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A trajetória de uma enfermeira: Neuza Aparecida Ramos

La trayectoria de una enfemrera: Neuza Aprecida Ramos

The trajectory of a nurse: Neuza Aparecida Ramos

Resumos

Estudo histórico-social com os objetivos de: contribuir para o banco de dados do Centro Histórico-Cultural da Enfermagem Ibero-Americana, incorporando ao acervo mais uma entrevista gravada com enfermeira; recuperar parte da História da Enfermagem do Paraná; e, ajudar na sua divulgação. Utilizou a história oral de vida, o qual possibilitou, por meio de entrevista, captar a experiência de vida e de trabalho da enfermeira Neuza Aparecida Ramos. Os dados foram classificados nas seguintes categorias: Trajetória profissional, O trabalho em Curitiba, Atividades desenvolvidas, Desafios, Atribuições recebidas e sua visão pessoal sobre o futuro da profissão. Este trabalho possibilitou resgatar a história de vida de uma testemunha ocular de fatos importantes da História da Enfermagem Brasileira e do Paraná.

Enfermagem; História da enfermagem; História


Se trata de un estudio histórico-social con los objetivos de: contribuir para el banco de datos del Centro Histórico-Cultural de la Enfermería Ibero-Americana, incorporando más una entrevista grabada con enfermera; recuperar parte de la Historia de la Enfermería del Paraná, y; ayudar su divulgación. Se utilizó la Historia oral de vida, que posibilita conocer la trayectoria seguida por la licenciada enfermera Neuza Aparecida Ramos, como persona y como profesional. La Historia oral de vida de este personaje fue colectada por medio de entrevista para obtener su experiencia de vida, de trabajo como enfermera y en el liderazgo ejercido en el campo educacional. Los datos colectados fueron clasificados en las siguientes categorías: trayectoria profesional, el trabajo en Curitiba, actividades desempeñadas, desafíos, atribuciones recibidas y su visión personal sobre el futuro de la profesión. Este trabajo posibilitó rescatar la historia de vida de una testigo ocular de hechos importantes de la Historia de la Enfermería Brasileña y del Paraná.

Enfermería; Historia de la enfermería; Historia


This historical-social study aims at: contributing to the Data bank of the Historical-Cultural Center of Iberian-American Nursing through incorporating another recorded interview with a nurse as well as rescuing a portion of the State of Parana Nursing History; and helping in its dissemination. Life oral history was utilized as this has facilitated to know the trajectory followed by the nurse Neuza Aparecida Ramos, as a person and as a professional. Her life oral history was collected through an interview which has captured her living and working experiences as well as her leadership in the educational field. Data collected were classified into the following categories: professional trajectory, the work in Curitiba, carried out activities, challenges, assignments received and her personal vision on the future of the profession. This paper has allowed to rescue the life history of an ocular witness of important facts of the Brazilian Nursing History and that of Parana.

Nursing; Nursing history; History


PESQUISA

A trajetória de uma enfermeira: Neuza Aparecida Ramos

The trajectory of a nurse: Neuza Aparecida Ramos

La trayectoria de una enfemrera: Neuza Aprecida Ramos

Juliana Rodrigues; Taka Oguisso; Genival Fernandes de Freitas; Suely Itsuko Ciozak

Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem. São Paulo, SP

Correspondência Correspondência: Juliana Rodrigues R: Osmário de Lima, 780. Capão da Imbuia CEP 82810-260. Curitiba, PR Submissão: 18/09/2008 Aprovação: 03/05/2009

RESUMO

Estudo histórico-social com os objetivos de: contribuir para o banco de dados do Centro Histórico-Cultural da Enfermagem Ibero-Americana, incorporando ao acervo mais uma entrevista gravada com enfermeira; recuperar parte da História da Enfermagem do Paraná; e, ajudar na sua divulgação. Utilizou a história oral de vida, o qual possibilitou, por meio de entrevista, captar a experiência de vida e de trabalho da enfermeira Neuza Aparecida Ramos. Os dados foram classificados nas seguintes categorias: Trajetória profissional, O trabalho em Curitiba, Atividades desenvolvidas, Desafios, Atribuições recebidas e sua visão pessoal sobre o futuro da profissão. Este trabalho possibilitou resgatar a história de vida de uma testemunha ocular de fatos importantes da História da Enfermagem Brasileira e do Paraná.

Descritores: Enfermagem; História da enfermagem; História.

ABSTRACT

This historical-social study aims at: contributing to the Data bank of the Historical-Cultural Center of Iberian-American Nursing through incorporating another recorded interview with a nurse as well as rescuing a portion of the State of Parana Nursing History; and helping in its dissemination. Life oral history was utilized as this has facilitated to know the trajectory followed by the nurse Neuza Aparecida Ramos, as a person and as a professional. Her life oral history was collected through an interview which has captured her living and working experiences as well as her leadership in the educational field. Data collected were classified into the following categories: professional trajectory, the work in Curitiba, carried out activities, challenges, assignments received and her personal vision on the future of the profession. This paper has allowed to rescue the life history of an ocular witness of important facts of the Brazilian Nursing History and that of Parana.

Descriptors: Nursing; Nursing history; History.

RESUMEN

Se trata de un estudio histórico-social con los objetivos de: contribuir para el banco de datos del Centro Histórico-Cultural de la Enfermería Ibero-Americana, incorporando más una entrevista grabada con enfermera; recuperar parte de la Historia de la Enfermería del Paraná, y; ayudar su divulgación. Se utilizó la Historia oral de vida, que posibilita conocer la trayectoria seguida por la licenciada enfermera Neuza Aparecida Ramos, como persona y como profesional. La Historia oral de vida de este personaje fue colectada por medio de entrevista para obtener su experiencia de vida, de trabajo como enfermera y en el liderazgo ejercido en el campo educacional. Los datos colectados fueron clasificados en las siguientes categorías: trayectoria profesional, el trabajo en Curitiba, actividades desempeñadas, desafíos, atribuciones recibidas y su visión personal sobre el futuro de la profesión. Este trabajo posibilitó rescatar la historia de vida de una testigo ocular de hechos importantes de la Historia de la Enfermería Brasileña y del Paraná.

Descriptores: Enfermería; Historia de la enfermería; Historia.

INTRODUÇÃO

A consciência da necessidade de se criar uma historiografia da profissão que rompa com a localização da História da Enfermagem fora da história social e oficial foi uma motivação para este estudo. O mesmo pretende olhar para uma parte dessa História na ótica de um ator social e personagem atuante dela, buscando uma articulação entre passado e presente, partindo da trajetória de vida desse personagem. Assim, espera-se poder contribuir para esclarecer o presente com base nos significados atribuídos às vivências desse personagem, tornando-as significativas aos enfermeiros.

Para tanto, buscamos resgatar parte da história de enfermagem no Estado do Paraná. Neste, a enfermagem profissional despontou com a criação da Escola de Auxiliares de Enfermagem "Dr. Caetano Munhoz da Rocha" (EAE), de acordo com a Lei Estadual nº 1945 de 18/10/54, após o advento da Lei nº 775/49, que dispôs sobre o ensino da enfermagem no país. Também em 1954, por iniciativa da Congregação das Irmãs de São José, foi criada a Escola de Enfermagem "Madre Leonie", outro marco histórico no desenvolvimento da enfermagem nesse Estado. Em 1956, foi estabelecida a Escola de Auxiliar de Enfermagem "Catarina Labouré", da Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 4024/61, transformou-se na primeira Escola Técnica de Enfermagem no país(1).

A motivação para a realização deste estudo surgiu do fato da primeira autora ser originária do Estado do Paraná, onde concluiu o curso de graduação em Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), e do interesse em perscrutar alguma figura que tivesse participado no desenvolvimento da profissão no Estado. A escolha recaiu sobre o nome da enfermeira Neuza Aparecida Ramos, ex-professora dessa Universidade, cuja destacada contribuição não havia sido devidamente registrada.

Preliminarmente, cabe destacar, alguns fatos relevantes anteriores ao foco deste estudo, e que com certeza colaboraram para o desenvolvimento desta profissão. Entre eles merecem menção os nomes de Alice Michaud e Wanda de Aguiar Horta, que foram precursoras de trabalhos na enfermagem no Estado. Em 1944, Wanda de Aguiar e sua família residiam em Curitiba, quando ela recebeu uma bolsa de estudos do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), para estudar na EEUSP(2). Durante o curso, conheceu Alice Michaud, nascida em 1919 e considerada a primeira enfermeira paranaense. Esta em 1939 havia trabalhado como Visitadora Sanitária em Curitiba. Em 1945, também recebeu bolsa de estudos para estudar na EEUSP. Em 1949, de volta à Curitiba, foi trabalhar no Hospital da Cruz Vermelha para organizar o serviço de enfermagem. Nessa ocasião, organizou também o primeiro curso para atendentes de enfermagem, na Secretaria de Saúde, com o objetivo de formar pessoal para trabalhar na área hospitalar. Juntamente, com sua colega, Wanda de Aguiar, que também havia retornado a Curitiba, continuou a ministrar o curso para atendentes. Em 1950, as duas colegas iniciaram comemorações para a Semana de Enfermagem no Paraná. Em 1954, Alice assumiu o cargo de vice-diretora da Escola de Enfermagem Madre Leonie, um marco histórico para o desenvolvimento da enfermagem(3).

Neste mesmo ano a Escola de Auxiliares de Enfermagem Dr. Caetano Munhoz da Rocha foi fundada por Paula Pedroso do Amaral, presidente da Associação Feminina Maternidade e Infância. Em 1956, foi fundada a Seção Paraná, da Associação Brasileira de Enfermagem, juntamente com outras doze enfermeiras(4).

Outras enfermeiras que merecem destaque pela participação na construção da enfermagem do Paraná foram: Maria Lêda Vieira e Teresinha Beatriz Gomes de Azeredo, ambas também formadas em direito e ex-diretoras da Escola Auxiliares de Enfermagem "Dr.Caetano Munhoz da Rocha". Leda dirigiu esta Escola de 1955 a 1965, e era cedida pelo Ministério da Saúde para trabalhar em Curitiba. Terezinha formou-se pela EEUSP em 1956 e dirigiu a EAE de 1966 a 1976. Elas desenvolveram suas trajetórias como docentes juntamente com a Profª Neuza na PUC-PR, e da mesma maneira militaram nos órgãos de classe e lutaram para a construção da profissão no Estado(1). Além da parceria profissional, iniciou-se também uma longa amizade entre essas três enfermeiras.

Os objetivos deste estudo são: contribuir para o desenvolvimento do projeto sobre "Memória Oral" do Centro Histórico e Cultural da Enfermagem Ibero-Americana, da Escola de Enfermagem da USP; possibilitar uma análise crítica acerca da história da enfermagem na perspectiva da história de vida da enfermeira Neuza Ramos, corroborando para a divulgação e valorização da profissão.

METODOLOGIA

Trata-se de estudo de natureza histórico-social, tendo como referencial teórico-metodológico da história oral de vida, pois este possibilita conhecer a trajetória da colaboradora escolhida.

O presente estudo insere-se no projeto sobre "Memória Oral" do Centro Histórico e Cultural da Enfermagem Ibero-Americana (CHCEIA), e que se localiza no quarto andar da Escola de Enfermagem da USP, com exposições permanentes de objetos como, roupas, fotografias e documentos históricos. Entre algumas propostas de trabalho do centro histórico, destaca-se: aumentar a pesquisa em história da enfermagem, divulgar o acervo disponível, organizar seminários e encontros, entre outros(5).

A História Oral é uma história do tempo presente, bem como, uma história viva. Consiste em "um recurso moderno usado para a elaboração de documentos, arquivamento e estudos referentes à experiência social de pessoas e de grupos"(6). É um termo abrangente, que traduz uma "quantidade de relatos a respeito de fatos não registrados por outro tipo de documentação". Coletada por meio de entrevista, pode captar a experiência de vida dos narradores, bem como, tradições, mitos e crenças(7). Assim, história oral é um processo de obtenção de entrevistas registradas no tempo presente para responder à utilidade prática, social e imediata, mas que não se esgota no ato da sua aquisição, da obtenção de um texto ou ainda no momento da sua análise(8).

Este referencial também possibilita apreender as experiências das pessoas que estão dispostas a narrar sobre a sua vida. A História Oral de Vida é o relato das experiências de vida de uma pessoa, portanto tem como ator principal, o depoente. Desta maneira, este tem a liberdade de discorrer sobre sua experiência pessoal(5). É uma técnica que capta o que acontece no encontro da vida individual com a social, assim como um instrumento para acessar as estruturas mentais mais antigas(6). Neste sentido, a história oral de vida se difunde nas narrativas que se orientam em fatos, mas admitem fantasias, delírios, silêncios e distorções. Essas narrativas dependem da memória, dos contornos, arranjos, indefinições e até da fala(8).

Portanto, por meio de entrevista semi-estruturada, e a partir do estudo do relato do entrevistado que vivenciou um período histórico, traçamos um percurso metodológico que se pautou na história de vida da Enfermeira Neuza Aparecida Ramos. Foram resgatados fatos, valores, crenças e significados que a entrevistada atribui às suas experiências. A trajetória profissional e sua atuação na enfermagem em Curitiba mostraram relevância para a construção de modelos para a profissão.

Coleta de dados

Tendo escolhido a enfermeira Neuza Aparecida Ramos como colaboradora, para a coleta de dados foi utilizada a técnica da história de vida. O processo da coleta iniciou-se por meio de um contato telefônico, realizado com a coordenadora do curso de graduação em enfermagem da PUCPR, para obter um contato com a entrevistada. De posse do endereço eletrônico desta, foi realizado o primeiro contato com o convite para a entrevista. Após inúmeras tentativas para conciliar data e local, pois entrevistadora e entrevistada estavam localizadas em cidades diferentes, finalmente a entrevista pôde ser realizada em São Paulo, no dia 12 de abril de 2008, em uma residência onde a entrevistada estava hospedada.

Primeiramente foram explicados os objetivos do estudo, e oferecido o Termo de Consentimento para leitura e assinatura da colaboradora, e dado início à gravação da entrevista que teve duração de duas horas. Feita a transcrição da mesma, retornamos o texto para a entrevistada, para confirmar dados e o conteúdo real do discurso. Os dados coletados foram classificados nas seguintes categorias: trajetória profissional, o trabalho em Curitiba, atividades desenvolvidas, desafios, atribuições recebidas e visão pessoal sobre o futuro da profissão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neuza Aparecida Ramos nasceu em 10 de outubro de 1939, na cidade de José Bonifácio, interior do Estado de São Paulo. Em 1958, aos dezoito anos ingressou na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, formando-se em 1961. Desde essa ocasião, desenvolveu atividades junto ao Grupo de Juventude Universitária Católica (JUC), depois como docente, inclusive como Pró-reitora da PUC-PR e, paralelamente, também na Associação Brasileira de Enfermagem, Seção Paraná, e no Conselho Regional de Enfermagem do Paraná, no qual foi a primeira presidente. Os dados coletados são apresentados a seguir. Eles foram agrupados e classificados em categorias de acordo com o conteúdo e discutidos separadamente.

A Trajetória Profissional

Esta categoria expressa o início da trajetória profissional da entrevistada, que não mediu esforços em prestar assistência de enfermagem voluntária. Trabalho louvável e que começa a refletir as características de uma jovem disposta a batalhar pela sua profissão.

Quando estava no último ano (1961) recebi convite do Movimento do Graal, grupo leigo formado por mulheres, algumas com compromisso formal e outras apenas colaboradoras e amigas, para um trabalho voluntário, na Diocese de Barra do Piraí-RJ, com o bispo católico Dom Agnelo Rossi, que já havia conseguido a adesão de algumas enfermeiras, antropólogas e sociólogas dos Estados Unidos e Canadá para um trabalho assistencial que incluía prevenção e promoção da saúde em algumas cidades integrantes de sua diocese.

[...] Em agosto de 1962 seguimos para o trabalho na Diocese de Barra do Piraí. Foi um ano muito rico. As enfermeiras norte-americanas eram também jovens, iniciando sua vida profissional. A convivência com elas e a troca de experiências foram muito importantes para minha formação pessoal e profissional.

Regressando a São Paulo em julho de 1963 fui trabalhar no Departamento de Profilaxia da Lepra, mas logo em seguida, em novembro de 1963, a convite da então diretora do Serviço de Enfermagem do Hospital do Servidor Público, me inscrevi e fui selecionada para trabalhar nesse Hospital.

O trabalho em Curitiba

Em 1966, no curso de pós-graduação, a entrevistada conheceu duas futuras colegas de trabalho que se tornaram amigas e juntas superaram dificuldades e trilharam caminhos em prol do crescimento da enfermagem no Paraná, como mostra o discurso a seguir.

Pedi afastamento para fazer o curso de pós-graduação existente na época, na EEUSP. Foi quando conheci Maria Leda Vieira que tinha vindo de Curitiba para fazer o mesmo curso. Neste ano de convivência, fui apresentada à Teresinha Azeredo, também de Curitiba, que ia com freqüência a São Paulo. Recebi convite para trabalhar na Capital Paranaense, após o termino do curso. Concluí a pós-graduação em Administração Aplicada à Enfermagem - com ênfase em Enfermagem Médico-Cirúrgica.

[...] Aceitei o convite para trabalhar em Curitiba, pensando inicialmente em ficar apenas dois anos. Teresinha Azeredo me ofereceu trabalho na Escola de Auxiliares, então pedi demissão no Hospital dos Servidores. Fiquei dois anos nesse hospital, os quais considero como de grande experiência, pois o mesmo era novo, considerado hospital padrão, de referência, não só quanto à sua estrutura física, mas também quanto à organização administrativa, inclusive o serviço de enfermagem. Fui para Curitiba em janeiro de 1967 para trabalhar na EAE Caetano Munhoz da Rocha, e também no Hospital de Clínicas, inaugurado há poucos anos, com a possibilidade de ser contratada para supervisão noturna, o qual não aconteceu.

Trabalhos desenvolvidos

Esta categoria mostra as várias atividades desenvolvidas pela Profª Neuza, desde o seu primeiro ano de trabalho em Curitiba, no qual iniciou com atividades de docência, passando a diretora da escola citada a seguir, bem como, a realização de trabalhos de reestruturação e administração hospitalar, trabalhos desenvolvidos junto à Pró-reitoria da PUCPR, entre outras, como destacados em sua fala.

Em 1968 a Escola de Enfermagem Madre Leonie precisava de professora para Enfermagem Médico Cirúrgica, então a Professora Lêda que já era professora de Enfermagem Psiquiátrica na Escola [...] [...] me apresentou à Diretora e fui contratada. Logo a seguir a professora de Administração Aplicada à Enfermagem, pediu demissão e eu assumi essa disciplina também.

[...] 1969 foi o último ano de direção por uma religiosa. Até então a Escola era agregada à Universidade Católica do Paraná, mas com a saída das irmãs, em 1970, a Escola passou a ser mantida pela Sociedade Paranaense de Cultura, mantenedora da Universidade. Nesse ano houve a transferência da Escola para o campus da Universidade [...], o Reitor indicou a Professora Cleia Couto Pereira para a direção com mandato de dois anos. Logo depois a Cleia ficou doente, se afastou e então fui designada para cumprir seu mandato.

De acordo com os dados do Anuário I(9), de 1966, da Universidade Católica do Paraná (UCP), a Escola Madre Leoni, funcionou na Praça Rui Barbosa, região central de Curitiba, desde a sua criação em 1953. Tempos depois foi transferida para o prédio da Maternidade Nossa Senhora de Fátima, e, em 1970, foi transferida para o campus da UCP. Em 1968, os registros do Anuário IV(10), trazem Neuza Ramos como professora efetiva pertencente ao corpo docente da Escola.

[...] a Curia Metropolitana mantinha conversações com os Irmãos Maristas para assumir a Universidade. Terminado meu mandato e como os entendimentos continuavam, fui designada Diretora "pro-tempore", até que os Irmãos assumissem e fosse implantada a reforma universitária, prevista no Decreto Lei 5.540/68 [...]. Com a reforma, fui convidada para ser a vice-diretora do Centro de Ciências Biomédicas, hoje Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.

Após a transferência da Escola para o Campus Universitário, os cursos da Universidade Católica em 1974 foram agrupados em quatro Centros Universitários. Este fato foi verificado em uma pesquisa realizada sobre o ensino de graduação da enfermagem em Curitiba, como saldo positivo para o curso de enfermagem, pois, a interação com os alunos de outros cursos e diferentes áreas favoreceu a soma de experiências multidisciplinares e o crescimento do curso de enfermagem(11).

Pouco tempo depois o governo do Estado propôs à Universidade a venda do Hospital Cajuru, Pronto Socorro Municipal, pertencente à Rede Ferroviária Federal, com um conceito muito ruim quanto ao atendimento, na época. Foi constituída uma comissão de Auditoria para a avaliação da qual fiz parte, e em dezembro de 1977 assumimos o hospital. Eu como diretora do Serviço de Enfermagem e mais duas enfermeiras. O Hospital até então não contava com enfermeiras, tinha apenas uma auxiliar de enfermagem e os demais eram todos atendentes

Preparamos projeto de reforma do pronto socorro e construção de novo centro cirúrgico, para obtenção de financiamento junto ao Ministério da Saúde. Foi transformado em Hospital de ensino, hoje Universitário e de referência em traumatologia. Quando terminei o mandato como Vice-Diretora do Centro, fiquei apenas como professora e diretora do curso de enfermagem e diretora da divisão de enfermagem do Hospital Cajuru.

A Sociedade Paranaense de Cultura adquiriu o Hospital Universitário Cajuru, em 1977, para prestar assistência médica e também para criar oportunidades de estágios aos alunos da área da saúde da Universidade Católica e contribuir para a formação desses profissionais. Este momento marcou uma época de mudanças com a formalização do ensino médico, e, cada vez mais com a interação de alunos de diversas áreas. A partir daí, o Hospital passa a ser (re) conhecido pela população como hospital geral e de pronto-socorro. Recebeu o título de Hospital Universitário em 1993, e, atualmente atende todas as especialidades médicas com um serviço referência de pronto-socorro(12).

Como todo o início de trajetória, as atividades e estágios no hospital foram marcados por muitas dificuldades. Ainda não tinha a estrutura suficiente para atender a demanda dos alunos, com déficit de recursos humanos e de material(11).

No início de 1979, recebi por intermédio da Enfª Ligia Paim uma bolsa de estudos na França. Na época Ligia trabalhava no Departamento de Assuntos Universitários (DAU) do MEC [...] em novembro de 1979 viajei para a França fazer o curso de Administração Hospitalar, na Ecole Nationale de la Santé Publique, na cidade de Rennes Capital da região da Bretanha.

Voltei para Curitiba em dezembro de 1980 e em janeiro do ano seguinte reassumi minhas funções como Diretora da Divisão de Enfermagem do Hospital por pouco tempo, pois foi criada a assessoria de planejamento para onde fui transferida e um ano depois a Reitoria me chamou para retornar a chefia do Departamento de Enfermagem.

Em 1985, fui indicada para integrar a Comissão de Especialistas de Ensino de Enfermagem, como representante da região sul. A presidente era a Enfermeira Vilma de Carvalho. A Comissão organizou quatro seminários regionais com o objetivo de discutir e encaminhar nova proposta de currículo para o curso de enfermagem.

No final de 1986, o Irmão Clemente, Pró-Reitor de Planejamento da PUC, me convidou para implantar a Secretaria Geral vinculada ao gabinete do Reitor, com a atribuição de atender além do gabinete do Reitor, os órgãos deliberativos da Universidade. Também nesse ano de 1987, por indicação da Universidade me inscrevi para o curso de especialização em Administração Universitária promovido pela OUI - Organização Universitária Interamericana, do Canadá, Província de Quebec, em convênio com o CRUB e UFSC.

É notável a dedicação, o esforço e o empenho que a entrevistada ofereceu à enfermagem e a cidade que acabara de adotar. Assumiu compromissos políticos e cargos de confiança, os quais com certeza lhes foram confiados graças a sua competência e dignidade.

Os desafios

O discurso a seguir, denota que além de todas as atividades relacionadas com a docência e coordenação de curso, a colaboradora, ainda, encorajava-se a desenvolver atividades paralelas, que aqui foram descritas e consideradas por ela como desafiadoras. Atividades de implantação e organização da Biblioteca Central da PUCPR, assim como a coordenação da criação de um novo Projeto Pedagógico para a Universidade. Mais uma vez, destacamos e nos orgulhamos do profícuo trabalho realizado por esta enfermeira.

Voltando à enfermagem, permaneci como professora do curso até 1999, e após continuei lecionando nos cursos de pós-graduação latu sensu. Da "EAE Dr. Caetano Munhoz da Rocha" [...]. Quando ainda estava na Secretaria geral recebi novo convite do Irmão Clemente, desta vez para organizar física e administrativamente e implantar a nova Biblioteca Central da PUCPR. Foi um árduo trabalho na definição de espaços, aquisição de mobiliários, informatização e contratação de profissionais para o atendimento da comunidade em um novo espaço de quase 11.000 metros quadrados. Em fevereiro de 1994 a Biblioteca foi inaugurada e eu assumi como Diretora.

No depoimento de uma das bibliotecárias da PUC revela-se o profissionalismo e a grata convivência com a Profª. Neuza, por meio do discurso a seguir: "ficamos apreensivas, porque só a conhecíamos de longe. [...] apesar de, num primeiro momento, não conhecer profundamente o trabalho do Bibliotecário, sempre nos ouviu e nos respeitou como profissionais. [...] podíamos discutir e se, com argumentos, a convencêssemos do contrário, ela sempre teve a sabedoria de voltar atrás na decisão quando necessário"(13).

Paralelamente ao trabalho na biblioteca fiz parte também da Comissão de Planejamento da PUCPR, tendo coordenado localmente o planejamento estratégico da Universidade, com o apoio de uma consultoria externa. Esse trabalho foi realizado em 1996/97. Em 1996 concluí o programa de mestrado em educação, na PUCPR.

Em setembro de 1999 fui convidada novamente pelo Irmão Clemente, agora Reitor para assumir a Pró-Reitoria de Graduação em substituição ao seu titular que estava doente. Cumpri aquele mandato e depois fui reconduzida para mais 4 anos. Assumi com o compromisso de implantar um novo projeto pedagógico. Este foi o maior dos desafios que já havia tido. Inúmeras reuniões, trabalhos em grupo e seminários foram realizados com os dirigentes, professores, alunos e pessoal técnico-administrativo o que resultou no documento: Diretrizes para o ensino de graduação na PUCPR. Foi um trabalho gratificante que motivou a todos, criando maior vínculo com a Instituição.

Durante meu mandato de Pró-Reitora fui eleita vice-coordenadora e depois coordenadora da região sul junto ao ForGRAD - Foro de Pró-Reitores de Graduação das Universidades brasileiras e de 2004/2005 Vice-Presidente do Foro. Quando terminei meu mandato, em dezembro de 2005, o Reitor me ofereceu novamente a direção da Biblioteca, agora denominada Sistema Integrado de Bibliotecas da PUCPR. Lá permaneci o ano de 2006 e no final de abril de 2007 encerrei minhas atividades na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, após 37 anos de trabalho ininterruptos. Quando lá cheguei havia apenas 2 prédios. Hoje o campus sede, em Curitiba, possui cursos de mestrado e doutorado, e o de São José dos Pinhais, Londrina, Toledo e Maringá, possuem programas de pós-graduação Latu Sensu, todos já consolidados.

Atribuições recebidas

Quando cheguei em Curitiba, em janeiro de 1967, logo em seguida teve eleição para a ABEn, e a Profª Leda foi eleita presidente [...] Desde o meu último ano do curso de enfermagem em São Paulo, eu já trabalhava com a ABEn. Em 1966, quando fiz pós-graduação na Escola de Enfermagem, fui durante um período secretária executiva da ABEn, quando a Profª Circe de Melo Ribeiro, era presidente. [...] trabalhei ativamente na Associação, acho que até 1979, sendo sempre membro da Diretoria da ABEn.

Hospedamos, em 1974, o XXVI congresso de enfermagem e conseguimos fazer algumas inovações. Foi um congresso com muito sucesso. Com o resultado financeiro do congresso foi comprado um imóvel para ser a sede da ABEn-PR. A Presidente na ocasião era a Enfª Alice de Lima, do Hospital de Clínicas da UFPR.

No XXVI Congresso Brasileiro de Enfermagem, sediado em Curitiba em julho de 1974, Profª Neuza fez parte da Comissão Executiva e trabalhou como tesoureira. Também coordenou a sub-comissão de finanças, bem como presidiu a sessão de temas oficiais - Necessidades psicossociais e psicoespirituais dos pacientes(14).

Em 1975, foi implantado o Conselho Federal de Enfermagem, e logo em seguida, no prazo de um ano os conselhos regionais. Eu fui a primeira presidente do COREN-PR.

De acordo com o Primeiro Relatório do Conselho Federal de Enfermagem - Ministério do Trabalho, Anexo 32, a publicação do Diário Oficial da União, de 05/01/1976, homologa e proclama o resultado das eleições para as diretorias dos Conselhos Regionais de Enfermagem e define Neuza Aparecida Ramos como presidente do Coren-PR(15).

Assim, ao assumir a direção desse órgão, houve crescente número de participações nas reuniões e do número de profissionais inscritos. Em 13 de abril de 1976, verificou-se o registro da Ata da Primeira Reunião da Diretoria do Conselho Regional de Enfermagem do Paraná. Entre as diversas atividades tratadas, houve a prorrogação, para 30 de junho de 1976, do prazo para habilitação à inscrição do pessoal dos serviços de enfermagem, de acordo com a Resolução nº25 do Conselho Federal de Enfermagem(16). Atualmente, no Paraná, este conselho conta com 12.139 enfermeiros inscritos, sendo 16.384 técnicos de enfermagem, 31.382, auxiliares de enfermagem e 86 atendentes(17).

A fala da Profª. Neuza pontua bem as atribuições exercidas junto à direção do Conselho, destacando-se:

Fui reeleita e seria reconduzida pela diretoria como presidente. Eu pedi para ser membro do Conselho Fiscal, porque eu já tinha o resultado da bolsa para ir à França, e pedi afastamento por um ano. Quando eu voltei reassumi no Coren, e continuei participando da ABEn, mas depois fui me afastando por dificuldades em conciliar as atividades da associação com as da universidade.

Enquanto membro da Comissão de Especialistas de Ensino de Enfermagem, o contato foi constante, mas depois rareando. O pessoal mais antigo foi se afastando, dando espaço aos mais jovens que chegavam. A ABEn desempenhou papel importante tanto no crescimento como no desenvolvimento da enfermagem. Os Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem foram criados graças aos esforços de um grupo de enfermeiras, principalmente daquelas que atuaram nas diretorias da ABEn nacional e estadual. A ABEn era uma organização muito forte, respeitada e desempenhava triplo papel: cientifico e cultural, de atuação moral sobre o exercício profissional e defesa econômica da classe.

De fato, a colaboradora tem razão, na falta de órgão fiscalizador e de sindicato, ambos criados na década de 1970, era a Associação que tinha que tomar a iniciativa, mesmo sem força legal de sustentação. Com o Código de Ética de Enfermagem buscava-se fazer com que enfermeiros seguissem seus princípios e, muitas vezes, sentava-se a mesa de negociação para discutir questões relacionadas às condições de trabalho.

O futuro da profissão

Vejo um futuro promissor para a profissão. A demanda pelo curso vem aumentando, o que possibilita melhor seleção dos candidatos. E como toda profissão que cresce precisa se preocupar com a formação de seus profissionais. As escolas terão que preparar os jovens para viverem novas concepções de mundo, de sociedade, de ser humano e de humanidade. Seus currículos deverão contemplar não apenas o ensino dos fenômenos físicos, biológicos, químicos ou sociais, mas também, os políticos, filosóficos e os religiosos. Os graduandos de enfermagem precisam ser estimulados a continuarem seus estudos, por meio da pós-graduação latu e stricto senso e participação em eventos científicos. Só assim a enfermagem atingirá o status de que é merecedora, na equipe de saúde e na sociedade.

Para finalizar, gostaria de afirmar que se eu tivesse que escolher hoje uma profissão, começaria com a Enfermagem de novo. Isso que fiz e relatei aqui, aconteceu a partir do curso de enfermagem. Por isso eu digo, foi um curso que me ofereceu uma abertura muito grande. Quase que toda a minha carreira desenvolveu-se dentro da PUCPR. Foram 37 anos durante os quais trabalhei em vários setores da universidade, mas tudo foi a partir da enfermagem. Então se eu tivesse que escolher, eu começaria tudo outra vez com a enfermagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Retomando um dos objetivos do trabalho que era o de contribuir para a divulgação da História de enfermagem do Paraná, acreditamos que este estudo atingiu este propósito, assim como os outros objetivos aqui propostos. Também pudemos contribuir para o projeto de "Memória oral" do acervo do Centro Histórico e Cultural da Enfermagem Ibero-Americana, pois vivenciamos a oportunidade de registrar a trajetória profissional e de vida da Enfermeira e Profª Neuza Aparecida Ramos.

Deste modo, é possível compreender por que o ser humano existe somente dentro de uma rede de relações. Algumas coordenadas devem ser levadas em conta pelo pesquisador: deve-se atentar para os condicionamentos sociais do biografado, o grupo ou grupos em que atuava, enfim, todas as redes de relações pessoais que constituíam seu dia-a-dia(8). É neste sentido, que entendemos que as entrevistas de história de vida são interessantes quando articulam personagens que tiveram vida em comum, pois contam histórias de coletividades.

Verificamos que o percurso desta cidadã paulista, destacou-se pelo trabalho dedicado à enfermagem paranaense, e que sua devoção muito contribuiu para dar suporte às pilastras já levantadas, bem como de desbravar campos ainda não conhecidos. Ao lado das pioneiras da enfermagem no Paraná, Neuza Aparecida Ramos, destacou-se pelo seu empenho, determinação, dedicação e capacidade de gerenciar cargos desde o inicio como enfermeira assistencial de serviço, passando pela docência em cursos de auxiliar, graduação e pós-graduação de enfermagem, a cargos que exigiram muita coragem, compromisso e responsabilidade, como primeira presidente do Coren-PR, Diretora do Serviço de Enfermagem do Hospital Cajuru e do Departamento de Enfermagem da PUC-PR até como Pró-Reitora da PUC-PR.

Destacamos também, as experiências diversas da colaboradora, pois a troca de experiências com as enfermeiras norte-americanas no trabalho voluntário no Brasil, bem como a realização de cursos na França e no Canadá possibilitaram à profissional um amadurecimento e crescimento que se refletiram positivamente na sua prática. Outras atividades que merecem destaque foram: sua participação ativa como membro da ABEn-PR e em trabalhos que sempre estiveram envolvidos com as questões do ensino de enfermagem como, a Comissão de Especialistas de Ensino de Enfermagem do MEC e Coordenadora na Região Sul e vice presidente do Foro de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras.

Portanto, estamos diante de uma profissional que ainda não se cansou de ser enfermeira e de acreditar no futuro da profissão, que merece ser respeitada, valorizada e reconhecida pela sociedade. Um exemplo vivo de competência, honestidade e capacidade de gerenciar recursos humanos e materiais, no qual, nós enfermeiros temos a oportunidade de aprender e de tomarmos a sua trajetória como modelo.

Esse trabalho possibilitou-nos resgatar a história de vida de uma testemunha ocular de fatos importantes da História da Enfermagem Brasileira e do Paraná, assim como de verificar a participação efetiva desta enfermeira na construção e desenvolvimento da enfermagem. Sua disponibilidade se estendeu até mesmo em facilitar a execução deste trabalho, não medindo esforços para atender ao pedido de conceder este entrevista, deslocando-se de sua cidade para São Paulo.

  • 1. Conselho Regional de Enfermagem (PR). Artigos. [citado em 16 mar 2008]. Disponível em: http://www.corenpr.org.br/artigos/artigo_23.htm
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  • 18. Borges VP. Grandezas e misérias da biografia. In: Pinsk CB. Fontes históricas. São Paulo: Contexto; 2005. p. 222.
  • Correspondência:
    Juliana Rodrigues
    R: Osmário de Lima, 780. Capão da Imbuia
    CEP 82810-260. Curitiba, PR
    Submissão: 18/09/2008
    Aprovação: 03/05/2009
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Ago 2009
    • Data do Fascículo
      Jun 2009

    Histórico

    • Aceito
      03 Maio 2009
    • Recebido
      18 Set 2008
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