes populares: farinha-do-campo, cipó-tapiá, cipó-tapé, cuitelo.
Figuras 3 a-e
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-f. Bionia pedicellata (Benth.) L.P.Queiroz. a-b. ramo fértil; c. folíolos; d. inflorescência; e. flor; f. fruto. g-i. Calopogonium caeruleum (Benth.) C. Wright. g. folíolos. h-i. fruto. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 2. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-f. Bionia pedicellata (Benth.) L.P.Queiroz. a-b. fertile branch; c. leaflets; d. inflorescence; e. flower; f. fruit. g-i. Calopogonium caeruleum (Benth.) C. Wright. g. leaflets. h-i. fruit. Photos: Jaqueline Dias.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-e. Camptosema spectabile (Tul.) Burkart. a. hábito; b. folíolos; c. inflorescência; d. flor; e. fruto. f-i. Canavalia rósea (Sw.) DC. f. hábito; g. folíolos; h. flor; i. fruto. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 3. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-e. Camptosema spectabile (Tul.) Burkart. a. habit; b. leaflets; c. inflorescence; d. flower; e. fruit. f-i. Canavalia rósea (Sw.) DC. f. habit; g. leaflets; h. flower; i. fruit. Photos: Jaqueline Dias.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-e. Centrosema arenarium Benth. a. ramos férteis; b. folíolos; c. inflorescência; d. flor; e. fruto. f-i. Centrosema bracteosum Benth. f. hábito; g. folíolos; h-i. flor. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 4. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-e. Centrosema arenarium Benth. a. fertile branches; b. leaflets; c. inflorescence; d. flower; e. fruit. f-i. Centrosema bracteosum Benth. f. habit; g. leaflets; h-i. flower. Photos: Jaqueline Dias.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-c. Centrosema brasilianum (L.) Benth. a. hábito; b. folíolos; c. flor. d-f. Centrosema pascuorum Mart. ex Benth. d. hábito; e. folíolos; f. flor. g-i. Centrosema virginianum (L.) Benth. g. hábito; h. folíolos; i. flor. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 5. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-c. Centrosema brasilianum (L.) Benth. a. habit; b. leaflets; c. flower. d-f. Centrosema pascuorum Mart. ex Benth. d. habit; e. leaflets; f. flower. g-i. Centrosema virginianum (L.) Benth. g. habit; h. leaflets; i. flower. Photos: Jaqueline Dias.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-b. Clitoria guianensis (Aubl.) Benth. a. ramo; b. fruto. c-f. Dioclea violacea Mart. ex Benth. c. folíolos; d. inflorescência; e. flor; f. fruto. g-i. Eriosema congestum Benth. g. hábito; h. folíolos; i. fruto. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 6. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-b. Clitoria guianensis (Aubl.) Benth. a. branch; b. fruit. c-f. Dioclea violacea Mart. ex Benth. c. leaflets; d. inflorescence; e. flower; f. fruit. g-i. Eriosema congestum Benth. g. habit; h. leaflets; i. fruit. Photos: Jaqueline Dias.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-d. Erythrina speciosa Andrews. a. hábito; b. folíolos; c. inflorescência; d. flor. e-i. Erythrina velutina Willd. e. hábito; f. folíolos; g. inflorescência; h-i. flor. Fotos: Jaqueline Dias.
Fugure 7. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-d. Erythrina speciosa Andrews. a. habit; b. leaflets; c. inflorescence; d. flower. e-i. Erythrina velutina Willd. e. habit; f. leaflets; g. inflorescence; h-i. flower. Photos: Jaqueline Dias.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-e. Galactia martii DC. a. hábito; b. folíolos; c. inflorescência; d-e. flor. f-i. Galactia striata (Jacq.) Urb. f. ramo fértil; g. folíolos; h. flor; i. fruto. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 8. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-e. Galactia martii DC. a. habit; b. leaflets; c. inflorescence; d-e. flower. f-i. Galactia striata (Jacq.) Urb. f. fertile branch; g. leaflets; h. flower; i. fruit. Photos: Jaqueline Dias.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-e. Macroptilium atropurpureum (DC.) Urb. a. hábito; b. folíolos; c-d. flor; e. fruto. f-i. Macroptilium lathyroides (L.) Urb. f. hábito; g. folíolos; h. flor; i. fruto. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 9. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-e. Macroptilium atropurpureum (DC.) Urb. a. habit; b. leaflets; c-d. flower; e. fruit. f-i. Macroptilium lathyroides (L.) Urb. f. habit; g. leaflets; h. flower; i. fruit. Photos: Jaqueline Dias.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-e. Mysanthus uleanus (Harms) G.P. Lewis & A. Delgado. a. hábito; b. folíolos; c. inflorescência; d. flor; e. fruto. f-i. Periandra coccinea (Schrad.) Benth. f. hábito; g. folíolos; h. inflorescência; i. flor. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 10. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-e. Mysanthus uleanus (Harms) G.P. Lewis & A. Delgado. a. habit; b. leaflets; c. inflorescence; d. flower; e. fruit. f-i. Periandra coccinea (Schrad.) Benth. f. habit; g. leaflets; h. inflorescence; i. flower. Photos: Jaqueline Dias.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-c. Periandra mediterrânea (Vell.) Taub. a. hábito; b. inflorescência; c. flor. d-g. Rhynchosia edulis Griseb. d. hábito; e-f. inflorescência; g. fruto. h-i. Rhynchosia melanocarpa Grear. h. folíolos; i. fruto. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 11. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-c. Periandra mediterrânea (Vell.) Taub. a. habit; b. inflorescence; c. flower. d-g. Rhynchosia edulis Griseb. d. habit; e-f. inflorescence; g. fruit. h-i. Rhynchosia melanocarpa Grear. h. leaflets; i. fruit. Photos: Jaqueline Dias.
Trepadeira; ramos cilíndricos ou estriados, inermes, pubescentes. Estípulas 0,2-0,4 cm compr., estreitamente triangulares, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 2,8-4 cm compr., velutino; estipelas 1-2 mm compr., pubescentes; folíolos 4-9 × 3,5-6 cm, elípticos a ovais, membranáceos, discolores, base obtusa a arredondada, ápice cuspidado a obtuso, margem inteira, pubescentes, nervação reticulódroma. Racemos 7-20 cm compr., 4-8 flores; brácteas não observadas; bractéolas 1-3 mm compr., deltoides, pubescentes, esverdeadas. Flores 5,3-7,3 cm compr., pediceladas; cálice 1,8-2,2 cm compr., tubuloso, seríceo, esverdeado, lacínias estreitamente triangulares a deltoides, seríceas, esverdeadas; pétalas laranja; estandarte 5,4-6,2 cm compr., oblongo, ápice arredondado a cuspidado, pubescente na base e nas extremidades, heterocromado com máculas finas amarelas; alas 5,1-6,2 cm compr., falcadas, pubescentes nas extremidades da base; pétalas da quilha 5,5-6 cm compr., falcadas, pubescentes nas extremidades e glabrescentes nas faces; androceu monadelfo, 10 estames, 5,8-6,5 cm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, 2,4-3 cm compr., pubescente, estilete 2,2-2,8 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 11-14 × 0,8-1 cm, estreitamente elípticos, velutinos, verdes. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Santa Luzia, 27-VIII-2018, J.D. Teixeira 26 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Livramento de Brumado: ca. 4 km de Livramento na estrada para Rio de Contas, 15-VI-2002, L.P. Queiroz et al. 7088 (HUEFS); Rio de Contas, Distrito de Marcolino Moura, Trilha para o Ribeirão, 30-VI-2007, D. Cardoso & E.A. Correia 2084 (HUEFS).
Espécie endêmica do Brasil, encontrada na região Nordeste (BA) e Sudeste (ES, MG, RJ, SP), nos domínios fitogeográficos do Cerrado e da Mata Atlântica, em áreas de floresta estacional decidual e semidecidual (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Na área de estudo cresce em áreas de mata de galeria, frequentemente, sobre solos argilosos, acima de 900 m de altitude. Flores e frutos foram observados em agosto.
Pode ser reconhecida por apresentar pétalas laranja, com alas (5,1-6,2 cm compr. vs. 1,5-4,7 cm compr. nas demais espécies) e pétalas da quilha (5,5-6 cm compr. vs. 1,5-1,9 cm compr.) maiores quando comparada as demais espécies da área de estudo e estandarte heterocromado com máculas finas amarelas.
4. Canavalia rosea (Sw.) DC., Prodr. 2: 404. 1825. Nome popular: feijão-da-praia. Figuras 3 f-i
Trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, estriados, pubescentes. Estípulas ausentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 2,5-5 cm compr., pubescente; estipelas ausentes; folíolos 4,5-8 × 2,5-5,3 cm, obovais a orbiculares, papiráceos, concolores, base aguda a cuneada, ápice cuneado a obtuso, margem inteira, pubescentes, nervação reticulódroma. Pseudoracemos nodosos, 15-20 cm compr., 10-15 flores; brácteas ausentes; bractéolas 1-2 mm compr., ovais, pubescentes, esverdeadas. Flores 2,2-3,5 cm compr., pediceladas, ressupinadas; cálice 1,9-2,6 cm compr., bilabiado, seríceo, esverdeado; lacínias arredondadas e deltoides no mesmo cálice, pubescentes, esverdeadas com máculas avermelhadas; pétalas róseas; estandarte 2,2-3,5 cm compr., largamente elíptico, ápice emarginado, glabro, heterocromado com máculas finas brancas ou lilás; alas 1,6-3,4 cm compr., falcadas, glabrescentes; pétalas da quilha 1,8-2,4 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu pseudomonadelfo, 9+1 estames, 3,1-4 cm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, 1,6-1,8 cm; pubescente, estípite 0,4-0,5 cm compr., pubescente, estilete 0,6-0,8 cm compr., curvo, pubescente. Legumes 8,5-11 × 0,8-2 cm, oblanceolados a estreitamente elípticos, glabrescentes a seríceos, verdes. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Pajeú do Vento, 20-XI-2018, J.D. Teixeira 35 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Barra do Porto do Sauípe, Entre Rios, 13-IV-2009, A.V. Popovkin 550 (HUEFS); Porto Seguro, acesso pela BA-001, 25-V-2018, C. Snak et al. 1297 (HUEFS).
Ocorre em regiões tropicais e subtropicais, com registro para a Belize, Camboja, Caribe, China, El Salvador, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, Índia, Laos, México, Panamá, Venezuela e Vietnã (Silva et al. 2015Silva, M.F., Carmo, M.N.L. & Gurgel, E.S.C. 2015. Phaseoleae (Leguminosae - Papilionoideae) nas restingas do Estado do Pará, Brasil. Biota Amazônia 5: 14-22.). No Brasil pode ser encontrada nas regiões Norte (Pará), Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná) e em todos os Estados do Nordeste (Silva et al. 2015Silva, M.F., Carmo, M.N.L. & Gurgel, E.S.C. 2015. Phaseoleae (Leguminosae - Papilionoideae) nas restingas do Estado do Pará, Brasil. Biota Amazônia 5: 14-22.), onde cresce em áreas de restinga e em costas de areias próximas ao mar (Snak & Queiroz, 2016Snak, C. & Queiroz, L.P. 2016. Flora da Bahia: Leguminosae - Canavalia (Papilionoideae: Diocleae). Sitientibus, série Ciências Biológicas 16: 1-9., São-Mateus et al. 2013São-Mateus, W.M.B., Cardoso, D., Jardim, J.G. & Queiroz, L.P. 2013. Papilionoideae (Leguminosae) na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil. Biota Neotropica 13: 316-362.). Na área de estudo foi encontrada próxima à Lagoa de Pajeú, em Caatinga, sobre solos argilosos, entre 900 a 950 m de altitude. Flores e frutos foram observados em novembro.
Os principais caracteres diagnósticos usados para Canavalia rosea foram a ausência de estípulas, estipelas e brácteas, os folíolos obovais a orbiculares, pétalas róseas com máculas finas brancas e lilás no estandarte.
5. Centrosema arenarium Benth., Comm. Legum. Gen. 55.1837.
Figuras 4 a-e
Liana; ramos cilíndricos, inermes, pubescentes. Estípulas 0,3-0,4 cm compr., lanceoladas a elípticas, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 0,4-3 cm compr., pubescente; estipelas 2-3 mm compr., pubescentes; folíolos 2,5-5,6 × 0,9-3,5 cm compr., elípticos a lanceolados, cartáceos a papiráceos, discolores, base cuneada a arredondada, ápice cuneado, margem inteira, pubescentes, nervação reticulódroma. Racemos axilares, 0,8-4 cm compr., 1-3 flores; brácteas 6-8 mm compr., ovais, pubescentes, esverdeadas; bractéolas 3-4 mm compr., elípticas a lanceoaladas, pubescentes, esverdeadas. Flores 1-1,5 cm compr., pediceladas; cálice 0,9-1 cm compr., campanulado, glabrescente, esverdeado, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; pétalas lilás; estandarte 2,5-3,6 cm compr., largamente elíptico, ápice retuso a emarginado, com um esporão conspícuo na face adaxial, pubescente na parte interna, heterocromado com mácula central branca; alas 2,6-3 cm compr., falcadas, glabras; pétalas da quilha 2,5-3 cm compr., elípticas a falcadas, glabras; androceu diadelfo, 9+1 estames, 2,5-3,5 cm compr., anteras isomórficas; ovário 2-2,5 cm compr., séssil, pubescente, estilete 1-2 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 12-12,5 × 0,4-0,5 cm, lineares, pubescentes com margens glabrescentes, verdes. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Brejinho das Ametistas, 7-IV-2010, fl., M.S. Silva et al. 98 (HUNEB-Coleção Caetité); idem, 29-IV-2008, L.V. Vasconcelos et al. 72 (HUNEB-Coleção Caetité); comunidade João Barroca, 14-XII-2017, J.D. Teixeira 7 (HUNEB-Coleção Caetité).
Espécie endêmica do Brasil, com ocorrência desde o Ceará ao Paraná, onde cresce em áreas de Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (Fernandes & Garcia 2008Fernandes, J.M. & Garcia, F.C.P. 2008. Leguminosae em dois Fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em Araponga, Minas Gerais, Brasil: Arbustos, Subarbustos e Trepadeiras. Rodriguésia 59: 525-546., BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). No município de Caetité foi registrada em Cerrado s.s., sobre solos argilosos, em 980 m de altitude. Encontrada com flores em abril e frutos em dezembro.
Caracteriza-se por ser uma liana, com pétalas lilás e estandarte largamente elíptico com ápice retuso a emarginado, pubescente na parte interna. Além disso, as pétalas da quilha são elípticas a falcadas e os frutos lineares, pubescentes com margens glabrescentes distingue prontamente esta espécie das demais da área de estudo.
Centrosema arenarium é frequentemente encontrada com poucas flores por inflorescência, o que a assemelha a Centrosema virginianum, mas estas espécies diferem principalmente pelo hábito (liana em Centrosema arenarium vs. trepadeira em Centrosema virginianum), formato dos folíolos (elípticos a lanceolados vs. ovais), tamanho das flores (1-1,5 cm de comprimento vs. 2-3,5 cm de comprimento), formato das lacínias do cálice (lanceoladas vs. estreitamente triangulares), coloração das pétalas (lilás vs. roxa) e pelo formato dos frutos (lineares vs. estreitamente elípticos).
6. Centrosema bracteosum Benth., Comm. Legum. Gen. 55. 1837.
Nome popular: cunhã.
Figuras 4 f-i
Trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, estriados, pubescentes. Estípulas 0,2-0,4 cm compr., elípticas a ovais, glabrescentes. Folhas pinadas, 4-5-folioladas; pecíolo 1,2-10,5 cm compr., glabrescente; estipelas 2-4 mm compr., glabrescentes; folíolos 1,2-8,5 × 0,6-2 cm, elípticos, cartáceo a papiráceo, concolores, base aguda a cuneada, ápice cuneado, margem inteira, glabrescentes, nervação reticulódroma. Racemos axilares, 2-6,5 cm compr., 3-6 flores; brácteas 10-12 mm compr., ovais, pubescentes, esverdeadas; bractéolas 4-5 cm, ovais, pubescentes, esverdeadas. Flores 1-1,5 cm compr., pediceladas; cálice 0,2-0,3 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; pétalas lilás; estandarte 1-1,2 cm compr., elíptico, ápice arredondado, com um esporão conspícuo na face adaxial, glabro, heterocromado com mácula central branca e amarela; alas 1-1,3 cm compr., falcadas, glabras; pétalas da quilha 1-1,3 cm compr., falcadas, glabras; androceu diadelfo, 9+1 estames, 0,2-0,3 cm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, 0,2-0,4 cm compr., pubescente, estilete 0,1-0,2 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 5,5-7,7 × 0,4-0,5 cm, elípticos, pubescentes, verde claro. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, 6 km ao Sul de Caetité, na estrada de Brejinho das Ametistas, 10-I-2006, T.S. Nunes et al.1592 (HUEFS); Serra Geral, 12-I-2018, J.D. Teixeira 9 (HUNEB-Coleção Caetité).
No Brasil é encontrada na Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, nos domínios de Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, em vegetação de Cerrado, campos secos e campos arenosos (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité foi registrada em Cerrado s.s., sobre solos arenosos e com afloramento rochoso, em altitudes que variam entre 950 a 1.000 m. Encontrada com flores nos meses iniciais do ano, janeiro e fevereiro.
Uma característica diagnóstica de Centrosema bracteosum são as folhas pinadas, com 4 a 5 folíolos que apresentam base aguda a cuneada e ápice cuneado. Além disso, as pétalas lilás das suas flores também auxiliam na identificação desta espécie.
7. Centrosema brasilianum (L.) Benth., Comm. Legum. Gen. 54. 1837.
Nomes populares: feijão-bravo, olho-de-boi-falso.
Figuras 5 a-c
Trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, pubescentes a glabrescentes. Estípulas 0,2-0,5 cm compr., estreitamente triangulares, glabrescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 1,2-2,5 cm compr., glabrescente; estipelas 2-4 mm compr., glabras; folíolos 2,5-4,3 × 0,8-1 cm compr., estreitamente elípticos, papiráceos, discolores, base cuneada, ápice agudo a atenuado, margem inteira, glabrescentes, nervação reticulódroma. Racemos axilares, 1-1,8 cm compr., 1-2 flores; brácteas 3-5 mm compr., próxima a base do pedicelo, ovais, pubescentes, esverdeadas; bractéolas 5-8 mm compr., ovais, pubescentes, esverdeadas. Flores 1,8-3,1 cm compr., pediceladas; cálice 0,5-1 cm compr., campanulado, glabrescente, esverdeado, lacínias ovais, pubescentes, esverdeadas, com leves máculas roxas no ápice; pétalas lilás a roxas; estandarte 1,5-2,5 cm compr., largamente elíptico, ápice retuso, com um esporão conspícuo na face adaxial, pubescente; heterocromado com mácula central branca, alas 1,4-2 cm compr., falcadas, glabrescentes; pétalas da quilha 1,5-2 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 1,3-3 cm compr., anteras isomórficas; ovário 0,6-0,9 cm compr., séssil, pubescente, estilete 1,4-1,6 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 6,5-9 × 0,3-0,5 cm, estreitamente triangulares, glabrescentes, marrons, com continuação aguda no ápice (ca. 2 cm compr.). Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Loteamento do Jacarací, 15-V-2019, J.D. Teixeira 42 (HUNEB-Coleção Caetité). Material Adicional: BRASIL. bahia: Lençóis BR 242, próximo ao Morro do Pai Inácio á 400 do povoado Pai Inácio, 23-III-2003, E. Gross 17 (HUEFS).
Centrosema brasilianum distribui-se desde a América Central até o Paraguai, entre Bolívia, Brasil, Caribe, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Panamá, Peru, Suriname e Venezuela (Queiroz 2009Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana., Silva et al.2015). No Brasil é amplamente distribuída em todas as regiões, com maior predomínio em Caatinga, Cerrado, restinga e locais próximos a leitos de riachos (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité foi encontrada em áreas Caatinga, Cerrado s.s. e ambientes antropizados, sobre solos arenosos com afloramentos rochosos ou argilosos, em altitude de 890 a 950 m. Flores e frutos foram observados no mês de maio.
Caracteriza-se principalmente por seus folíolos papiráceos, estreitamente elípticos, inflorescência com poucas flores (1-2 flores) e brácteas ovais. Além disso, os seus frutos apresentam continuação aguda no ápice (ca. 2 cm de comprimento). Assemelha-se com Centrosema pascuorum pelo hábito volúvel e folhas trifolioladas, contudo, os folíolos de Centrosema pascuorum são mais longos (2,5-4,3 cm vs. 2-14 cm em Centrosema pascuorum), o ápice do estandarte é retuso (vs. arredondado) e as lacínias são ovais (vs. estreitamente triangulares).
8. Centrosema pascuorum Mart. ex Benth., Comm. Legum. Gen. 56. 1837.
Trepadeira; ramos canaliculados, inermes, glabrescentes a pubescentes. Estípulas 0,8-1 cm compr., triangulares a elípticas, glabrescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 2,1-4,1 cm compr., glabrescente; estipelas 8-10 mm compr., pubescentes a glabrescentes; folíolos 2-14 × 0,4-1,1 cm, lineares a lanceolados, cartáceos a papiráceos, discolores, base aguda a cuneada, ápice agudo, margem inteira, pubescentes, nervação reticulódroma. Racemos axilares, 1,5-4,3 cm compr., 1-3 flores; brácteas 4-6 mm, ovais, pubescentes, esverdeadas, recobrindo todo o cálice; bractéolas 2-4 mm compr., elípticas, pubescentes, amarronzadas. Flores 1,8-3 cm compr., pediceladas; cálice 0,9-2 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; pétalas roxas; estandarte 2-3,5 cm compr., elíptico, ápice arredondado, com um esporão conspícuo na face adaxial, pubescente, heterocromado com mácula central branca; alas 1,8-3 cm compr., falcadas, glabrescentes; pétalas da quilha 1-1,8 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 1,3-2,8 cm compr., anteras isomórficas; ovário 0,8-1,2 cm compr., séssil, pubescente, estilete 1,2-2,3 cm compr., curvo, glabrescente. Fruto não observado.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Serra Geral, 12-I-2018, J.D. Teixeira 8 (HUNEB -Coleção Caetité); Br 030, 31-I-2018, J.D. Teixeira 11 (HUNEB-Coleção Caetité).
Centrosema pascuorum distribui-se desde o México até o Equador (São-Mateus et al. 2013São-Mateus, W.M.B., Cardoso, D., Jardim, J.G. & Queiroz, L.P. 2013. Papilionoideae (Leguminosae) na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil. Biota Neotropica 13: 316-362.). No Brasil, pode ser encontrada em Caatinga, Cerrado, floresta estacional decidual ou em áreas de restinga, em todos os Estados da região Nordeste (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité foi observada em beira de estrada, em Caatinga e Cerrado s.s., sobre solos arenosos, entre 890 a 950 m de altitude. Encontrada com flores e frutos em janeiro.
Caracteriza-se pelos ramos canaliculados, folíolos lineares a lanceolados longos (até 14 cm compr.), flores relativamente pequenas, com 1,8-3 cm compr., brácteas recobrindo todo o cálice e bractéolas elípticas.
9. Centrosema virginianum (L.) Benth., Comm. Legum. Gen. 56. 1837.
Nome popular: jetirana.
Trepadeira; ramos canaliculados, inermes, pubescentes. Estípulas 0,2-0,5 cm compr., estreitamente triangulares, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 1,2-2,5 cm compr., pubescente; estipelas 2-4 mm compr., pubescentes; folíolos 1,8-6,1 × 0,5-1,6 cm compr., ovais, cartáceos a papiráceos, discolores, base cuneada a arredondada, ápice agudo a cuneado, margem inteira, pubescentes, nervação reticulódroma. Racemos axilares, 1,2-2,5 cm compr., 1-2 flores; brácteas 4-6 mm compr., próxima a base do pedicelo, ovais, pubescentes, esverdeadas; bractéolas 2-4 mm compr., lanceoladas, pubescentes, esverdeadas. Flores 2-3,5 cm compr., pediceladas; cálice 0,9-1,1 cm compr., campanulado, glabro, esverdeado, praticamente recoberto pelas brácteas e bractéolas, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; pétalas roxas; estandarte 1,8-2,5 cm compr., elíptico, ápice retuso, com um esporão conspícuo na face adaxial, pubescente, heterocromado com mácula central branca; alas 1,8-2 cm compr., falcadas, glabrescentes; pétalas da quilha 1,3-2 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 1,9-2,5 cm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, 1,6-2,0 cm compr., pubescente, estilete 0,3-0,5 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 7-10,2 × 0,2-0,4 cm, estreitamente elípticos, glabrescentes, marrons. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Brejinho das Ametistas, 15-XI-2017, J.D. Teixeira 6 (HUNEB-Coleção Caetité). Material Adicional: BRASIL. bahia: Itacaré, estrada para Antina, 5-III-2013, K.L. Barreto et al. 58 (HUEFS).
É considerada uma espécie invasora, ocorrendo desde os Estados Unidos até a Argentina, estando amplamente distribuída no Brasil (São-Mateus et al. 2013São-Mateus, W.M.B., Cardoso, D., Jardim, J.G. & Queiroz, L.P. 2013. Papilionoideae (Leguminosae) na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil. Biota Neotropica 13: 316-362., Queiroz & Fortuna-Perez 2016Queiroz, L.P. & Fortuna-Perez, A.P. 2016. Centrosema Benth. In: M.G.L. Wanderley, G.J. Shepherd, T.S. Melhem, A.M. Giulietti & S.E. Martins (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Online, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, pp. 301-307., BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). No território brasileiro é encontrada em dunas, borda de mata de restinga, praia, lugares úmidos ou secos do Cerrado e da Caatinga (Miotto et al. 2008Miotto, S.T.S., Lüdtke, R. & Abruzzi, M.L. 2008. A família Leguminosae no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 6: 269-290., BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité cresce em Cerrado s.s. e em Caatinga, sobre solos argilosos e arenosos, em 980 m de altitude. Encontrada com flores em novembro.
Centrosema virginianum pode ser conhecida pelo habito volúvel, folíolos ovais, flores geralmente solitárias, com cálice praticamente recoberto pelas brácteas e bractéolas. Pode ser confundida com Centrosema brasilianum por compartilharem o hábito volúvel, as folhas trifolioladas, brácteas ovais, racemos axilares e estandarte pubescente, com ápice retuso, mas difere pelos folíolos mais longos e mais largos em C. virginianum (1,8-6,1 × 0,5-1,6 cm vs. 2,5-4,3 × 0,8-1 cm em C. brasilianum) e pelo formato das lacínias do cálice (estreitamente triangulares vs. ovais).
10. Clitoria guianensis (Aubl.) Benth., J. Proc. Linn. Soc. Bot. 2: 40. 1858.
Nome popular: espelina-falsa.
Trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, estriados, glabrescentes. Estípulas 0,5-0,7 cm compr., estreitamente triangulares, glabrescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 0,4-0,6 cm compr., pubescentes; estipelas 6-8 mm compr., glabrescentes; folíolos 3-11 × 1-2,1 cm, estreitamente elípticos, membranáceos, discolores, base aguda, ápice mucronado, margem inteira, pilosos, nervação reticulódroma. Racemos axilares ou terminais, 7-20 cm compr., 2-6 flores; brácteas 10-17 mm compr., estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; bractéolas não observadas. Flores 2,8-6,1 cm compr., pediceladas, ressupinadas; cálice 2,8-3,2 cm compr., tubuloso, pubescente, esverdeado, lacínias estreitamente triangulares a deltoides, pubescentes, esverdeadas; pétalas lilás; estandarte 4,4-5,2 cm compr., oboval, ápice emarginado, pubescente na base e nas extremidades, heterocromado com máculas centrais arroxeadas e brancas; alas 3,1-4,2 cm compr., falcadas, glabrescentes; pétalas da quilha 2,5-3 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 3,8-4 cm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, 1,8-2 cm compr., pubescente, estípite 0,5-0,7 cm compr., estilete 0,8-1 cm compr., curvo, pubescente no ápice. Legumes 3,2-5,1 × 0,8-1,2 cm, estreitamente elípticos, pilosos, marrons com uma linha horizontal mediana bem evidente. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Comunidade João Barroca, 20-III-2018, J.D. Teixeira 18 (HUNEB-Coleção Caetité). Material Adicional: BRASIL. bahia: Barreiras: BR 242, a 55 km de Barreiras, no sentido Leste, a 6 km de Cristópolis, 21-XI-2009, J.G. Freitas 584 (HUEFS); Jaborandi, Rod. Jaborandi/Correntina, 19-IV-2001, J.G. Jardim et al. 3691(HUEFS).
É encontrada desde o México, América Central, estendendo-se até o Caribe (Queiroz & Fantz 2016Queiroz, L.P. & Fantz, P.R. 2016. Clitoria L. In: M.G.L. Wanderley, G.J. Shepherd, T.S. Melhem, A.M. Giulietti & S.E. Martins (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, pp. 307-310.). Ocorre em todas as regiões do Brasil, sendo observada em vegetações campestres, campos e Cerrados (Queiroz & Fantz 2016Queiroz, L.P. & Fantz, P.R. 2016. Clitoria L. In: M.G.L. Wanderley, G.J. Shepherd, T.S. Melhem, A.M. Giulietti & S.E. Martins (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, pp. 307-310., BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Na área de estudo cresce em Cerrado s.s., sobre solos arenosos, em 900 m de altitude. A espécie foi encontrada com frutos em março.
As características diagnósticas de Clitoria guianensis são os folíolos pilosos com base aguda e ápice mucronado, brácteas estreitamente triangulares, cálice tubuloso, estandarte oboval, ovário estipitado e os frutos com uma linha horizontal mediana bem evidente.
11. Dioclea violacea Mart. ex Benth., Comm. Legum. Gen. 69. 1837.
Nome popular: estojo-de-luneta.
Liana; ramos cilíndricos, inermes, pubescentes. Estípulas 0,3-0,6 cm compr., estreitamente triangulares, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 4-7,5 cm compr., pubescente; estipelas 4-5 mm compr., pubescentes; folíolos 6,4-14,1 × 4,2-9,1 cm compr., largamente elípticos, papiráceos, discolores, base arredondada, ápice cuspidado a mucronado, margem inteira, pubescentes, nervação broquidódroma. Pseudoracemos nodosos, eretos, axilares, 20-38 cm compr., 50-100 flores; brácteas não observadas; bractéolas 3-5 mm compr., ovais, pubescentes, amarronzadas. Flores 1,1-3,2 cm compr., pediceladas, não ressupinadas; cálice 0,9-1,1 cm compr., campanulado, seríceo, amarronzado, lacínias ovais, seríceas, amarronzadas; pétalas roxas; estandarte 1,1-2,8 cm compr., elíptico, ápice retuso, glabrescente, heterocromado com mácula central amarela e branca; alas 0,9-2 cm compr., falcadas, glabras; pétalas da quilha 0,8-1,2 cm compr., estreitamente elípticas, glabras; androceu pseudomonadelfo, 9+1 estames, 1,6-2 cm compr., anteras dimórficas; ovário 0,6-0,9 cm compr., séssil, pubescente, estilete 1,0-1,2 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 2,5-4,5 × 0,6-1,1 cm, estreitamente elípticos, velutinos, marrons. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Caetité, Loteamento - Upa, 21-III-2018, J.D. Teixeira 20 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Anguera, Fazenda Retiro, ca. 18 km de Feira de Santana na estrada de Feijão, sentido Ipirá, 22-V-2007, D. Cardoso & R.M. Santos 1940 (HUEFS); Itaeté: Estrada para o Poço Encantado, 19-I-2008, D. Cardoso et al. 2279 (HUEFS).
É uma espécie com distribuição do Paraguai a Argentina (Queiroz 2009Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana.), sendo também encontrada no leste e sudeste da América do Sul (Queiroz 2016Queiroz, L.P. 2016. Dioclea Kunth. In: M.G.L. Wanderley, G.J. Shepherd, T.S. Melhem, A.M. Giulietti & S.E. Martins (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, pp. 313-318.). No Brasil abrange áreas de Caatinga (stricto sensu), carrasco, mata ciliar ou de galeria, floresta estacional decidual, floresta estacional semidecidual, floresta ombrófila e floresta ombrófila mista das regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité é comumente encontrada em solos argilosos e arenosos, em Caatinga, próximo às habitações, crescendo sobre outras árvores, em 890 m de altitude. Foi encontrada com flores e frutos em março.
Dioclea violacea pode ser reconhecida por apresentar pseudoracemos nodosos eretos e longos (20-38 cm compr.), com uma grande quantidade de flores (50-100). Outras características que também podem ser úteis na identificação desta espécie são as lacínias do cálice ovais amarronzadas, pétalas roxas, estandarte heterocromado roxo com máculas centrais amarelas e brancas, juntamente com os frutos velutinos.
12. Eriosema congestum Benth., Fl. Bras. 15(1B): 214. 1862.
Subarbusto ca. 40 cm alt.; ramos canaliculados, inermes, pubescentes. Estípulas 0,3-0,4 cm compr., ovais a lanceoladas, pubescentes, decíduas. Folhas trifolioladas, decíduas na antese; pecíolo 1,1-2 cm compr., pubescente; estipelas 2-3 mm compr., pubescentes, folíolos 1,8-5,3 × 0,7-2,4 cm compr., elípticos, papiráceos, concolores, base arredondada, ápice cuspidado a mucronado, margem inteira, pubescentes, com glândulas punctiformes, nervação eucamptódroma. Racemos axilares e terminais, 1,6-4,6 cm compr., 1-5 flores; brácteas 2-4 mm compr., cimbiformes, decíduas; bractéolas não observadas. Flores 0,8-1,2 cm compr., pediceladas; cálice 0,8-1,1 cm compr., campanulado, pubescente, amarronzado, estriado, lacínias deltoides a estreitamente triangulares, pubescentes, amarronzadas com estrias; pétalas amarelas; estandarte 0,7-0,9 cm compr., oval, ápice retuso, pubescente, monocromado; alas 0,5-0,6 cm compr., falcadas, pubescentes; pétalas da quilha 0,6-0,7 cm compr., falcadas, pubescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 0,4-0,5 cm compr., anteras isomórficas ovário 0,2-0,3 cm compr., séssil, barbado, estilete 0,3-0,4 cm compr., reto, glabro. Legumes 2-2,1 × 0,9-1,0 cm, estreitamente elípticos, pubescentes, marrom claro. Sementes 0,5-0,7 × 0,2-0,3 cm compr., ovoides, marrons com máculas pretas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Comunidade João Barroca, 27-II-2018, J.D. Teixeira 16 (HUNEB-Coleção Caetité). Material Adicional: BRASIL. bahia: Abaíra: Distrito de Catolés, Catolés de cima. Morro do Cuscuzeiro, 20-IX-1999, T.S. Nunes et al. 81 (HUEFS); Érico Cardoso: Vereda. Estrada Capão, 5-VII-2001, T. Ribeiro et al. 370 (HUEFS).
Eriosema congestum é endêmica do Brasil (Oliveira et al. 2018Oliveira, A.C.S., Fortuna-Perez, A.P. & Santos-Silva, J. 2018. Os gêneros Eriosema e Rhynchosia (Leguminosae-Papilionoideae-Phaseoleae) no nordeste brasileiro. Rodriguésia 69: 1825-1850., Cândido et al. 2019Cândido, E.S., Vargas, W., Bezerra, L.M.P.A., Mansano, V.F., Vatanparast, M., Lewis, G.P., Tozzi, A.M.G.A., Fortuna-Perez, A.P. 2019. Taxonomic synopsis of Eriosema (Leguminosae: Papilionoideae, Phaseoleae) in Brazil. Phytotaxa 416: 91-137.), onde ocorre nos Estados do Norte (Pará), Nordeste (Bahia, Piauí), Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul) e Sudeste (Minas Gerais), nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga e Cerrado (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Cresce em vegetação de Cerrado, campos rupestres e bordas de mata seca (Cândido et al. 2016Cândido, E. S., Vargas, W., Vatanparast, M., Mansano, V.F., Machado, S.R. & Fortuna-Perez, A.P. 2016. A New Species of Eriosema (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) from Mato Grosso do Sul, Brazil, with a Secretory Structure Novel to the Genus. Phytotaxa 163: 122-130., 2019). Em Caetité foi verificada em Cerrado s.s., em solos arenosos, acima de 900 m de altitude. Flores e frutos foram observados no mês de fevereiro.
Diferencia-se das demais espécies da área de estudo com flores amarelas por ser uma planta subarbustiva com estípulas e folhas decíduas na antese, com ramos canaliculados, brácteas cimbiformes, cálice estriado, estandarte oval, ovário barbado e sementes ovoides marrons com máculas pretas.
13. Erythrina speciosa Andrews, Bot. Repos. 7: pl. 443. 1806.
Nomes populares: mulungu-do-litoral, erithrina, candelabro, mulungú.
Arbusto ca. 3 m alt.; ramos cilíndricos, com acúleos, escamosos e estriados, pubescentes a glabrescentes. Estípulas 0,5-0,7 cm compr., deltoides, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 10-27 cm compr., pubescente a glabrescente; estipelas 1-2 mm compr., glabrescentes; folíolos 10-14 × 11-18 cm, largamente elípticos, papiráceos, discolores, base subcordada, ápice retuso a obtuso, margem inteira, velutinos a pubescentes, nervação reticulódroma. Racemos axilares, 23-28 cm compr., 40-65 flores; brácteas não observadas; bractéolas 4-6 mm compr., deltoides, pubescentes a velutinas, marrons. Flores 2,5-9 cm compr., pediceladas; cálice 0,5-2 cm compr., campanulado, pubescente, amarronzado, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes a velutinas, amarronzadas; pétalas vermelhas; estandarte 2-8,5 cm compr., estreitamente elíptico, ápice emarginado, glabrescente, monocromado; alas 1,2-3,5 cm compr., falcadas, glabrescentes; pétalas da quilha 0,8-1,8 cm compr., falcadas, glabras; androceu diadelfo, 9+1 estames, 1,5-6,5 cm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, 2-6,5 cm compr., seríceo, estípite 0,8-1,5 cm compr., estilete 1-2,1 cm compr., reto, glabrescente. Legumes 10-18 × 0,6-0,8 cm, estreitamente elípticos, glabrescentes a seríceos, pretos. Sementes 0,8-1,0 × 0,4-0,6 cm, oblongas, marrons com máculas lineares claras.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Santa Luzia, 27-VIII-2018, J.D. Teixeira 28 (HUNEB-Coleção Caetité); idem, Comunidade de Campinas, 31-VIII-2010, L.V. Vasconcelos et al. 389 (HUNEB-Coleção Caetité).
Erythrina speciosa é endêmica do Brasil, conhecida apenas dos domínios fitogeográficos do Cerrado e da Mata Atlântica, em vegetações de mata ciliar ou de galeria, floresta ombrófila (= floresta pluvial) e restinga, sendo encontrada em praticamente todas as regiões do Brasil, exceto na região Norte (Martins 2020Martins, M.V. 2020. Erythrina in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB29677 (acesso em 10-IX-2020.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Em Caetité cresce em Cerrado s.s. e mata de galeria, sobre solos argilosos, em altitude de 1.000 m. Apresenta flores e frutos em agosto.
Pode ser reconhecida pelos seus ramos escamosos e estriados, folíolos largamente elípticos, maiores que as demais espécies da área de estudo (10-14 × 11-18 cm vs.0,6-14,1 × 0,4-9,1 cm). Possui racemos axilares com 40-65 flores, ovário estipitado e estilete reto. Os seus frutos têm coloração preta com sementes oblongas, marrons com máculas lineares claras. Esta espécie, assim como Erythrina velutina, apresenta o hábito lenhoso, folhas trifolioladas, com folíolo de ápice variando de retuso a obtuso e nervação reticulódroma, por isso podem ser confundidas. Entretanto, diferenciam-se principalmente pelo hábito arbustivo (vs. arbóreo em E. velutina), pelos folíolos largamente elípticos (vs. ovais) e pelas pétalas vermelhas (vs. laranjas).
14. Erythrina velutina Willd., Ges. Naturf. Freunde Berlin Neue Schriften 3: 426. 1801.
Nomes populares: mulungu, suína, canivete, corticeira.
Árvore ca. 10 m alt.; ramos cilíndricos, com acúleos pretos, estriados, glabrescentes, os mais jovens velutinos. Estípulas 0,7-0,9 cm compr., estreitamente triangulares, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 5-9 cm compr., pubescente a flocoso; estipelas 1-2 mm compr., pubescentes; folíolos 2-7 × 2,3-7 cm, ovais, membranáceos, concolores, base truncada a obtusa, ápice retuso a obtuso, margem inteira, pubescentes, quando jovem velutinos, nervação reticulódroma. Pseudoracemos não-nodosos, 8-16 cm compr., 6-8 flores; brácteas não observadas; bractéolas 0,2-0,5 cm compr., ovais a lanceoladas, amarronzadas, pubescentes. Flores 2,5-4,3 cm compr., pediceladas; cálice 1,9-2, 6 cm compr., campanulado, glabrescente, esverdeado, lacínias largamente elípticas, pilosas, amarronzadas; pétalas laranja; estandarte 4-4,5 cm compr., largamente elíptico, ápice retuso, glabro, heterocromado com máculas laterais amarelas; alas 1,6-2,4 cm compr., falcadas, glabrescentes; pétalas da quilha 1,3-1,8 cm compr., obovais, glabrescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 4,8-5,2 cm compr., anteras isomórficas, avermelhadas; ovário séssil, 1,8-2,2 cm compr., pubescente, estilete 2-2,1 cm compr., curvo, glabrescente. Fruto não observado.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Santa Luzia, 27-VIII-2018, J.D. Teixeira 30 (HUNEB-Coleção Caetité); idem, Comunidade de Campinas, 31-VIII-2010, L.V. Vasconcelos 391 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Cafarnaum, 23-VIII-2016, P.H.A. Melo & G.M. Marcusso 5385 (HUEFS).
Erythrina velutina pode ser encontrada no Peru, Equador, Venezuela, Colômbia, região do Caribe e Índia (Martins 2014Martins, M.V. 2014. Filogenia do Gênero Erythrina L. (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) e Revisão Taxonômica das Espécies Ocorrentes no Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.). No Brasil é conhecida em áreas de Cerrado e Caatinga das regiões Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe) e Sudeste (Minas Gerais) (Martins 2020Martins, M.V. 2020. Erythrina in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB29677 (acesso em 10-IX-2020.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Na área de estudo cresce em regiões de Caatinga e Cerrado s.s., associada aos solos argilosos, em 1.000 m de altura. Encontrada com flores no mês de agosto.
É reconhecida pela combinação das seguintes características: ramos estriados, velutinos quando jovens, com acúleos pretos, folíolos quando jovens velutinos e o pecíolo pubescente a flocoso. As suas flores são vistosas com lacínias do cálice largamente elípticas, pilosas, pétalas laranja, cujo estandarte apresenta máculas laterais amarelas, e anteras avermelhadas.
15. Galactia martii DC., Prodr. 2: 238.1825.
Subarbusto prostrado (ca. 30 cm alt.) ou trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, estriados, glabrescentes. Estípulas 2-3 mm compr., estreitamente triangulares, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 1,6-4,5 cm compr., pubescente; estipelas 1-2 mm compr., pubescentes; folíolos 1,5-4,5 × 0,5-1,1 cm, lanceolados, cartáceos a papiráceos, discolores, base arredondada, ápice atenuado, margem inteira, pubescentes, nervação reticulódroma. Pseudoracemos nodosos, axilares, 2,5-3,2 cm compr., 1-4 flores, brácteas não observadas; bractéolas 3-5 mm compr., estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas. Flores 1,1-2,2 cm compr., pediceladas, zigomorfas; cálice 1,2-1,8 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado, lacínias lanceoladas, pubescentes, esverdeadas; pétalas róseas; estandarte 1,4-1,9 cm compr., elíptico, ápice retuso, glabrescente, heterocromado com máculas centrais amarelas e brancas; alas 1,2-1,5 cm compr., falcadas, glabrescentes; pétalas da quilha 0,9-1,5 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu monadelfo, 10 estames, 1,1-1,4 cm compr., anteras isomórficas; ovário 0,6-1 cm compr., séssil, pubescente, estilete 0,8-1,4 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 1,4-2,5 × 0,3-0,4 cm, estreitamente elipsóides, glabrescentes, marrons. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Brejinho das Ametistas, Passagem da Pedra, 24-IX-2008, C.E. Silveira Junior & L.G.A. Santos 14 (HUNEB-Coleção Caetité); Moitados Porcos, 13-III-2018, J.D. Teixeira 17 (HUNEB-Coleção Caetité).
Galactia martii é encontrada em áreas tropicais, subtropicais e quentes, especialmente na América, Ásia e África (Burkart 1971Burkart, A. 1971. El género Galactia (Leg. Phaseoleae) en Sudamérica con especial referencia a la Argentina y paises vecinos. Darwiniana 16: 663-796.). Ocorre nos domínios da Caatinga e do Cerrado, em vegetação de campo de altitude e de campo rupestre (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.) na Bahia, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina (Fortunato 2016Fortunato, R.H. 2016. Galactia P. Br. In: M.G.L. Wanderley, G.J. Shepherd, T.S. Melhem, A.M. Giulietti & S.E. Martins (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Online, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, pp. 326-332.). Na área de estudo foi encontrada em Cerrado s.s., sobre solos argilosos com afloramentos rochosos, em 950 m de altitude. Flores e frutos foram observados de março e setembro.
Esta espécie é facilmente separada das demais espécies de Caetité pelos seus folíolos lanceolados com ápice atenuado, inflorescência com poucas flores, geralmente, quatro, cujas pétalas são róseas e o estandarte possui máculas amarelas e brancas na porção central. Pode ser confundida com Galactia striata pelas folhas trifolioladas, cujos folíolos são pubescentes, pseudoracemos nodosos axilares, bractéolas estreitamente triangulares, pétalas róseas, estandarte elíptico, com ápice retuso, contudo, diferenciam-se principalmente pelo formato dos folíolos (lanceolados vs. elípticos em G. striata) e pelo androceu monadelfo (vs. diadelfo).
16. Galactia striata (Jacq.) Urb., Symb. Antill. 2(2): 320. 1900.
Nomes populares: galáctia, galáxia.
Trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, pubescentes nos ramos jovens. Estípulas 2-4 mm compr., triangulares a elípticas, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 0,8-2,5 cm compr., pubescente; estipelas 1-3 mm compr., glabrescentes; folíolos 1-3,9 × 0,5-2 cm, elípticos, membranáceos, concolores, base arredondada, ápice arredondado a obtuso, margem inteira, pubescentes, nervação broquidódroma. Pseudoracemos nodosos, axilares, 9,1-14,2 cm compr., 2-8 flores; brácteas não observadas; bractéolas 3-5 mm compr., estreitamente triangulares, pubescentes, amarronzadas. Flores 1,1-1,5 cm compr., pediceladas, zigomorfas; cálice 0,6-0,8 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; pétalas róseas; estandarte 0,6-0,8 cm compr., elíptico, ápice retuso, glabro, heterocromado com máculas centrais rosa escuro e amarelas; alas 0,6-0,8 cm compr., falcadas, glabras; pétalas da quilha 0,7-0,9 cm compr., falcadas, glabras; androceu diadelfo, 9+1 estames, 0,7-0,9 cm compr., anteras isomórficas; ovário 0,5-0,6 cm compr., séssil, pubescente, estilete 0,4-0,7 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 2,2-4,5 × 0,2-0,4 cm, estreitamente elipsoides, pubescentes, verdes. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Maniaçu, 12-XI-2017, J.D. Teixeira 3 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Urandí, Serra Geral, caminho para o rio Raízes, Ponto 1, 4-VIII-2009, M.L. Guedes et al. 15742 (HUEFS); Serra do Orobó, Fazenda Bom Jardim, 26-V-2005, L.P. Queiroz et al. 10687 (HUEFS).
Galactia striata distribui-se desde o sul dos Estados Unidos até o norte e nordeste da Argentina. No Brasil ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Pará), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul) (Queiroz 2009Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana., BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité é encontrada em áreas de Caatinga, crescendo em beira de estradas, sobre solos arenosos e argilosos, em altitudes que variam entre 800 a 890 m. Flores e frutos foram observados em novembro.
Distingue-se das demais espécies da área de estudo por ser uma trepadeira com ramos jovens pubescentes e folíolos elíptico com base e ápice arredondados. As suas pétalas apresentam coloração róseas e o estandarte heterocromado com máculas centrais amarelas e rosa escuro. Os seus frutos são estreitamente elipsoides e verdes.
17. Macroptilium atropurpureum (DC.) Urb., Symb. Antill. 9 (4): 457.1928.
Nome popular: siratro.
Subarbusto ereto ou prostrado, 0,3-1 m alt.; ramos cilíndricos, inermes, estriados, pubescentes ou vilosos. Estípulas 0,5-0,7 cm compr., elípticas, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 1-4,6 cm compr., velutino; estipelas 2-3 mm compr., pubescentes; folíolos 1-5,1 × 0,8-3,5 cm, elípticos a ovais, membranáceos, discolores, base truncada a obtusa, ápice arredondado a cuspidado, margem inteira, pubescentes a velutinos, nervação camptódroma. Pseudoracemos nodosos, axilares, 15-30 cm compr., 2-6 flores; brácteas 3-5 mm compr., localizada abaixo da base do pedúnculo, estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; bractéolas 2-3 mm compr., estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas. Flores 1,5-3,5 cm compr., pediceladas, assimétricas; cálice 0,5-0,8 cm compr., tubuloso, pubescente, esverdeado com máculas avermelhadas, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas com máculas vináceas; pétalas atropurpúreas; estandarte 1-1,2 cm compr., elíptico, ápice arredondado, glabro, heterocromado, esverdeado com máculas vináceas; alas 1-1,3 cm compr., obovais, glabras; pétalas da quilha 1-1,3 cm compr., falcadas, glabras; androceu diadelfo, 9+1 estames, 0,9-1,2 cm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, 0,8-1,1 cm compr., pubescente, estilete 0,4-0,6 cm compr., curvo, pubescente próximo ao ápice. Legumes 6,1-8,5 × 0,4-0,6 cm, estreitamente elípticos, pubescentes, verdes e amarronzados. Sementes 0,3-0,4 × 0,5-0,8 cm, oblongas, marrons com máculas pretas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Br-030-Caetité-Guanambi, 31-I-2018, J.D. Teixeira 15 (HUNEB-Coleção Caetité); UNEB, Campus VI, 14-III-2015, J.J.S. Ferreira 44 (HUNEB-Coleção Caetité).
Macroptilium atropurpureum é uma espécie subespontânea no Brasil (São-Mateus et al. 2013São-Mateus, W.M.B., Cardoso, D., Jardim, J.G. & Queiroz, L.P. 2013. Papilionoideae (Leguminosae) na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil. Biota Neotropica 13: 316-362.), com ocorrências confirmadas no Norte (Pará), Nordeste (Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe), Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina), em todos os domínios fitogeográficos (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité cresce em vegetação de Caatinga e de Cerrado s.s., sobre solos arenosos e argilosos, entre 800 e 1.000 m de altitude, podendo ainda ser encontrada em áreas antropizadas, como beira de estradas e terrenos baldios. Floresce e frutifica nos meses iniciais do ano (janeiro e março).
É reconhecida por ser uma planta subarbustiva ereta ou prostrada, com ramos pubescentes ou vilosos e folíolos elípticos a ovais, velutinos com nervação camptódroma. Suas bractéas são estreitamente triangulares e as lacínias do cálice são esverdeadas e com máculas avermelhadas.
18. Macroptilium lathyroides (L.) Urb., Symb. Antill. 9(4): 457.1928.
Nome popular: feijão
Subarbusto ereto, ca. 30 cm alt.; ramos cilíndricos, inermes, estriados, pubescentes. Estípulas 0,4-0,5 cm compr., estreitamente triangulares, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 1,5-2,6 cm compr., pubescente; estipelas 1-3 mm compr., pubescentes; folíolos 2,1-4,3 × 0,8-1,1 cm, deltoides, membranáceos, discolores, base truncada, ápice atenuado a cuneado, margem inteira, pubescentes, nervação boquidódroma. Pseudoracemos nodosos, axilares 2-4,5 cm compr., 1-5 flores; brácteas 3-5 mm compr., localizada abaixo da base do pedúnculo, estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; bractéolas 1-3 mm compr., lanceoladas, pubescentes, esverdeadas. Flores 1-1,5 cm compr., pediceladas, assimétricas; cálice 0,5-0,8 cm compr., tubuloso, seríceo, esverdeado com máculas avermelhadas; lacínias lanceoladas, seríceas, esverdeadas; pétalas alaranjadas; estandarte 0,9-1,3 cm compr., elíptico, ápice retuso, pubescente, monocromado; alas 1,0-1,4 cm compr., obovais, glabrescentes; pétalas da quilha 0,9-1,3 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 1,2-2,5 cm compr.; anteras isomórficas; ovário 0,8-1 cm compr., séssil, pubescente, estilete 0,4-0,6 cm compr., curvo, pubescente próximo ao ápice. Legumes 7,2-9,1 × 0,2-0,3 cm, estreitamente elípticos, pubescentes, amarronzados. Sementes 0,3-0,4 × 0,1-0,2 cm, lineares a oblongas, pretas com finas máculas marrom clara.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Fazenda Capão de Plástico, 19-V-2009, M.S. Silva et al. 31 (HUNEB-Coleção Caetité); Loteamento-Upa, 21-III-2018, J.D. Teixeira 18 (HUNEB-Coleção Caetité). Material Adicional: BRASIL. bahia: Entre Rios, Fazenda Rio do Negro. Residual Stands of the Atlantic Forest, 21-IV-2009, A.V. Popvkin 561 (HUEFS); Malhada, Rod. Para o distrito de Cana Brava, 3,5 km ao S da Cidade, 2-IV-2001, J.G. Jardim et al. 3414 (HUEFS).
Distribui-se por toda América Tropical (Marechal et al. 1978Marechal, R., Mascherpa, J. & Stainier, F. 1978. Etude taxonomique d’un groupe complexe d’espècies des genres Phaseolus et Vigna (Papilionionaceae) sur la base de donées morphologiques et polliniques, traitées par l’analyse informatique. Boissiera 28: 1-273.). É nativa do Brasil, podendo ser encontrada em todas as regiões, crescendo em vegetação de Caatinga (stricto sensu), mata ciliar ou de galeria, floresta estacional semidecidual, floresta ombrófila (= floresta pluvial) e em restingas (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Na área de estudo é observada em áreas de Caatinga e antropizadas, sobre solo arenoso, em altitudes que variam entre 850 a 950 m. Encontrada com flores em março e maio.
A combinação do hábito subarbustivo, folíolos deltoides e inflorescência do tipo pseudoracemo nodoso, cujas flores possuem cálice tubuloso, estilete pubescente no ápice e sementes lineares a oblongas permitem um fácil reconhecimento desta espécie. Assim como Macroptilium atropurpureum apresenta o hábito subarbustivo, folhas trifolioladas, inflorescências paucifloras (1-6), alas obovais, além das máculas avermelhadas no cálice, contudo, diferenciam-se pela forma (deltoides vs. elípticos a ovais em M. atropurpureum), nervação dos folíolos (boquidódroma vs. camptódroma) e pela cor das pétalas (alaranjada vs. atropurpúrea).
19. Mysanthus uleanus (Harms) G.P. Lewis & A. Delgado, Kew Bull. 49(2): 345. 1994.
Trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, estriados, seríceos. Estípulas 0,1-0,2 cm compr., deltoides, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 2-3,5 cm compr., pubescente a piloso; estipelas 1-3 mm compr., pubescentes; folíolos 3,5-6 × 1,8-2,7 cm, deltoides a lanceolados, cartáceos, discolores, base truncada a obtusa, ápice agudo, margem inteira, pubescentes a seríceos, nervação reticulódroma. Pseudoracemos nodosos, axilares, 30-48 cm compr., 8-20 flores; brácteas não observadas; bractéolas 1-3 mm compr., estreitamente triangulares, pubescentes, amarronzadas. Flores 1,5-2,5 cm compr., pediceladas, assimétricas; cálice 0,3-0,5 cm compr., tubuloso, glabrescente, esverdeado, lacínias deltoides, seríceas, esverdeadas; pétalas rosa-claras; estandarte 0,8-1,5 cm compr., elíptico, ápice emarginado, glabrescente, heterocromado com máculas róseas, alas 1-1,5 cm compr., brancas com finas máculas róseas, obovais, glabras; pétalas da quilha 0,9-1,1 cm compr., falcadas, glabras; androceu diadelfo, 9+1 estames, 1,1-1,3 cm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, 0,3-0,5 cm compr., seríceo, estilete 0,5-0,7 cm compr., curvo, pubescente. Legumes 3,5-5,0 × 0,6-0,8 cm, falcados, seríceos, amarronzados. Sementes 0,4-0,7 × 0,2-0,4 cm, oblongas, amarronzada com máculas pretas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Caminho para Brejinho de Ametista, 11-II-1997, L. Passos et al. 5453 (HUEFS); Caldeiras, 15-VI-2018, J.D. Teixeira 24 (HUNEB-Coleção Caetité).
Mysanthus uleanus é endêmica da Bahia (Queiroz 2009Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana.), onde ocorre nos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité é observada em áreas de solos areno-argilosos da Caatinga, crescendo em penhascos próximo as estradas, em 950 m de altitude. Encontrada com flores e frutos em junho.
Caracteriza-se por ser uma trepadeira, com ramos seríceos, pecíolo pubescente a piloso, com folíolos deltoides a lanceolados, pseudoracemos nodosos medindo até 48 cm, lacínias deltoides e frutos falcados. Esta espécie produz muitas flores por inflorescência (8-20) e pode ser confundida com as espécies de Macroptilium por apresentar folhas trifolioladas e flores semelhantes com cálice tubuloso e alas obovais. Entretanto, diferenciam-se principalmente pela coloração das pétalas rosa-clara em M. uleanus e atropurpúrea ou alaranjada nas espécies de Macroptilium.
20. Periandra coccinea (Schrad.) Benth., Comm. Legum. Gen. 58. 1837.
Trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, pubescentes. Estípulas 0,3-0,5 cm compr., triangulares, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 1,2-3,5 cm compr., pubescente; estipelas 2-5 mm compr., pubescentes; folíolos 1,6-7,2 × 0,8-3,8 cm, elípticos a ovais, papiráceos, discolores, base obtusa, ápice cuspidado, margem inteira, pubescentes, nervação broquidódroma. Inflorescências cimosas, axilares, 5,5-12,5 cm compr., 3-4 flores; brácteas não observadas; bractéolas 4-9 mm compr., lanceoladas, pubescentes, amarronzadas. Flores 1-3 cm compr., pediceladas; cálice 0,9-1,1 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado, quando jovem com máculas avermelhadas; lacínias lanceoladas, pubescentes, esverdeadas; pétalas vermelhas; estandarte 1-2,8 cm compr., elíptico, ápice retuso, sem um esporão na face adaxial, pubescente, monocromado; alas 1,1-2,3 cm compr., falcadas, glabrescentes; pétalas da quilha 1,8-3,1 cm compr., elípticas a falcadas, glabras; androceu diadelfo, 9+1 estames, 1,8-3,0 cm compr., anteras isomórficas; ovário 0,3-0,4 cm compr., séssil, pubescente, estilete 1,4-2,4 cm compr., curvo, glabro. Legumes 8-13 × 0,6-0,8 cm, estreitamente elípticos, glabrescentes, marrons. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Brejinho das Ametistas, 15-XI-2017, J.D. Teixeira 5 (HUNEB-Coleção Caetité); Passagem das Pedras, 18-V-2009, M.S. Silva et al. 21 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Maracás, ca. de 2 km do Cruzeiro, estrada a esquerda da 1° bifurcação, 11-III-2008, M.C. Dórea 63 (HUEFS); Senhor do Bonfim, Carrapichei-Serra de Santana, 11-IX-2005, V. Barreto & A.T. Nogueira 126 (HUEFS).
No Brasil ocorre nas regiões Norte (Pará, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte), Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité, Periandra coccinea cresce em vegetação de Caatinga, mata de galeria e em áreas de transição entre Caatinga-Cerrado, em solos argilosos ou arenosos, entre 950 a 1.000 m de altitude. Encontrada com flores entre os meses de maio e setembro.
Periandra coccinea caracteriza-se pelas inflorescências cimosas, axilares, com poucas flores vistosas por inflorescência, três ou quatro. As brácteas estão ausentes e suas flores possuem pétalas vermelhas e cálice com máculas avermelhadas quando jovem. No contexto das espécies de Phaseoleae s.l. ocorrentes em Caetité, assemelha-se a Periandra mediterranea pelas folhas trifolioladas, bractéolas e lacínias do cálice lanceoladas, e pelo estandarte elíptico com ápice retuso, mas podem ser diferenciadas pelo hábito (trepadeira vs. subarbusto em Periandra mediterranea), pela coloração das pétalas (vermelha vs. lilás) e do estandarte (monocromado vs. heterocromado).
21. Periandra mediterranea (Vell.) Taub., Nat. Pflanzenfam. 3(3): 359.1894.
Nomes populares: alcaçuz-da-terra, alcaçuz-do-Cerrado, alcaçuz-do-brasil, raiz-doce.
Subarbusto ca. 40 cm alt., ereto; ramos cilíndricos, inermes, glabrescentes, pubescentes nos ramos jovens. Estípulas 0,3-0,5 cm compr., triangulares, glabrescentes, nervação broquidódroma. Folhas trifolioladas; pecíolo 0,2-0,9 cm compr., glabrescente; estipelas 2-4 mm compr., glabrescentes; folíolos 1,5-4,6 × 0,3-1,2 cm, estreitamente elípticos, cartáceos, discolores, base aguda, ápice mucronado, margem inteira, pubescentes, nervação broquidódroma. Racemos terminais ou axilares, 0,6-1,2 cm compr., 1-3 flores; brácteas 4-5 mm compr., localizada próxima à base pedúnculo; bractéolas 3-4 cm compr., lanceoladas, pubescentes, esverdeadas. Flores 2-3 cm compr., pediceladas; cálice 0,4-0,7 cm compr., campanulado, tubo piloso, esverdeado sem mácula, lacínias lanceoladas, esverdeadas, pubescentes; pétalas lilás; estandarte 1,8-2,8 cm compr., elíptico, ápice retuso a emarginado, sem um esporão na face adaxial, pubescente, heterocromado com mácula central branca; alas 1,5-2,5 cm compr., falcadas, pubescentes; pétalas da quilha 1,6-2,2 cm compr., estreitamente elípticas, falcadas, pubescentes; androceu dialdelfo, 9+1 estames, 1,8-3 cm compr., anteras isomórficas; ovário 1,5-1,8 cm compr., séssil, pubescente, estilete 0,7-1,2 cm compr., curvo, pubescente no ápice. Fruto não observado.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Estrada da Capivara, transversal da estrada do antigo Urânio, 13-III-2002, H.P. Bautista et al. 3237 (HUEFS); Serra Geral, 11-IV-2018, J.D. Teixeira 23 (HUNEB-Coleção Caetité); nascente do Riacho Jatobá, 20-III-2013, J. Jr. Freire 18 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Miguel Calmon: Margem da Trilha da Barragem, 17-IV-2008, A.N. Araújo 9 (HUEFS); Palmeiras: Volta da Serra, 13-XI-2004, R. Funch 330 (HUEFS).
É uma planta adaptada a condições secas (Ducke 1953Ducke, A. 1953. As leguminosas de Pernambuco e Paraíba. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 51: 417-461.), que no Brasil ocorre em todas as regiões, nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, em diferentes ambientes (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité é encontrada em Cerrado s.s., formando pequenas populações em solos arenosos, acima de 900 m de altitude. Flores foram observadas no mês de março e abril.
Periandra mediterranea caracteriza-se por ser um subarbusto ereto, folíolos estreitamente elípticos com ápice mucronado, poucas flores por inflorescência (uma ou três), cálice com tubo piloso e pétalas lilás.
22. Rhynchosia edulis Griseb., Abh. Königl. Ges. Wiss. Göttingen 19: 123-124. 1874.
Trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, pubescentes; tricomas glandulares de base bulbosa presente em toda planta. Estípulas 0,2-0,4 cm compr., triangulares, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 1,7-2,8 cm compr., pubescente; estipelas 1-2 mm compr., pubescentes; folíolos 1,5-3 × 1,8-2,5 cm, ovais, membranáceos, discolores, base truncada, ápice cuneado, margem inteira, pubescentes, com glândulas punctiformes na face abaxial (castanhas e pretas), nervação broquidódroma. Racemos axilares, 4-11 cm compr., 6-9 flores; brácteas não observadas; bractéolas ausentes. Flores 0,7-1,2 cm compr., pediceladas; cálice 0,6-1 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado; lacínias estreitamente triangulares, pubescentes com glândulas punctiformes, esverdeadas; pétalas amarelas; estandarte 0,6-1 cm compr., elíptico, ápice arredondado, pubescente com glândulas punctiformes, heterocromado com mácula central vinácea; alas 0,6-0,8 cm compr., falcadas, glabras; pétalas da quilha 0,5-0,7 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 0,6-0,8 cm compr., anteras isomórficas; ovário 0,2-0,3 cm compr., séssil, pubescente, com glândulas punctiformes; estilete 0,5-0,6 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 0,5-1,5 × 0,2-0,6 cm, oblongos, pubescentes com glândulas punctiformes, marrom escuro. Sementes 0,3-0,5 × 0,2-0,3 cm, largamente elípticas, não bicolores, marrons.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, BR-030, próxima a EMBASA, 21-V-2019, J.D. Teixeira 44 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Milagres, Morro pé de Serra,18-III-1997, F. França et al. 2164 (HUEFS); Rui Barbosa: Serra de Orobó. Fazenda Bom Jardim, 26-V-2005, L.P. Queiroz et al. 10641 (HUEFS); Senhor do Bonfim: Fazenda Passaginha, subida da Serra da Maravilha, 14-VII-2005, D. Cardoso et al. 746 (HUEFS).
Ocorre do México ao norte da Argentina ao Paraguai (Grear 1978Grear, J.W. 1978. A revision of the new world species of Rhynchosia (Leguminosae-Faboideae). Memoirs of the New York botanical Garden 31: 1-168.). No Brasil, é encontrada no Nordeste (Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina), crescendo nos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Em Caetité ocorre em Caatinga, sobre solos arenosos, em altitudes de 890 m. Encontrada com flores e frutos no mês de maio.
É reconhecida principalmente por apresentar tricomas glandulares de base bulbosa em toda planta. Além das pétalas amarelas com mácula central vinácea no estandarte. Pode ser confundida com Rhynchosia minima (L.) DC., por apresentar glândulas punctiformes nos folíolos. No entanto, pode ser diferenciada pela coloração das glândulas dos folíolos, do estandarte e na forma do fruto. R. edulis apresenta glândulas castanhas e pretas apenas na face abaxial dos folíolos, enquanto que em R. minima as glândulas são amarelas ou castanhas e estão presentes em ambas as faces dos folíolos. Além disso, R. edulis possui estandarte heterocromado com mácula central vinácea e frutos oblongos, enquanto em R. minima este é monocromado (amarelo) e o fruto é falcado.
23. Rhynchosia melanocarpa Grear, Mem. Bot. Nova York. Gard. 31: 43. 1978.
Nomes populares: feijão-do-mato, olho-de-cabra, olho-de-pombo.
Trepadeiras; ramos cilíndricos, inermes, estriados, pubescentes; tricoma glandular de base bulbosa ausente. Estípulas 0,4-0,6 cm compr., estreitamente triangulares, pubescentes, com glândulas punctiformes. Folhas trifolioladas; pecíolo 1,8-3 cm compr., pubescente, com glândulas punctiformes; estipelas não observadas; folíolos 2-6,2 × 1,5-5 cm, ovais, membranáceos, discolores, base arredondada, ápice agudo a cuneado, margem inteira, pubescentes, com glândulas punctiformes na face abaxial, nervação reticulódroma. Racemos axilares, 8-19,1 cm compr., 10-25 flores; brácteas 3-5 mm compr., ovais, pubescentes, esverdeadas; bractéolas não observadas. Flores 0,6-1,1 cm compr., pediceladas; cálice 0,3-0,4 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado com máculas vináceas, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas com máculas vináceas; pétalas amarelas; estandarte 0,5-0,7 cm compr., oboval, ápice arredondado, pubescente, monocromado; alas 0,4-0,6 cm compr., estreitamente oblongas, glabrescentes; pétalas da quilha 0,3-0,5 cm compr., falcadas, glabrescentes; androceu diadelfo, 9+1 estames, 0,3-0,4 cm compr., anteras isomórficas; ovário 0,2-0,3 cm compr., séssil, pubescente, estilete 0,2-0,3 cm compr., curvo, pubescente. Legumes 1,3-2× 0,5-0,7 cm, oblongos, pubescentes com glândulas punctiformes, marrons. Sementes 0,4-0,5 × 0,2-0,3 cm, largamente elípticas, bicolores, pretas e vermelhas, a parte vermelha restrita apenas ao redor do hilo.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Caldeiras, 15-VI-2018, J.D. Teixeira 25 (HUNEB-Coleção Caetité).
Material Adicional: BRASIL. bahia: Rui Barbosa: Serra do Orobó, Fazenda Bom Jardim, 26-V-2005, L.P. Queiroz et al. 10671 (HUEFS); Senhor do Bomfim: Fazenda Passaginha, Subida de Serra da Maravilha, 14-VII-2005, D.L. Cardoso et al. 740 (HUEFS).
Ocorre no Sudeste do Arizona, México e se estende da América Central a América do Sul (Grear 1978Grear, J.W. 1978. A revision of the new world species of Rhynchosia (Leguminosae-Faboideae). Memoirs of the New York botanical Garden 31: 1-168.). No Brasil, Rhynchosia melanocarpa é verificada nas regiões Norte (Amazonas, Pará), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão), Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná), onde cresce nos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527., Oliveira et al. 2018Oliveira, A.C.S., Fortuna-Perez, A.P. & Santos-Silva, J. 2018. Os gêneros Eriosema e Rhynchosia (Leguminosae-Papilionoideae-Phaseoleae) no nordeste brasileiro. Rodriguésia 69: 1825-1850.). Em Caetité ocorre em vegetação de Caatinga, próximo à beira de estradas, sobre solos arenosos, em altitudes acima de 900 m. Encontrada com flores e frutos em junho.
Rhynchosia melanocarpa apresenta glândulas punctiformes revestindo o pecíolo, estípulas, na face abaxial dos folíolos e frutos. Seus folíolos são ovais com base arredondada, o cálice é esverdeado com máculas vináceas, estandarte oboval com ápice arredondado e alas estreitamente oblongas, suas sementes apresentam coloração preta e vermelha apenas ao redor do hilo. Compartilha com R. edulis o hábito volúvel, as folhas trifolioladas e as pétalas amarelas, o que pode levar a uma identificação incorreta. Estas espécies podem ser diferenciadas principalmente pela coloração das sementes (preta e vermelha apenas ao redor do hilo vs. marrons em R. edulis).
24. Rhynchosia minima (L.) DC., Prodr. [A.P. de Candolle] 2: 385. 1825.
Nomes populares: favinha-brava, favinha-do-campo, timbozinho, feijão-bravo, feijãozinho.
Trepadeira; ramos canaliculados, inermes, pubescentes; tricoma glandular de base bulbosa ausente Estípulas 3-4 mm compr., triangulares, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 1,5-3,1 cm compr., pubescente; estipelas 0,7-1 mm compr., glabrescentes; folíolos 0,6-2,5 × 0,7-3,5 cm, elípticos a ovais, membranáceos, concolores, base obtusa, ápice cuneado, margem inteira, pubescentes, com glândulas punctiformes em ambas as faces (amarelas ou castanhas), nervação camptódroma. Racemos axilares, 1,5-14 cm compr., 4-28 flores; brácteas não observadas; bractéolas 1-3 mm compr., ovais, pubescentes, esverdeadas. Flores 0,3-0,6 cm compr., pediceladas; cálice 0,4-0,6 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, com glândulas punctiformes, esverdeadas; pétalas amarelas; estandarte 0,4-0,6 cm compr., elíptico, ápice retuso a arredondado, pubescente com glândulas punctiformes, monocromado; alas 0,3-0,5 cm compr., falcadas, glabras; pétalas da quilha 0,4-0,5 cm compr., falcadas, glabras; androceu diadelfo, 9+1 estames, 0,2-0,3 cm compr., anteras isomórficas; ovário 0,1-0,2 cm compr., séssil, pubescente, estilete 0,2-0,3 cm compr., curvo, glabrescente. Legumes 1,8-2 × 0,4-0,5 cm, falcados, pubescentes com glândulas punctiformes, marrons. Sementes 0,3-0,4 × 0,2-0,3 cm, lineares a oblongas, não bicolores, pretas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, BR 030, Caetité-Guanambi, 31-I-2018, J.D. Teixeira 14 (HUNEB-Coleção Caetité); Caetité-UNEB, Campus VI, 5-VI-2015, J.J.S. Ferreira 14 (HUNEB-Coleção Caetité).
Rhynchosia minima apresenta distribuição cosmopolita, podendo ser encontrada em várias regiões tropicais do mundo, sendo amplamente distribuída nas Américas (Grear 1978Grear, J.W. 1978. A revision of the new world species of Rhynchosia (Leguminosae-Faboideae). Memoirs of the New York botanical Garden 31: 1-168.). É nativa do Brasil, ocorrendo de Norte a Sul, nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal (BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527., Oliveira et al. 2018Oliveira, A.C.S., Fortuna-Perez, A.P. & Santos-Silva, J. 2018. Os gêneros Eriosema e Rhynchosia (Leguminosae-Papilionoideae-Phaseoleae) no nordeste brasileiro. Rodriguésia 69: 1825-1850.). Em Caetité, cresce associada à vegetação de Caatinga, podendo também ser verificada em áreas antropizadas, sobre solos arenosos, em altitude que variam entre 800 a 1.000 m. Flores e frutos foram observados no período de janeiro a junho.
Dentre as espécies com pétalas amarelas que ocorre em Caetité, é a única espécie com frutos falcados. Os folíolos diminutos (0,6-2,5 × 0,7-3,5 cm compr.), elíptico a ovais, com glândulas punctiformes em ambas as faces, os racemos longos (1,5-14 cm compr.) e as flores pequenas (0,3-0,6 cm compr.) também ajudam na sua identificação.
Espécies de Phaseoleae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) ocorrentes no município de Caetité, BA, Brasil. a-f. Rhynchosia minima (L.) DC. a. hábito; b. folíolos; c. inflorescência; d. flor; e-f. fruto. g-i. Vigna adenantha (G. Mey.) Maréchal. g. folíolos; h. flor; i. fruto. Fotos: Jaqueline Dias.
Figure 12. Species of Phaseoleae s.l. occurring in the municipality of Caetité, Bahia, Brazil. a-f. Rhynchosia minima (L.) DC. a. habit; b. leaflets; c. inflorescence; d. flower; e-f. fruit. g-i. Vigna adenantha (G. Mey.) Maréchal. g. leaflets; h. flower; i. fruit. Photos: Jaqueline Dias.
25. Vigna adenantha (G. Mey.) Maréchal, Mascherpa & Stainier, Taxon 27(2/3): 202. 1978.
Trepadeira; ramos cilíndricos, inermes, estriados, glabrescentes, os mais jovens pubescentes. Estípulas 0,3-0,5 cm compr., ovais a lanceoladas, pubescentes. Folhas trifolioladas; pecíolo 2-4,5 cm compr., piloso; estipelas 1-3 mm compr., glabrescentes; folíolos 1,8-8 × 1,5-5 cm, lanceolados a ovais, membranáceos, discolores, base obtusa a arredondada, ápice agudo a atenuado, margem inteira, pubescentes, nervação reticulódroma. Pseudoracemos nodosos, axilares, 4-12 cm compr., 1-3 flores; brácteas não observadas; bractéolas 2-5 mm compr., ovais a lanceoladas, amarronzadas, pubescentes. Flores 2,8-3,7 cm compr., pediceladas, assimétricas; cálice 1,5-2 cm compr., campanulado, pubescente, esverdeado, lacínias estreitamente triangulares, pubescentes, esverdeadas; pétalas roxas; estandarte 1,8-2,2 cm compr., elíptico, ápice emarginado, glabrescente, heterocromado com máculas centrais lilás; alas 2,8-3,5 cm compr., brancas com máculas lilás, arredondadas, glabras; pétalas da quilha 3,8-4,5 cm compr., cocleadas, glabras; androceu diadelfo, 9+1 estames, 4,5-7 cm compr., filetes emaranhados na quilha, anteras isomórficas; ovário séssil, 1-1,5 cm compr., velutino, estilete 3,4-6,1 cm compr., pubescente próximo e no ápice, curvo. Legumes 6-8,1× 0,5-0,6 cm, oblanceolados, velutinos, verdes. Sementes não observadas.
Material Examinado: BRASIL. bahia: Caetité, Santa Luzia, 27-VIII-2018, J.D. Teixeira 32 (HUNEB-Coleção Caetité).
Vigna adenantha é original da América tropical (Snak, 2011Snak, C. 2011. Phaseolinae Benth. (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) no Estado do Paraná, Brasil. Relatório Final - Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Universidade Federal do Paraná. Curitiba.). No Brasil é encontrada na Amazônia, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins (Snak 2011Snak, C. 2011. Phaseolinae Benth. (Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae) no Estado do Paraná, Brasil. Relatório Final - Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Universidade Federal do Paraná. Curitiba., BFG 2018BFG (The Brazil Flora Group). 2018. Brazilian flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). No município de Caetité ocorre próximo a riachos, em vegetação de mata de galeria, sobre solos argilosos, em 1.000 m de altitude. Foi coletada com flores e frutos em agosto.
Pode ser reconhecida por ser uma trepadeira, com folíolos lanceolados a ovais, pecíolo piloso, racemos axilares com flores vistosas, cujas pétalas são brancas com mácula central lilás e quilha cocleada, nas quais os filetes estão emaranhados com várias voltas, além das alas com formato arredondado e ovário velutino.
Agradecimentos
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, pela concessão da Bolsa de Mestrado ao segundo Autor. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (Proc. no 160015/2019-7) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ (Proc. no E-26/202.501/2019), pela Bolsa concedida à terceira Autora. Aos curadores e aos técnicos dos Herbários visitados (HUEFS, HUNEB - Coleção Caetité), pelo acolhimento durante a consulta às coleções. À Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas-Campus VI, pelo suporte nas expedições de coleta.
Literatura citada
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
22 Nov 2021 -
Data do Fascículo
2021
Histórico
-
Recebido
22 Abr 2020 -
Aceito
14 Out 2020