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Editorial

O nível de evidência científica gerado por uma área de atuação clínica é certamente um dos mais fortes critérios de valorização de uma profissão, sendo fator determinante e potencializador das práticas baseadas em evidências. Para isso há de se instrumentalizar a área para o conhecimento dos distintos delineamentos de pesquisa e identificar quais destes apresentam o maior nível de evidência. Para as profissões que atuam com tratamento e reabilitação, assim como a Fonoaudiologia, o delineamento de mais estudos do tipo “Ensaios Clínicos” e de “Coorte” seria desejável para se alcançar o nível mais elevado de evidência, garantindo que sejam utilizados preferencialmente procedimentos com alguma evidência científica. Este editorial recomenda que a Fonoaudiologia possa em seu ápice científico debruçar-se mais sobre esses desenhos de estudos e, assim, dirigir-se a novos rumos. Neste fascículo 28(5), temos uma Carta aos Editores e 22 artigos, sendo três na área de Audiologia, seis em Linguagem, um em Ensino em Fonoaudiologia, três em Motricidade Orofacial, um em Disfagia, dois em Saúde Pública e seis em Voz. Desses, 16 são artigos originais, um é uma comunicação breve, dois, estudos de caso e três artigos, do tipo revisão sistemática. Melo, Biaggio, Rechia e Sleifer, no artigo “Potenciais evocados auditivos corticais em neonatos nascidos a termo e pré-termo”, estudaram o potencial evocado auditivo cortical em neonatos a termo e pré-termo e concluíram que houve influência do processo maturacional na resposta. Calais, Lima-Gregio, Arantes, Gil e Borges, no artigo “Um estudo sobre associação semântica de palavras do português brasileiro”, estudaram as normas de associação semântica e propuseram um teste de reconhecimento de fala com frases considerando a previsibilidade da palavra. Rossi, Lindau, Gillam e Giacheti, no artigo “Adaptação cultural do Test of Narrative Language (TNL) para o Português Brasileiro”, realizaram a tradução e adaptação cultural do teste TNL e verificaram equivalência conceitual. Silva e Crenitte, no artigo “Desempenho de crianças com risco para dificuldade de leitura submetidas a um programa de intervenção”, compararam a aplicabilidade do programa de intervenção em crianças com risco para dificuldade de leitura e verificaram que o programa aprimorou as habilidades de pré-requisitos e as habilidades de leitura e escrita de crianças com risco para dificuldade de leitura. Pessoa, Araújo, Isotani, Puccini e Perissinoto, no artigo “Interpretação de ambiguidades de escolares de Embu das Artes (SP) nascidos com Baixo Peso”, compararam as habilidades de reconhecimento lexical entre escolares de baixo peso e com peso adequado e concluíram que houve diferença. No artigo “Culturally diverse attitudes and beliefs in students majoring in speech-language pathology”, os autores Franca, Smith, Nichols, Balan analisaram o impacto de experiências multiculturais prévias nas atitudes de estudantes de Fonoaudiologia. Valentim, Furlan, Perilo, Motta e Casas, no artigo “Relação entre a percepção da posição de língua pelo indivíduo e medidas de força da língua nos dentes”, analisaram a pressão da língua em indivíduos com posicionamento normal e alterado. Concluíram que não houve diferença no repouso, porém houve diferença durante a deglutição. Chiodelli, Pacheco, Missau, Silva e Corrêa, no artigo “Influência da hipermobilidade articular generalizada sobre a articulação temporomandibular e a oclusão dentária: estudo transversal”, descreveram a oclusão dentária e a articulação temporomandibular de mulheres com e sem hipermobilidade articular generalizada. Concluíram que a hipermobilidade não influenciou a oclusão e as amplitudes de movimentos mandibulares em mulheres. Silva, Sassi e Andrade, no artigo “Caracterização miofuncional orofacial e eletromiográfica de pacientes submetidos à correção da fratura condilar por redução aberta e fechada”, caracterizaram a performance motora orofacial de indivíduos adultos com fratura em côndilo e compararam indivíduos submetidos à redução aberta e fechada. Os autores concluíram que, independentemente do tratamento, o desempenho motor oral e a amplitude dos movimentos mandibulares se mantêm iguais para os pacientes submetidos à redução aberta ou fechada das fraturas condilares. A redução aberta parece favorecer a simetria no funcionamento do músculo masseter. Januário, Alves, Lemos, Almeida, Cruz, Friche, no artigo “Índice de Vulnerabilidade à Saúde e triagem auditiva neonatal: diferenciais intraurbanos”, estudaram os diferenciais intraurbanos em uma triagem auditiva neonatal (TAN) em um Estado específico do Brasil e foram evidenciados importantes diferenciais intraurbanos, indicando associação entre a vulnerabilidade à saúde e o resultado da TAN. Pedroso e Gonçalves, no artigo “Percepção e conhecimento dos profissionais da saúde da atenção primária sobre notificação da Perda Auditiva Induzida pelo Ruído em Curitiba – PR”, analisaram a percepção e o conhecimento dos profissionais de saúde sobre a notificação compulsória da perda auditiva induzida por ruído (PAIR) no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Concluíram que os profissionais sentem-se aptos para identificar os casos de PAIR, mas ainda não notificam e não percebem a Saúde do Trabalhador como um programa institucionalizado. Santos, C Santos, Lopes, Silva, Lima-Silva, no estudo “Relação entre as condições de trabalho e de voz autorreferidos por teleoperadores de uma central de emergência”, estudaram a associação entre os sintomas vocais, a queixa vocal e as condições de trabalho e da voz autorreferidas por teleoperadores e concluíram que houve associação. Góes, Ferracciu e Silva, no artigo “Associação entre a adesão da terapia vocal e perfil de atividades vocais em pacientes disfônicos comportamentais”, analisaram a associação entre a adesão da terapia vocal, perfil de atividades vocais em pacientes disfônicos comportamentais e seus possíveis fatores associados e constataram associação entre algumas variáveis. Loiola-Barreiro e Andrada e Silva, no artigo “Índice de desvantagem vocal em cantores populares e eruditos profissionais”, compararam o índice de desvantagem vocal em cantores populares e eruditos profissionais e verificaram que o impacto do problema vocal interfere de formas diferentes nos dois gêneros, quando relacionados com a queixa vocal e o tempo de atuação profissional. Leme, Marcelino e Prado, no artigo “Margens de tolerância e valores de referência para os formantes de vogais orais para uso em terapias de voz para surdos em computador comercial”, estudaram as margens de tolerâncias mínimas e máximas para as frequências dos três primeiros formantes (F1, F2 e F3) na pronúncia das vogais orais do português brasileiro para utilização em terapias de voz para surdos e concluíram que os valores de referência encontrados foram analisados e podem ser usados para calibração de dispositivos e servir de base para o treinamento de oralização para surdos. Fadel, Dassie-Leite, Santos, Santos Junior, Dias e Sartori, no artigo “Efeitos imediatos do exercício de trato vocal semiocluído com Tubo LaxVox® em cantores”, analisaram os efeitos imediatos do exercício de trato vocal semiocluído (ETVSO) com tubo LaxVox® em cantores e verificaram que esse promove efeitos imediatos positivos quanto à autoavaliação e análise acústica da voz do cantor profissional sem queixas. Ruston, Moreti, Vivero, Malebran e Behlau, no artigo “Equivalencia cultural de la versión Chilena del Voice Symptom Scale – VoiSS”, realizaram a equivalência cultural da versão chilena do instrumento. Cysneiros, Leal, Lucena e Muniz, no artigo de revisão sistemática “Relação entre Percepção Auditiva e Produção Vocal em Implantados Cocleares: Uma Revisão Sistemática”, verificaram lacunas nessa relação. Simões, Zanchetta e Furtado, no artigo “O que sabemos das alterações auditivas centrais em crianças expostas ao álcool na gestação? Revisão sistemática”, concluíram que crianças e adultos jovens expostos ao álcool na gestação apresentam sinais de comprometimento do sistema nervoso auditivo central, porém não foi possível caracterizar essas alterações nos diferentes subtipos diagnósticos do espectro. Werle, Steidl e Mancopes, no artigo “Fatores relacionados à disfagia orofaríngea no pós-operatório de cirurgia cardíaca: revisão sistemática”, concluíram que os estudos foram bastante heterogêneos e que há diversos fatores relacionados à disfagia orofaríngea no pós-operatório cardíaco. Mariani, Guarinello, Massi, Tonocchi, Berberian, no artigo “O trabalho fonoaudiológico em uma clínica dialógica bilíngue: estudo de caso”, descreveram a inserção da língua brasileira de sinais como primeira língua de um sujeito surdo e concluíram que, por meio das situações interativas e dialógicas, o sujeito apropriou-se da língua de sinais e passou a se interessar e a se apropriar, também, da língua portuguesa, principalmente na modalidade escrita. Lamônica, Ribeiro, Ferraz e Tabaquim, no artigo “Doença de Moyamoya: Impacto no desempenho da linguagem oral e escrita”, descreveram as habilidades de linguagem oral/escrita e cognitivas em menina com diagnóstico de DMM de sete anos e sete meses.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out 2016
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