Acessibilidade / Reportar erro

6. Fibrilação atrial

FIBRILAÇÃO ATRIAL

6. Fibrilação atrial

Na prática clínica, a fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais comum, sendo responsável por cerca de um terço das hospitalizações por distúrbios do ritmo cardíaco. Estima-se que 2,2 milhões na América do Norte e 4,5 milhões na União Europeia têm FA persistente ou paroxística. O risco de desenvolver FA é de um para cada 4 indivíduos a partir dos 40 anos de idade1, o que corresponde a cerca de 25% naqueles com 55 anos2. Em recente diretriz, a classificação da FA representou um consenso para torná-la simplificada e com relevância clínica. Se a arritmia termina espontaneamente, a FA é designada paroxística; quando sustentada além de 7 dias, é considerada persistente; e de maior duração, quando a cardioversão falhou ou não foi tentada, torna-se permanente. Essas categorias não são mutuamente exclusivas3. Como a associação entre FA e cardiopatia é frequente, o ETT é indispensável, tanto para identificar como para avaliar a gravidade de tais condições, devendo ser realizado inicialmente em todos os pacientes com FA (nessa avaliação inicial, a ETE não faz parte da rotina)3,4.

Embora estudos prospectivos e mais abrangentes sejam necessários, alguns índices ou parâmetros adicionais (Doppler convencional ou Doppler tissular e modalidades derivadas) podem ser utilizados na prática clínica para prever a maior possibilidade de recuperação e manutenção do ritmo sinusal pós-cardioversão química ou elétrica5. Pacientes com FA paroxística ou persistente, com função do VE normal e AE < 50 mm ou volume indexado do átrio esquerdo < 32 ml/m2 têm melhor prognóstico5. O ETT ou ETE, quando necessário, pode definir a opção mais apropriada de tratamento para cada caso, permitindo uma menor recorrência da FA.

  • 1. Lloyd-Jones DM, Wang TJ, Leip EP, Larson MG, Levy D, Vasan RS, et al. Lifetime risk for development of atrial fibrillation: the Framingham Heart Study. Circulation. 2004; 110: 1042-6.
  • 2. Heeringa J, Van der Kuip DA, Hofman A, Kors JA, Herpen G van, Stricker BHCh, et al. Prevalence, incidence and lifetime risk of atrial fibrillation: the Rotterdam study. Eur Heart J. 2006; 27: 949-53.
  • 3. Fuster V, Rydén LE, Cannom DS, Crijns HJ, Curtis AB, Ellenbogen KA, et al. ACC/AHA/ESC 2006 guidelines for the management of patients with atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines and the European Society of Cardiology Committee for Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2006; 48: e149-246.
  • 4. Cheitlin MD, Armstrong WF, Aurigemma GP, Beller GA, Bierman FZ, Davis JL, et al. ACC/AHA/ASE 2003 guideline update for the clinical application of echocardiography: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Soc Echocardiogr. 2003; 16 (10): 1091-110.
  • 5. Leung DY, Boyd A, Ng AA, Chi C, Thomas L. Echocardiographic evaluation of left atrial size and function: current understanding, pathophysiologic correlates, and prognostic implications. Am Heart J. 2008; 156: 1056-64.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Jul 2010
  • Data do Fascículo
    Dez 2009
Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC Avenida Marechal Câmara, 160, sala: 330, Centro, CEP: 20020-907, (21) 3478-2700 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil, Fax: +55 21 3478-2770 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@cardiol.br