Acessibilidade / Reportar erro

Briófitas do Herbário Central da Universidade Federal do Espírito Santo (VIES), Estado do Espírito Santo, Brasil

Bryophytes from the Central Herbarium or the Universidade Federal do Espírito Santo (VIES), Espírito Santo State, Brasil

RESUMO

O Herbário VIES é uma das cinco coleções botânicas presentes no Espírito Santo e contempla o segundo maior acervo do estado. O grupo das Briófitas não foi estudado durante anos e contava com apenas cerca de 120 exsicatas até o ano de 2019, entretanto a coleção passou por uma reorganização, novos estudos estão em andamento e atualmente apresenta quase 3.000 amostras depositadas e assim é atualmente o maior acervo de briófitas do estado. Durante este processo, 242 espécimes foram identificados e reportados neste trabalho, com 121 espécies, além de novos registros para o estado. Assim, este trabalho amplia o conhecimento da diversidade de briófitas presentes no Espírito Santo e preenche parte da lacuna de estudos para este grupo no Estado.

Palavras-chave:
diversidade de briófitas; flora do ES; Mata Atlântica

ABSTRACT

The Herbarium VIES is one of the five botanical collections housed in Espírito Santo State and includes the second largest number of samples. The Bryophytes group was not studied for many years and had about only 120 exsiccates until 2019, however, the collection was reorganized, new studies are being carried out and currently almost 3,000 samples are deposited. And now it is the biggest bryophyte collection of the state. During this process, 242 specimens were identified and reported in this work, with 121 species, in addition to new records for the state. Therefore, this work expands the knowledge on the bryophyte’s diversity in Espírito Santo State and partially fills the gap in studies for this group in the state.

Keywords:
Atlantic forest; bryophyte diversity; ES flora

Introdução

O Estado do Espírito Santo contempla cinco coleções botânicas distribuídas entre os herbários de São Mateus (SAMES), da Reserva Natural Vale (CVRD), Museu de Biologia Mello Leitão (MBML), Herbário Central da Universidade Federal do Espírito Santo (VIES) e Herbário Capixaba (CAP) (siglas conforme Thiers continuamente atualizadoThiers B. 2021 [continuously updated]. Index herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual. Disponível em Disponível em herbarium.http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 03-III-2022).
herbarium.http://sweetgum.nybg.org/ih/ ...
- http://sweetgum.nybg.org/science/ih/). Dentre as coleções citadas, o VIES é o que contempla o segundo maior acervo, contendo mais de 55.000 exsicatas. Atualmente, o VIES abriga a maior coleção de briófitas do Estado do Espírito Santo (CRIA 2011CRIA (Centro de Referência e Informação Ambiental). 2011. Specieslink - simple search. Disponível em Disponível em http://www.splink.org.br/index (acesso em 03-III-2022.
http://www.splink.org.br/index ...
).

O herbário foi fundado oficialmente em 1991 pelo professor Oberdan José Pereira, inicialmente no campus Maruípe, e posteriormente, em 1994, foi transferido para o campus de Goiabeiras (Thomaz & Dutra 2015Thomaz, L.D. & Dutra, V.F. 2015. Herbário da Universidade Federal do Espírito Santo, Espírito Santo (VIES). Herbários do Brasil - 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4. nº 6. Edição Especial.). A maior parte da coleção provém das restingas do Estado, sendo as Angiospermas predominantes, o que é esperado, tendo em vista que este grupo possui a maior diversidade de espécies no mundo (Antonelli et al. 2020Antonelli, A., Fry, C., Smith, R.J., Simmonds, M.S.J., Kersey, P.J., Pritchard, H.W., Abbo, M.S., Acedo, C., Adams, J., Ainsworth, A.M., Allkin, B., Annecke, W., Bachman, S.P., Bacon, K., Bárrios, S., Barstow, C., Battison, A., Bell, E., Bensusan, K., Bidartondo, M.I., Blackhall-Miles, R.J., Borrell, J.S., Brearley, F.Q., Breman, E., Brewer, R.F.A., Brodie, J., Cámara-Leret, R., Campostrini Forzza, R., Cannon, P., Carine, M., Carretero, J., Cavagnaro, T.R., Cazar, M.-E., Chapman, T., Cheek, M., Clubbe, C., Cockel, C., Collemare, J., Cooper, A., Copeland, A.I., Corcoran, M., Couch, C., Cowell, C., Crous, P., da Silva, M., Dalle, G., Das, D., David, J.C., Davies, L., Davies, N., De Canha, M.N., de Lirio, E.J., Demissew, S., Diazgranados, M., Dickie, J., Dines, T., Douglas, B., Dröge, G., Dulloo, M.E., Fang, R., Farlow, A., Farrar, K., Fay, M.F., Felix, J., Forest, F., Forrest, L.L., Fulcher, T., Gafforov, Y., Gardiner, L.M., Gâteblé, G., Gaya, E., Geslin, B., Gonçalves, S.C., Gore, C.J.N., Govaerts, R., Gowda, B., Grace, O.M., Grall, A., Haelewaters, D., Halley, J.M., Hamilton, M.A., Hazra, A., Heller, T., Hollingsworth, P.M., Holstein, N., Howes, M.-J.R., Hughes, M., Hunter, D., Hutchinson, N., Hyde, K., Iganci, J., Jones, M., Kelly, L.J., Kirk, P., Koch, H., Krisai-Greilhuber, I., Lall, N., Langat, M.K., Leaman, D.J., Leão, T.C., Lee, M.A., Leitch, I.J., Leon, C., Lettice, E., Lewis, G.P., Li, L., Lindon, H., Liu, J.S., Liu, U., Llewellyn, T., Looney, B., Lovett, J.C., Łuczaj, Ł., Lulekal, E., Maggassouba, S., Malécot, V., Martin, C., Masera, O.R., Mattana, E., Maxted, N., Mba, C., McGinn, K.J., Metheringham, C., Miles, S., Miller, J., Milliken, W., Moat, J., Moore, P.G.P., Morim, M.P., Mueller, G.M., Muminjanov, H., Negrão, R., Nic Lughadha, E., Nicolson, N., Niskanen, T., Nono Womdim, R., Noorani, A., Obreza, M., O’Donnell, K., O’Hanlon, R., Onana, J.-M., Ondo, I., Padulosi, S., Paton, A., Pearce, T., Pérez Escobar, O.A., Pieroni, A., Pironon, S., Prescott, T.A.K., Qi, Y.D., Qin, H., Quave, C.L., Rajaovelona, L., Razanajatovo, H., Reich, P.B., Rianawati, E., Rich, T.C.G., Richards, S.L., Rivers, M.C., Ross, A., Rumsey, F., Ryan, M., Ryan, P., Sagala, S., Sanchez, M.D., Sharrock, S., Shrestha, K.K., Sim, J., Sirakaya, A., Sjöman, H., Smidt, E.C., Smith, D., Smith, P., Smith, S.R., Sofo, A., Spence, N., Stanworth, A., Stara, K., Stevenson, P.C., Stroh, P., Suz, L.M., Tambam, B.B., Tatsis, E.C., Taylor, I., Thiers, B., Thormann, I., Trivedi, C., Twilley, D., Twyford, A.D., Ulian, T., Utteridge, T., Vaglica, V., Vásquez-Londoño, C., Victor, J., Viruel, J., Walker, B.E., Walker, K., Walsh, A., Way, M., Wilbraham, J., Wilkin, P., Wilkinson, T., Williams, C., Winterton, D., Wong, K.M., Woodfield-Pascoe, N., Woodman, J., Wyatt, L., Wynberg, R., Zhang, B.G. 2020. State of the World’s Plants and Fungi 2020. Royal Botanic Gardens, Kew.). No entanto, segundo Vanderpoorten & Goffinet (2009Vanderpoorten, A. & Goffinet, B. 2009. Introduction to Bryophytes. Cambridge University Press, Cambridge, U.K .), as briófitas constituem o segundo grupo mais diverso, com cerca de 15.000 espécies, e mesmo diante dessa elevada diversidade, passaram vários anos com baixa visibilidade dentro da coleção, tendo apenas 119 exsicatas até 2019.

O número de amostras de briófitas no VIES era bem reduzido, considerando tanto a literatura quanto a riqueza registradas no Estado, atualmente existem mais de 20 trabalhos publicados no Estado do Espírito Santo (a saber: SchäferVerwimp (1991Schäfer-Verwimp, A. 1991. Contribution to the knowledge of the bryophyte flora of Espírito Santo, Brazil. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 69: 147-170., 1996Schäfer-Verwimp, A. 1996. New or interesting records of Brazilian bryophytes, V. Candollea 51(2): 283-302.), Behar et al. (1992Behar, L., Yano, O. & Vallandro, G.C. 1992. Briófitas da restinga de Setiba, Guarapari, Estado do Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (Nova série) 1: 25-38.), Schäfer-Verwimp & Giancotti (1993Schäfer-Verwimp, A. & Giancotti, C. 1993. New or interesting records of Brazilian bryophytes, IV. Hikobia 11: 285-292.), Visnadi & Vital (1995Visnadi, S.R. & Vital, D.M. 1995. Bryophytes from restinga in Setiba State Park, Espírito Santo, Brazil.Tropical Bryology 10: 69-74.), Yano (1981Yano, O. 1981. A checklist of Brazilian Mosses. The Journal of the Botanical Laboratory 50: 279-456., 1984aYano, O. 1984a. Checklist of Brazilian liverworts and hornworts. The Journal of the Botanical Laboratory 56: 481-548., 1989Yano, O. 1989. An additional checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Botanical Laboratory 66: 371-434., 1995Yano, O. 1995. A new additional annotated checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Botanical Laboratory 78: 137-182., 2005Yano, O. 2005. Adição às briófitas da Reserva Natural da Vale do Rio Doce, Linhares Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 18: 15-58., 2006Yano, O. 2006. Novas adições ao catálogo de Briófitas Brasileiras. Boletim do Instituto de Botânica 17: 1-142., 2012 Yano, O. 2012. Catálogo das briófitas (antóceros, hepáticas e musgos) do estado do Espírito Santo, Brasil. Pesquisas Botânica 63: 55-140.e 2016Yano, O. 2016. Briófitas da Reserva Natural da Vale, Linhares - ES, Brasil. In: Rolim, S.G.; Menezes, L.F.T. & Srbek-Araujo, A.C. (eds.). Floresta Atlântica de Tabuleiro: diversidade e endemismos na Reserva Natural Vale. Belo Horizonte. pp. 231-246.), Yano & Mello (2001Yano, O. & Mello, Z.R. 2001. Diversidade das briófitas do Estado do Espírito Santo, Brasil. Anais do Simpósio de Ecossistemas Brasileiros (ACIESP) 109: 49-71.), Costa & Silva (2003Costa, D.P. & Silva, A.G. 2003. Briófitas da Reserva Natural da Vale do Rio Doce, Linhares, Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (Nova série) 16: 21-38.), Gradstein & Costa (2003Gradstein, S.R. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of The New York Botanical Garden 87: 1-318.), Yano & Peralta (2008Yano, O. & Peralta, D.F. 2008. Briófitas do Espírito Santo existentes no Herbário do Estado “Maria Eneyda P. Kauffmann Fidalgo”, Instituto de Botânica, São Paulo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (N. Sér.) 24: 5-100.), Silva & Piassi (2010Silva, L.T.P. & Piassi, M. 2010. Briófitas da formação herbácea inundada do Parque Estadual Paulo César Vinha, Setiba, Guarapari, Espírito Santo, Sudeste do Brasil. Natureza on-line: 32-39.), Peralta e Yano (2011Peralta, D.F. & Yano, O. 2011. Bryophytes from the Museu de Biologia Mello Leitão Herbarium, Espírito Santo, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 21: 47-80.), Faria et al. (2012Faria, A.L.A., Da Costa, M.D.P., Câmara, P.E.A.S. 2012. The bryophytes of Trindade Island, South Atlantic, Brazil. Acta Botanica Brasil. 26: 785-795.) Silva & Bastos (2014), Santos et al. (2019Santos, N. D., Oliveira, J.R.P.M., Silva, L.T.P., Ribeiro, R.S. & Peralta, D.F. 2019.Briófitas ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo. In: Fraga, C. N.; Formigoni,M.H. & Chaves, F. G. (Orgs) Fauna e flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo. Santa Teresa, Instituto Nacional da Mata Atlântica, pp. 108-123.) e Faria et al. (2020Faria, A.L.A., Valente, D.V., Da Silva, A.L., Da Cunha, M.J., De Amorim, E.T. & Peralta D.F. 2020. Briófitas do Parque Estadual do Forno Grande, Espírito Santo - Mata Atlântica, Brasil. Pesquisas, Botanica. 74: 283-302.)). A riqueza estimada a partir destes trabalhos indica 493 espécies de briófitas no Estado do Espírito Santo, o que representa mais de 30% da diversidade registrada no Brasil (Flora e Funga do Brasil 2023Flora e Funga Do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. <Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ > (acesso em: 20-II-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

O Estado do Espírito Santo está totalmente inserido na Floresta Atlântica (IBGE 2012IBGE. 2012. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Manuais Técnicos em Geociências. Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística., Garbin et al. 2017Garbin, M.L., Saiter, F.Z., Carrijo, T.T. & Peixoto, A.L. 2017. Breve histórico e classificação da vegetação capixaba. Rodriguésia 68: 1883-1894.), bioma considerado um hotspot de biodiversidade (SOS Mata Atlântica, 2020SOS Mata Atlântica & Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 2020. Atlas dos Remanescentes Florestais da Floresta Atlântica. Período: 2018/2019. Relatório Final. São Paulo, Fundação SOS Floresta Atlântica.) e detentor da maior riqueza de briófitas do Brasil, com 1355 espécies (Flora e Funga do Brasil, 2023Flora e Funga Do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. <Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ > (acesso em: 20-II-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). De acordo com Santos et al. (2019Santos, N. D., Oliveira, J.R.P.M., Silva, L.T.P., Ribeiro, R.S. & Peralta, D.F. 2019.Briófitas ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo. In: Fraga, C. N.; Formigoni,M.H. & Chaves, F. G. (Orgs) Fauna e flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo. Santa Teresa, Instituto Nacional da Mata Atlântica, pp. 108-123.) o conhecimento da brioflora do estado é insuficiente e que, mesmo diante disso, há um número considerável de espécies em alguma categoria de ameaça.

Esse cenário mostra que o Estado do Espírito Santo possui grande potencial para o desenvolvimento de estudos que indiquem de forma mais precisa a riqueza e a distribuição de sua brioflora. Aqui, buscamos preencher esta lacuna ao ampliar o conhecimento da diversidade de briófitas dentro do Estado, focando em espécies contidas na coleção do Herbário VIES, cujo espécimes são provenientes de coletas esparsas e que ainda não foram citados em outros trabalhos desenvolvidos no Estado do Espírito Santo.

Material e Métodos

O trabalho foi baseado na coleção de briófitas do Herbário VIES, na qual foram analisadas 242 das 2.756 exsicatas que estão depositadas atualmente na coleção, cujas coletas foram realizadas por diferentes pesquisadores entre os anos 1987-2014. Os espécimes são provenientes de diversas localidades, algumas vezes resultantes de cursos de campos, nos quais pesquisadores de diversas áreas incluíam as briófitas em suas coletas. As amostras recentes, que foram depositas a partir de 2019, não estão citadas neste estudo porque fazem parte de inventários florísticos que estão em andamento.

Entre as localidades amostradas estão os municípios: Alfredo Chaves, Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Conceição da Barra, Domingos Martins, Ecoporanga, Guarapari, Itarana, Iúna, Linhares, Marechal Floriano, Mantenópolis, Nova Venécia, Santa Leopoldina, Santa Teresa, Serra, Vargem Alta, Viana, Vila Velha e Vitória.

Os espécimes identificados passaram por revisão e atualização dos táxons. A determinação das espécies foi baseada nos trabalhos de Buck (1998Buck, W.R. 1998. Pleurocarpous Mosses of the West Indies. Memoirs of The New York Botanical Garden 82: 1-400.), Sharp et al. (1994Sharp, A., Crum, H. & Eckel, P.M. 1994. The Moss Flora of Mexico. Memoirs of The New York Botanical Garden 69: 1-1113), Yano & Peralta (2007Yano, O. & Peralta, D.F. 2007. As briófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo. In: Simonelli, M. & Fraga, C.N. (eds.). Espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo. Instituto de Pesquisas Mata Atlântica. IPEMA. Vitória - ES. pp. 81-87. ), Bastos et al. (2004Bastos, C.J.P. & O. Yano. 2004. New records of Lejeuneaceae (Marchantiophyta) for the Brazil. Acta Botanica Malacitana. 29: 13-21.), Costa (1999Costa, D.P. 1999. Epiphytic bryophyte diversity in primary and secondary lowland rainforests in southeastern Brazil. Bryologist 102: 320-326.), Gradstein & Costa (2003Gradstein, S.R. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of The New York Botanical Garden 87: 1-318.), Yano et al (2019Yano, O., Peralta, D.F. & Bordin, J. 2019. Brioflora da Ilha Cardoso. Rima Editora, São Carlos, SP, Brasil.) e Flora e Funga do Brasil (2023Flora e Funga Do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. <Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ > (acesso em: 20-II-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). A classificação quanto ao risco de extinção das espécies foi baseada em Fraga et al. 2019Fraga, C.N., Peixoto, A.L., Leite, Y.R.L., Santos, N. D., Oliveira, J. R. P. M., Sylvestre, L. S., Schwartsburd, P. B., Tuler, A. C., Freitas, J., Lírio, E. J., Couto, D. R., Dutra, V. F., Waichert, C., Sobrinho, T. G., Hostim-Silva, M., Ferreira, R. B., Bérnils, R. S., Costa, L. P., Chaves, F. G., Formigoni, M. H., Silva, J. P., Ribeiro, R. S., Reis, J. C. L., Capellão, R. T., Lima, R. O., Saiter, F. Z. 2019. Lista da fauna e flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo.In: Fraga CN, Formigoni MH, Chaves FG. (eds.) Fauna e Flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito..

O sistema de classificação adotado seguiu Crandall-Stotler et al. (2009Crandall-Stotler, B., Stotler, R.E. & Long, D.G. 2009. Morphology and classification of the Marchantiophyta. In Goffinet, B. & Shaw, A. J. (Ed.). Bryophyte Biology. Cambridge University Press. pp. 1-54.), Frey et al. (2009Frey, W., Stech, M. & Fischer, E. 2009. Bryophytes and seedless vascular plants. In Syllabus of Plant Families. Adolf Engler's Syllabus der Pflanzenfamilienv ed. 13. Gebr. Borntraeger Verlagsbuchhandlung, Berlin, Stuttgart, Germany. pp. 419.), Goffinet et al. (2009Goffinet, B., Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology, anatomy, and classification of the Bryophyta. In B. Goffinet & A. J. Shaw (eds.) Bryophyte Biology. (ed. 2). Cambridge University Press, Cambridge, U.K. pp. 55-138.) e Costa et al. (2011Costa, D.P., Porto, K.C., Luizi-Ponzo, A.P., Ilkiul-Borges, A.L. 2011. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia 93: 277-334.). A distribuição geográfica brasileira foi baseada nos trabalhos de Yano (1981Yano, O. 1981. A checklist of Brazilian Mosses. The Journal of the Botanical Laboratory 50: 279-456., 1984aYano, O. 1984a. Checklist of Brazilian liverworts and hornworts. The Journal of the Botanical Laboratory 56: 481-548., 1989Yano, O. 1989. An additional checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Botanical Laboratory 66: 371-434., 1995Yano, O. 1995. A new additional annotated checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Botanical Laboratory 78: 137-182., 2006Yano, O. 2006. Novas adições ao catálogo de Briófitas Brasileiras. Boletim do Instituto de Botânica 17: 1-142.), trabalhos esparsos mais recentes e na plataforma Flora e Funga do Brasil (2023Flora e Funga Do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. <Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ > (acesso em: 20-II-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). São apresentados dados referentes ao grupo briocenológio e ao domínio fitogeográfico de ocorrência das espécies.

Resultados e Discussão

Foram identificadas 121 espécies distribuídas em 36 famílias e 80 gêneros (tabela 1), dessas, 12 são novas ocorrências para o Estado do Espírito Santo. O número de espécies identificadas representa 24% das 493 espécies de briófitas citadas para o Estado do Espírito Santo (Flora e Funga do Brasil 2023Flora e Funga Do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. <Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ > (acesso em: 20-II-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

Tabela 1.
Listagem das espécies de Briófitas do Herbário Central da Universidade Federal do Espírito Santo (VIES), Estado do Espírito Santo, Brasil. Dist. Brasil: Distribuição nos estados brasileiros. G.Brio: Grupo Briocenológico. Co: Corticícola. Ep: Epífila. Ex: Epíxila. Te: Terrícola. Tm: termitícola, Ru: Rupícola. D.Fito: Domínio Fitogeográfico. AM: Amazôni., CA: Caatinga. CE: Cerrado. MA: Mata Atlântica. PA: Pantanal. PP: Pampa. Voucher/município: Behar: Behar, L; Intra: Intra, F.; Pereira: Pereira, O.J.; Rossini: Rossini, L.V.; Sarnaglia-Jr.: Sarnaglia-Jr., V.B.; Silva: Silva, L.T.P.; Valadares: Valadares, R.T.; Vallandro: Vallandro; G.C.; Vinha: Vinha, P.C. Table 1. List of species of Bryophytes from the Central Herbarium or the Universidade Federal do Espírito Santo (VIES), Espírito Santo State, Brasil. Dist. Brazil: Distribuition in the brazilian states. Eco.G: Ecological Group. Co: Cortex. Ep: Leaves. Ex: Epixylic. Te: Soil. Tm: Termite nest. Ru: Rock. D.Phyt. AM: Amazon. CA: Caatinga. CE: Savanna. MA: Atlantic Forest. PA: Pantanal. PP: Pampa. Voucher/municipality: Behar: Behar; L, Intra: Intra; F., Pereira: Pereira, O.J.; Rossini: Rossini, L.V.; Sarnaglia-Jr.: Sarnaglia-Jr., V.B.; Silva: Silva, L.T.P.; Valadares: Valadares, R.T.; Vallandro: Vallandro, G.C.; Vinha: Vinha, P.C.

A divisão Bryophyta apresentou a maior quantidade de espécies (63,3%), seguido de Marchantiophyta (35,0%) e Anthocerotophyta (1,7%). Este predomínio dos musgos já era esperado, tendo em vista que esta divisão é a mais abundante no Brasil com 896 spp. e no mundo com 12.900 spp. (Flora e Funga do Brasil 2023Flora e Funga Do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. <Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ > (acesso em: 20-II-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
, Delgadillo-Moya et al. 2022Delgadillo-Moya, C., Ecolástico, D.A., Herrera-Panigua, E., Peña-Retis, P., Juárez-Martínez, C. 2022. Manual de Briófitas. ed. 3. Instituto de Biología, Universidad Nacional Autónoma de Mexico. pp. 1-163.). Portanto, estes resultados são similares aos encontrados nos inventários florísticos realizados no Estado do Espírito Santo (a exemplo: Silva 2011Silva, L.T.P. Briófitas do Parque Estadual Pedra Azul (Pepaz), município de Domingos Martins, Espírito Santo, Brasil. 2011. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana., Sousa et al. 2016Sousa, R.V. & Alkimin-Faria, A.L. 2016. Floristic survey of the mosses of the Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, Espírito Santo, Brazil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 38: 47-58., Faria et al. 2020Faria, A.L.A., Valente, D.V., Da Silva, A.L., Da Cunha, M.J., De Amorim, E.T. & Peralta D.F. 2020. Briófitas do Parque Estadual do Forno Grande, Espírito Santo - Mata Atlântica, Brasil. Pesquisas, Botanica. 74: 283-302.).

A elevada diversidade dos musgos pode ser justificada pela sua morfologia, visto que a estruturação do seu gametófito e as diferentes formas de vida que este grupo apresenta possibilita o seu desenvolvimento em ambientes secos, expostos ou de elevada altitude (Correia et al. 2015Correia, R.P., Nascimento, J.A., Batista, J.P.S., Silva, M.P.P., Valente, E.B. 2015. Composição e aspectos de comunidades de briófitas da região da Chapada Diamantina, Brasil. Pesquisas, Botânica 67: 243-254., Gradstein et al. 2001Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86: 1-577., Vanderpoorten & Goffinet 2009Vanderpoorten, A. & Goffinet, B. 2009. Introduction to Bryophytes. Cambridge University Press, Cambridge, U.K .). Em consequência, os musgos são predominantemente coletados pelos pesquisadores (especialistas em briófitas ou não), e também prevalecem nos trabalhos frutos de coletas esparsas, como os realizados sobre as coleções botânicas: Viera & Reinoso (1994Viera, C. & Reinoso, J. 1994. Los Briofitos del Herbario de Willkomm (Co!). Ii. Musci. Acta Botanica Malacitana. 19: 63-76.), Indurain (2001Indurain, A.E. 2001. Revisión De Los Briófitos Del Herbario De D. Jose María De Lacoizqueta. Boletín de la Sociedad Española de Briología. 18: 61-67.), Yano & Peralta (2008Yano, O. & Peralta, D.F. 2008. Briófitas do Espírito Santo existentes no Herbário do Estado “Maria Eneyda P. Kauffmann Fidalgo”, Instituto de Botânica, São Paulo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (N. Sér.) 24: 5-100.), Ávila & Ponce (2011Ávila, D.G. & Ponce, E.M. 2011. Estado actual de la colección de briofitas del herbario EBUM. Biológicas. 13: 1 -13.), Yano (2018Yano, O. 2018. Briófitas do Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, Santa Catarina, Brasil. Pesquisas, Botânica. 71: 159-272.).

A diversidade identificada para esta divisão consiste em 25 famílias, 47 gêneros e 76 espécies com nove novas ocorrências para o Estado do Espírito Santo (Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp., Rhodobryum aubertii (Schwägr.) Thér., Syrrhopodon incompletus Schwägr., Campylopus angustiretis (Austin) Lesq. & James, Erpodium glaziovii Hampe, Orthostichella rigida (Müll.Hal.) B.H.Allen & Magill, Callicostella depressa (Hedw.) A.Jaeger, Tortella linearis (Sw. ex F.Weber & D.Mohr) R.H.Zander e Entodontopsis leucostega (Brid.) W.R.Buck & Ireland). A família mais significativa foi Bryaceae com 10 espécies, seguida de Pottiaceae e Calymperaceae, ambas com 7 espécies cada (figura 1). Essas famílias estão listadas como frequentes em Florestas Tropicais (Gradstein & Pocs 1989Gradstein, S.R. & Pocs, T. 1989. Bryophytes. in: Lieth, H. & Werger, M.J.H. Tropical Rain Forest Ecosystems (ed). Elsevies Science Publishers B. V. pp 311- 325.). Além disso, Bryaceae é uma das famílias de musgo de ampla riqueza e de distribuição, contemplando cerca de 660 espécies cosmopolitas, sendo o gênero Bryum amplamente variado no Brasil e Neotrópico (Canestraro & Peralta 2022Canestraro, B.K. & Peralta, D. F. 2022. Sinopse do gênero Brachymenium Schwägr. (Bryaceae) no Brasil. Hoehnea 49: e752021.).

Figura 1.
Famílias de musgos (Bryophyta) mais representativas do Herbário VIES (Herbário Central da Universidade Federal do Espírito Santo), Estado do Espirito Santo, Brasil. Figure 1. Most representative families of mosses (Bryophyta) from the Herbarium VIES (Central Herbarium of the Federal University of Espírito Santo), Espírito Santo State, Brazil.

As hepáticas apresentaram 13 famílias, 31 gêneros e 43 espécies com três novas ocorrências para o Estado do Espírito Santo (Lejeunea laeta (Lehm. & Lindenb.) Gottsche, Metalejeunea cucullata (Reinw. et al.) Grolle, Thysananthus auriculatus (Wilson & Hook) Sukkharak & Gradst.). A família mais diversa foi Lejeuneaceae com 24 espécies, seguida de Frullaniaceae com três espécies (figura 2). Lejeuneaceae também foi a família mais rica nos trabalhos realizados nas diferentes fitofisionomias que ocorrem no Estado do Espírito Santo (Silva & Piassi 2010Silva, L.T.P. & Piassi, M. 2010. Briófitas da formação herbácea inundada do Parque Estadual Paulo César Vinha, Setiba, Guarapari, Espírito Santo, Sudeste do Brasil. Natureza on-line: 32-39., Silva 2011Silva, L.T.P. Briófitas do Parque Estadual Pedra Azul (Pepaz), município de Domingos Martins, Espírito Santo, Brasil. 2011. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana., Felleti et al. 2021Feletti, T.A., Peralta, D.F., & Oliveira, J.R.P.M. 2021. Survey of mosses (Bryophyta) along visitor trails in the Parque Nacional de Caparaó, Espírito Santo State, Brazil. Hoehnea 48: 1-15.), o que pode ser decorrente da afinidade dos representantes dessa família com os tipos de substratos comuns em áreas de mata, como a exemplo, galhos, troncos de árvores vivas ou em decomposição, rochas, solos e folhas vivas (Gradsteinet al. 2001Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86: 1-577.).

Figura 2.
Famílias de hepáticas (Marchantiophyta) mais representativas do Herbário VIES (Herbário Central da Universidade Federal do Espírito Santo), Estado do Espirito Santo, Brasil. Figure 2. Families of liverworts (Marchantiophyta) most representative of the VIES Herbarium (Central Herbarium of the Federal University of Espírito Santo), Espírito Santo State, Brazil.

Em relação a divisão Anthocerotophyta, somente duas espécies foram identificadas, ambas já citadas em outros trabalhos desenvolvidos no Estado do Espírito Santo. No entanto, este estudo está reportando-as para duas novas localidades dentro do Estado. Os antóceros são os menos diversos dentre as briófitas, existindo cerca 300 spp no mundo, 18 spp com ocorrências confirmadas no Brasil e somente 5 spp relatadas para o Estado do Espírito Santo (Amélio et al. 2020, Flora e Funga do Brasil 2023Flora e Funga Do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. <Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ > (acesso em: 20-II-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Em vista disso, essa menor incidência de espécies era esperada.

Dentre as espécies de briófitas que estão depositadas no VIES e citadas neste trabalho, cinco são endêmicas do Brasil, sendo quatro musgos (Brachymenium hornschuchianum Mart., Lepidopilum scabrisetum (Schwägr.) Steere, Polytrichum angustifolium Mitt. e Rhacocarpus inermis (Müll.Hal.) Lindb.) e uma hepática (Lejeunea deplanata Nees).

Além dos endemismos sinalizados, há também 17 espécies de ocorrência exclusiva na Floresta Atlântica, são elas: Isotachis aubertii (Schwägr.) Mitt., Lejeunea acanthogona var. cristulata (Steph.) Gradst. & C.J. Bastos, Lejeunea laeta (Lehm. & Lindenb.) Gottsche, Marchesinia bongardiana (Lehm. & Lindenb.) Trevis., Metalejeunea cucullata (Reinw. et al.) Grolle, Bazzania nitida (Weber) Grolle, Lophocolea bidentata (L.) Dumort., Symphyogyna podophylla (Thunb.) Mont. & Nees, Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp., Brachymenium hornschuchianum Mart., Rhodobryum aubertii (Schwägr.) Thér., Syrrhopodon prolifer Schwägr., Campylopus arctocarpus (Hornsch.) Mitt., Leucoloma serrulatum Brid., Fissidens pellucidus Hornsch., Tortella linearis (Sw. ex F.Weber & D.Mohr) R.H.Zander e Rhacocarpus inermis (Müll.Hal.) Lindb.

Três das espécies citadas neste estudo estão presentes na lista das espécies ameaçadas para o Estado do Espírito Santo, são elas: Brachymenium hornschuchianum Mart. classificada como vulnerável (VU), com ocorrência restrita às regiões de florestas montanas e altomontanas (Fraga et al. 2019Fraga, C.N., Peixoto, A.L., Leite, Y.R.L., Santos, N. D., Oliveira, J. R. P. M., Sylvestre, L. S., Schwartsburd, P. B., Tuler, A. C., Freitas, J., Lírio, E. J., Couto, D. R., Dutra, V. F., Waichert, C., Sobrinho, T. G., Hostim-Silva, M., Ferreira, R. B., Bérnils, R. S., Costa, L. P., Chaves, F. G., Formigoni, M. H., Silva, J. P., Ribeiro, R. S., Reis, J. C. L., Capellão, R. T., Lima, R. O., Saiter, F. Z. 2019. Lista da fauna e flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo.In: Fraga CN, Formigoni MH, Chaves FG. (eds.) Fauna e Flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito.). As outras duas espécies Fissidens pellucidus Hornsch. e Rhacocarpus inermis (Müll.Hal.) Lindb. inicialmente estavam classificadas como VU e em perigo (EN) respectivamente, mas atualmente foram reclassificadas para baixo risco (LC) devido a melhora na amostragem e trabalhos publicados que ampliou o conhecimento da distribuição no país, sobretudo na região sudeste, o que ressalta a importância de estudos com briófitas para o estado, em especial com as coleções botânicas (Fraga et al. 2019Fraga, C.N., Peixoto, A.L., Leite, Y.R.L., Santos, N. D., Oliveira, J. R. P. M., Sylvestre, L. S., Schwartsburd, P. B., Tuler, A. C., Freitas, J., Lírio, E. J., Couto, D. R., Dutra, V. F., Waichert, C., Sobrinho, T. G., Hostim-Silva, M., Ferreira, R. B., Bérnils, R. S., Costa, L. P., Chaves, F. G., Formigoni, M. H., Silva, J. P., Ribeiro, R. S., Reis, J. C. L., Capellão, R. T., Lima, R. O., Saiter, F. Z. 2019. Lista da fauna e flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo.In: Fraga CN, Formigoni MH, Chaves FG. (eds.) Fauna e Flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito.).

Em relação ao grupo briocenológico (figura 3) foram registrados 55 corticícolas (36,4%), 42 terrícolas (27,8%), 10 epíxilas (6,6%), 25 rupícolas (16,6%), uma termitícola (0,7%), 4 epífilas (2,6%), e 14 (9,3%) sem dados do substrato onde foram encontradas. De acordo com Gradstein et al. (2001Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86: 1-577.), nas Florestas Tropicais, a maior diversidade de espécies de briófitas é encontrada nos troncos vivos devido à disponibilidade deste substrato e a presença das condições de umidade ideais para o seu desenvolvimento.

Figura 3.
Representação gráfica dos substratos colonizados pelas espécies de briófitas depositadas no Herbário VIES (Herbário Central da Universidade do Espírito Santo), Estado do Espirito Santo, Brasil. Figure 3. Graphic representation of the substrates colonized by the bryophyte species deposited in the VIES Herbarium (Central Herbarium of the University of Espírito Santo), Espírito Santo State, Brazil.

Os espécimes analisados são provenientes de ambientes antropizados como beira da estrada, propriedades particulares e poucas amostras de Unidades de Conservação, resultantes de coletas em 28 municípios do Estado do Espírito Santo.

Conforme observado na figura 4, parte da coleção de briófitas do herbário VIES é acometida pelo efeito museu, de modo que a maior concentração das coletas e consequentemente das espécies estão situadas próximo ao acervo. Isto revela a existência de lacunas de coletas no Estado do Espírito Santo, considerando que (1) abriga 78 municípios e que (2) os estudos para este grupo já realizados também pertencem a essas regiões e fitofisionomias como a Floresta Ombrófila Densa e a Restinga.

Figura 4.
Mapa do tipo Kernel evidenciando as localidades com a maior incidência de espécies no Espírito Santo, depositadas no Herbário VIES, Estado do Espírito Santo, Brasil. Figure 4. Kernel-type map showing the locations with the highest incidence of species in Espírito Santo, deposited in the VIES Herbarium, Espírito Santo State, Brazil.

A concentração dos estudos somente nas regiões montanas e altomontanas do estado limita o conhecimento real sobre a diversidade e distribuição geográfica das briófitas no Estado do Espírito Santo. Além disso, essas informações são fundamentais para a elaboração de listas de conservação de espécies, visto que, de acordo com Fraga et al. (2019Fraga, C.N., Peixoto, A.L., Leite, Y.R.L., Santos, N. D., Oliveira, J. R. P. M., Sylvestre, L. S., Schwartsburd, P. B., Tuler, A. C., Freitas, J., Lírio, E. J., Couto, D. R., Dutra, V. F., Waichert, C., Sobrinho, T. G., Hostim-Silva, M., Ferreira, R. B., Bérnils, R. S., Costa, L. P., Chaves, F. G., Formigoni, M. H., Silva, J. P., Ribeiro, R. S., Reis, J. C. L., Capellão, R. T., Lima, R. O., Saiter, F. Z. 2019. Lista da fauna e flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo.In: Fraga CN, Formigoni MH, Chaves FG. (eds.) Fauna e Flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito.), 17 táxons de briófitas foram retirados da lista de espécies ameaçadas por deficiência de dados.

É necessário direcionar estudos para regiões inexploradas, principalmente as localidades ao norte do estado, onde não há estudos florísticos e uma baixa incidência de amostras na coleção do herbário VIES. Essas áreas podem abrigar uma rica diversidade de briófitas que ainda não foi documentada, com base em dados apresentados neste estudo, é evidente que existem regiões do Estado do Espírito Santo que são relevantes para coletadas de briófitas. Também ressaltamos a importância das coleções científicas para o armazenamento de dados sobre a história natural e biodiversidade, através da conservação de amostras da flora regional, que servem como base para pesquisas sobre a ecologia e conservação das espécies.

Literatura citada

  • Antonelli, A., Fry, C., Smith, R.J., Simmonds, M.S.J., Kersey, P.J., Pritchard, H.W., Abbo, M.S., Acedo, C., Adams, J., Ainsworth, A.M., Allkin, B., Annecke, W., Bachman, S.P., Bacon, K., Bárrios, S., Barstow, C., Battison, A., Bell, E., Bensusan, K., Bidartondo, M.I., Blackhall-Miles, R.J., Borrell, J.S., Brearley, F.Q., Breman, E., Brewer, R.F.A., Brodie, J., Cámara-Leret, R., Campostrini Forzza, R., Cannon, P., Carine, M., Carretero, J., Cavagnaro, T.R., Cazar, M.-E., Chapman, T., Cheek, M., Clubbe, C., Cockel, C., Collemare, J., Cooper, A., Copeland, A.I., Corcoran, M., Couch, C., Cowell, C., Crous, P., da Silva, M., Dalle, G., Das, D., David, J.C., Davies, L., Davies, N., De Canha, M.N., de Lirio, E.J., Demissew, S., Diazgranados, M., Dickie, J., Dines, T., Douglas, B., Dröge, G., Dulloo, M.E., Fang, R., Farlow, A., Farrar, K., Fay, M.F., Felix, J., Forest, F., Forrest, L.L., Fulcher, T., Gafforov, Y., Gardiner, L.M., Gâteblé, G., Gaya, E., Geslin, B., Gonçalves, S.C., Gore, C.J.N., Govaerts, R., Gowda, B., Grace, O.M., Grall, A., Haelewaters, D., Halley, J.M., Hamilton, M.A., Hazra, A., Heller, T., Hollingsworth, P.M., Holstein, N., Howes, M.-J.R., Hughes, M., Hunter, D., Hutchinson, N., Hyde, K., Iganci, J., Jones, M., Kelly, L.J., Kirk, P., Koch, H., Krisai-Greilhuber, I., Lall, N., Langat, M.K., Leaman, D.J., Leão, T.C., Lee, M.A., Leitch, I.J., Leon, C., Lettice, E., Lewis, G.P., Li, L., Lindon, H., Liu, J.S., Liu, U., Llewellyn, T., Looney, B., Lovett, J.C., Łuczaj, Ł., Lulekal, E., Maggassouba, S., Malécot, V., Martin, C., Masera, O.R., Mattana, E., Maxted, N., Mba, C., McGinn, K.J., Metheringham, C., Miles, S., Miller, J., Milliken, W., Moat, J., Moore, P.G.P., Morim, M.P., Mueller, G.M., Muminjanov, H., Negrão, R., Nic Lughadha, E., Nicolson, N., Niskanen, T., Nono Womdim, R., Noorani, A., Obreza, M., O’Donnell, K., O’Hanlon, R., Onana, J.-M., Ondo, I., Padulosi, S., Paton, A., Pearce, T., Pérez Escobar, O.A., Pieroni, A., Pironon, S., Prescott, T.A.K., Qi, Y.D., Qin, H., Quave, C.L., Rajaovelona, L., Razanajatovo, H., Reich, P.B., Rianawati, E., Rich, T.C.G., Richards, S.L., Rivers, M.C., Ross, A., Rumsey, F., Ryan, M., Ryan, P., Sagala, S., Sanchez, M.D., Sharrock, S., Shrestha, K.K., Sim, J., Sirakaya, A., Sjöman, H., Smidt, E.C., Smith, D., Smith, P., Smith, S.R., Sofo, A., Spence, N., Stanworth, A., Stara, K., Stevenson, P.C., Stroh, P., Suz, L.M., Tambam, B.B., Tatsis, E.C., Taylor, I., Thiers, B., Thormann, I., Trivedi, C., Twilley, D., Twyford, A.D., Ulian, T., Utteridge, T., Vaglica, V., Vásquez-Londoño, C., Victor, J., Viruel, J., Walker, B.E., Walker, K., Walsh, A., Way, M., Wilbraham, J., Wilkin, P., Wilkinson, T., Williams, C., Winterton, D., Wong, K.M., Woodfield-Pascoe, N., Woodman, J., Wyatt, L., Wynberg, R., Zhang, B.G. 2020. State of the World’s Plants and Fungi 2020. Royal Botanic Gardens, Kew.
  • Ávila, D.G. & Ponce, E.M. 2011. Estado actual de la colección de briofitas del herbario EBUM. Biológicas. 13: 1 -13.
  • Bastos, C.J.P. & O. Yano. 2004. New records of Lejeuneaceae (Marchantiophyta) for the Brazil. Acta Botanica Malacitana. 29: 13-21.
  • Behar, L., Yano, O. & Vallandro, G.C. 1992. Briófitas da restinga de Setiba, Guarapari, Estado do Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (Nova série) 1: 25-38.
  • Buck, W.R. 1998. Pleurocarpous Mosses of the West Indies. Memoirs of The New York Botanical Garden 82: 1-400.
  • Canestraro, B.K. & Peralta, D. F. 2022. Sinopse do gênero Brachymenium Schwägr. (Bryaceae) no Brasil. Hoehnea 49: e752021.
  • Correia, R.P., Nascimento, J.A., Batista, J.P.S., Silva, M.P.P., Valente, E.B. 2015. Composição e aspectos de comunidades de briófitas da região da Chapada Diamantina, Brasil. Pesquisas, Botânica 67: 243-254.
  • Costa, D.P. 1999. Epiphytic bryophyte diversity in primary and secondary lowland rainforests in southeastern Brazil. Bryologist 102: 320-326.
  • Costa, D.P. & Silva, A.G. 2003. Briófitas da Reserva Natural da Vale do Rio Doce, Linhares, Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (Nova série) 16: 21-38.
  • Costa, D.P. & Peralta, D.F. 2015. Bryophytes diversity in Brazil. Rodriguésia 66:1063-1071.
  • Costa, D.P., Porto, K.C., Luizi-Ponzo, A.P., Ilkiul-Borges, A.L. 2011. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia 93: 277-334.
  • Crandall-Stotler, B., Stotler, R.E. & Long, D.G. 2009. Morphology and classification of the Marchantiophyta. In Goffinet, B. & Shaw, A. J. (Ed.). Bryophyte Biology. Cambridge University Press. pp. 1-54.
  • CRIA (Centro de Referência e Informação Ambiental). 2011. Specieslink - simple search. Disponível em Disponível em http://www.splink.org.br/index (acesso em 03-III-2022.
    » http://www.splink.org.br/index
  • Delgadillo-Moya, C., Ecolástico, D.A., Herrera-Panigua, E., Peña-Retis, P., Juárez-Martínez, C. 2022. Manual de Briófitas. ed. 3. Instituto de Biología, Universidad Nacional Autónoma de Mexico. pp. 1-163.
  • Faria, A.L.A., Da Costa, M.D.P., Câmara, P.E.A.S. 2012. The bryophytes of Trindade Island, South Atlantic, Brazil. Acta Botanica Brasil. 26: 785-795.
  • Faria, A.L.A., Valente, D.V., Da Silva, A.L., Da Cunha, M.J., De Amorim, E.T. & Peralta D.F. 2020. Briófitas do Parque Estadual do Forno Grande, Espírito Santo - Mata Atlântica, Brasil. Pesquisas, Botanica. 74: 283-302.
  • Flora e Funga Do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. <Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ > (acesso em: 20-II-2022).
    » http://floradobrasil.jbrj.gov.br/
  • Feletti, T.A., Peralta, D.F., & Oliveira, J.R.P.M. 2021. Survey of mosses (Bryophyta) along visitor trails in the Parque Nacional de Caparaó, Espírito Santo State, Brazil. Hoehnea 48: 1-15.
  • Fraga, C.N., Peixoto, A.L., Leite, Y.R.L., Santos, N. D., Oliveira, J. R. P. M., Sylvestre, L. S., Schwartsburd, P. B., Tuler, A. C., Freitas, J., Lírio, E. J., Couto, D. R., Dutra, V. F., Waichert, C., Sobrinho, T. G., Hostim-Silva, M., Ferreira, R. B., Bérnils, R. S., Costa, L. P., Chaves, F. G., Formigoni, M. H., Silva, J. P., Ribeiro, R. S., Reis, J. C. L., Capellão, R. T., Lima, R. O., Saiter, F. Z. 2019. Lista da fauna e flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo.In: Fraga CN, Formigoni MH, Chaves FG. (eds.) Fauna e Flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito.
  • Frey, W., Stech, M. & Fischer, E. 2009. Bryophytes and seedless vascular plants. In Syllabus of Plant Families. Adolf Engler's Syllabus der Pflanzenfamilienv ed. 13. Gebr. Borntraeger Verlagsbuchhandlung, Berlin, Stuttgart, Germany. pp. 419.
  • Garbin, M.L., Saiter, F.Z., Carrijo, T.T. & Peixoto, A.L. 2017. Breve histórico e classificação da vegetação capixaba. Rodriguésia 68: 1883-1894.
  • Goffinet, B., Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology, anatomy, and classification of the Bryophyta. In B. Goffinet & A. J. Shaw (eds.) Bryophyte Biology. (ed. 2). Cambridge University Press, Cambridge, U.K. pp. 55-138.
  • Gradstein, S.R. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of The New York Botanical Garden 87: 1-318.
  • Gradstein, S.R. & Pocs, T. 1989. Bryophytes. in: Lieth, H. & Werger, M.J.H. Tropical Rain Forest Ecosystems (ed). Elsevies Science Publishers B. V. pp 311- 325.
  • Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86: 1-577.
  • IBGE. 2012. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Manuais Técnicos em Geociências. Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
  • Indurain, A.E. 2001. Revisión De Los Briófitos Del Herbario De D. Jose María De Lacoizqueta. Boletín de la Sociedad Española de Briología. 18: 61-67.
  • Peralta, D.F. & Yano, O. 2011. Bryophytes from the Museu de Biologia Mello Leitão Herbarium, Espírito Santo, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 21: 47-80.
  • Santos, N. D., Oliveira, J.R.P.M., Silva, L.T.P., Ribeiro, R.S. & Peralta, D.F. 2019.Briófitas ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo. In: Fraga, C. N.; Formigoni,M.H. & Chaves, F. G. (Orgs) Fauna e flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo. Santa Teresa, Instituto Nacional da Mata Atlântica, pp. 108-123.
  • Schäfer-Verwimp, A. 1991. Contribution to the knowledge of the bryophyte flora of Espírito Santo, Brazil. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 69: 147-170.
  • Schäfer-Verwimp, A. 1996. New or interesting records of Brazilian bryophytes, V. Candollea 51(2): 283-302.
  • Schäfer-Verwimp, A. & Giancotti, C. 1993. New or interesting records of Brazilian bryophytes, IV. Hikobia 11: 285-292.
  • Sharp, A., Crum, H. & Eckel, P.M. 1994. The Moss Flora of Mexico. Memoirs of The New York Botanical Garden 69: 1-1113
  • Silva, L.T.P. & Piassi, M. 2010. Briófitas da formação herbácea inundada do Parque Estadual Paulo César Vinha, Setiba, Guarapari, Espírito Santo, Sudeste do Brasil. Natureza on-line: 32-39.
  • Silva, L.T.P. Briófitas do Parque Estadual Pedra Azul (Pepaz), município de Domingos Martins, Espírito Santo, Brasil. 2011. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana.
  • Sousa, R.V. & Alkimin-Faria, A.L. 2016. Floristic survey of the mosses of the Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, Espírito Santo, Brazil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 38: 47-58.
  • SOS Mata Atlântica & Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 2020. Atlas dos Remanescentes Florestais da Floresta Atlântica. Período: 2018/2019. Relatório Final. São Paulo, Fundação SOS Floresta Atlântica.
  • Thiers B. 2021 [continuously updated]. Index herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual. Disponível em Disponível em herbarium.http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 03-III-2022).
    » herbarium.http://sweetgum.nybg.org/ih/
  • Thomaz, L.D. & Dutra, V.F. 2015. Herbário da Universidade Federal do Espírito Santo, Espírito Santo (VIES). Herbários do Brasil - 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4. nº 6. Edição Especial.
  • Vanderpoorten, A. 2009. Conservation biology of bryophytes. In B. Goffinet & A. J. Shaw (eds.) Bryophyte Biology. (ed. 2). Cambridge University Press, Cambridge, U.K . pp. 487-533.
  • Vanderpoorten, A. & Goffinet, B. 2009. Introduction to Bryophytes. Cambridge University Press, Cambridge, U.K .
  • Viera, C. & Reinoso, J. 1994. Los Briofitos del Herbario de Willkomm (Co!). Ii. Musci. Acta Botanica Malacitana. 19: 63-76.
  • Visnadi, S.R. & Vital, D.M. 1995. Bryophytes from restinga in Setiba State Park, Espírito Santo, Brazil.Tropical Bryology 10: 69-74.
  • Yano, O. 1981. A checklist of Brazilian Mosses. The Journal of the Botanical Laboratory 50: 279-456.
  • Yano, O. 1984a. Checklist of Brazilian liverworts and hornworts. The Journal of the Botanical Laboratory 56: 481-548.
  • Yano, O. 1989. An additional checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Botanical Laboratory 66: 371-434.
  • Yano, O. 1995. A new additional annotated checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Botanical Laboratory 78: 137-182.
  • Yano, O. 2005. Adição às briófitas da Reserva Natural da Vale do Rio Doce, Linhares Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 18: 15-58.
  • Yano, O. 2006. Novas adições ao catálogo de Briófitas Brasileiras. Boletim do Instituto de Botânica 17: 1-142.
  • Yano, O. 2012. Catálogo das briófitas (antóceros, hepáticas e musgos) do estado do Espírito Santo, Brasil. Pesquisas Botânica 63: 55-140.
  • Yano, O. 2016. Briófitas da Reserva Natural da Vale, Linhares - ES, Brasil. In: Rolim, S.G.; Menezes, L.F.T. & Srbek-Araujo, A.C. (eds.). Floresta Atlântica de Tabuleiro: diversidade e endemismos na Reserva Natural Vale. Belo Horizonte. pp. 231-246.
  • Yano, O. 2018. Briófitas do Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, Santa Catarina, Brasil. Pesquisas, Botânica. 71: 159-272.
  • Yano, O. & Mello, Z.R. 2001. Diversidade das briófitas do Estado do Espírito Santo, Brasil. Anais do Simpósio de Ecossistemas Brasileiros (ACIESP) 109: 49-71.
  • Yano, O. & Peralta, D.F. 2007. As briófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo. In: Simonelli, M. & Fraga, C.N. (eds.). Espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo. Instituto de Pesquisas Mata Atlântica. IPEMA. Vitória - ES. pp. 81-87.
  • Yano, O. & Peralta, D.F. 2008. Briófitas do Espírito Santo existentes no Herbário do Estado “Maria Eneyda P. Kauffmann Fidalgo”, Instituto de Botânica, São Paulo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (N. Sér.) 24: 5-100.
  • Yano, O., Peralta, D.F. & Bordin, J. 2019. Brioflora da Ilha Cardoso. Rima Editora, São Carlos, SP, Brasil.
  • Contribuição dos autores

    Karoliny Portes Alves: Contribuição no conceito e design do estudo; análise e interpretação dos dados; escrita do manuscrito. Lorena Tereza da Penha Silva: Contribuição para a preparação do manuscrito; recolha dos dados; revisão crítica do manuscrito. Denilson Fernandes Peralta: Contribuição para a preparação do manuscrito; análise dos dados e revisão crítica, agregando conteúdo intelectual. Jackeline Freire Valcher: Contribuição para a preparação do manuscrito; recolha dos dados. Luana da Silva Braucks Calazans: Contribuição para a preparação do manuscrito; recolha dos dados; revisão crítica do manuscrito. Rodrigo Theófilo Valadares: Contribuição para a preparação do manuscrito; revisão crítica do manuscrito. Valquíria Ferreira Dutra: Contribuição para a preparação do manuscrito; revisão crítica do manuscrito.

Editado por

Editora Associada:

Iracema Helena Schoenlein-Crusius

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Out 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    27 Jan 2023
  • Aceito
    20 Jul 2023
Instituto de Pesquisas Ambientais Av. Miguel Stefano, 3687 , 04301-902 São Paulo – SP / Brasil, Tel.: 55 11 5067-6057, Fax; 55 11 5073-3678 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: hoehneaibt@gmail.com