Acessibilidade / Reportar erro

Uso de nomes populares para as espécies de Araceae e Dioscoreaceae no Brasil

Use of common names of Araceae and Dioscoreaceae species in Brazil

Resumos

A origem dos nomes vulgares das espécies muitas vezes é obscura ou mesmo impossível de ser identificada. Face à semelhança que apresentam alguns tipos de sistema subterrâneo de Dioscorea com aqueles das espécies de Colocasia, observa-se em muitos trabalhos publicados na literatura brasileira uma certa confusão na terminologia usada para definir estruturas principalmente em algumas espécies de "inhame" e "cará". A padronização no Brasil da nomenclatura das estruturas subterrâneas destas hortaliças, à luz dos "Códigos Internacionais de Nomenclatura Botânica e das Plantas Cultivadas", permitirá melhor entendimento para pesquisadores, extensionistas, sociedades civis organizadas, importadores, produtores, comerciantes e consumidores, na identificação das espécies cultivadas de cada família botânica e na interpretação das informações.

Colocasia; Dioscorea; inhame; cará; taro


The origin of common names of species is sometimes obscure or even impossible to trace. Some species of Dioscorea and Colocasia presented similar underground organs and in works published in Brazilian literature we find certain confusion in the definition of the terminology of these structures. This happens especially in the case of certain species of "inhame" and "cara". The standardization in Brazil of the nomenclature of underground organs of these vegetables under the rules of the "International Codes of Botanical Nomenclature and Cultivated Plants" will permit a better understanding to researchers, farmers, organized civil societies, producers, tradesman and consumers, in order to promote the identification of cultivated species of each botanical family and interpretation of the information.

Colocasia; Dioscorea; igname; yam; taro


ARTIGO CONVIDADO

Uso de nomes populares para as espécies de Araceae e Dioscoreaceae no Brasil

Use of common names of Araceae and Dioscoreaceae species in Brazil

Gilberto PedralliI; Carlos A. Simões do CarmoII; Marney CeredaIII; Mário PuiattiIV

ICETEC/UFOP, C. Postal 706, 31.170-000 Belo Horizonte, MG

IIIncaper, C. Postal 66, 29.375-000 Venda Nova dos Imigrantes, ES

IIICERAT-UNESP, C. Postal 237, 18.603-970 Botucatu, SP

IVUFV, 36.571-000 Viçosa, MG

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Gilberto Pedralli Email: pedralli@cetec.br; pedralli@iceb.ufop.br Carlos A. Simões do Carmo Email: crdrcserrano@incaper.es.gov.br Marney Cereda Email: seccerat@fca.unesp.br Mário Puiatti Email: mpuiatti@mail.ufv.br

RESUMO

A origem dos nomes vulgares das espécies muitas vezes é obscura ou mesmo impossível de ser identificada. Face à semelhança que apresentam alguns tipos de sistema subterrâneo de Dioscorea com aqueles das espécies de Colocasia, observa-se em muitos trabalhos publicados na literatura brasileira uma certa confusão na terminologia usada para definir estruturas principalmente em algumas espécies de "inhame" e "cará". A padronização no Brasil da nomenclatura das estruturas subterrâneas destas hortaliças, à luz dos "Códigos Internacionais de Nomenclatura Botânica e das Plantas Cultivadas", permitirá melhor entendimento para pesquisadores, extensionistas, sociedades civis organizadas, importadores, produtores, comerciantes e consumidores, na identificação das espécies cultivadas de cada família botânica e na interpretação das informações.

Palavras-chave:Colocasia, Dioscorea, inhame, cará, taro.

ABSTRACT

The origin of common names of species is sometimes obscure or even impossible to trace. Some species of Dioscorea and Colocasia presented similar underground organs and in works published in Brazilian literature we find certain confusion in the definition of the terminology of these structures. This happens especially in the case of certain species of "inhame" and "cara". The standardization in Brazil of the nomenclature of underground organs of these vegetables under the rules of the "International Codes of Botanical Nomenclature and Cultivated Plants" will permit a better understanding to researchers, farmers, organized civil societies, producers, tradesman and consumers, in order to promote the identification of cultivated species of each botanical family and interpretation of the information.

Keywords:Colocasia, Dioscorea, igname, yam, taro.

HISTÓRICO

A origem dos nomes vulgares das espécies, muitas vezes é obscura ou mesmo impossível de ser identificada, em especial aqueles nomes que acompanham as plantas cultivadas, que há milênios foram domesticadas e levadas dos seus locais de origem, domesticação e/ou cultivo inicial, para outras partes da terra. Muitos vegetais superiores e inferiores têm sido referenciados pelos seus nomes populares há séculos, utilizando-se, geralmente, algum atributo morfológico, referência ao uso, local de ocorrência ou indicação de ordem muito pessoal.

Assim, os nomes populares variam de local para local, de região para região, de um país para outro podendo, uma mesma planta, ter diversas denominações e uma denominação ser comum para diversas plantas. Por esta razão é imprescindível conhecer o nome científico de cada espécie, conforme previsto no "Código Internacional de Nomenclatura Botânica" (Greuter et al., 1994), e então procurar correlacioná-lo ao nome popular, ou vulgar. Na tentativa de organizar e valorizar esta informação tradicional, foram elaborados diversos dicionários contendo os nomes científicos das plantas e seus correspondentes nomes populares, para várias regiões do mundo (Ayensu, 1972; Ayensu & Coursey, 1972; Azevedo & Duarte, 1998; Bailey, 1951; Brücher, 1989; Burkill, 1939; 1960; Chu, 1989; Coursey, 1980; Frau, 1956-57; Freitas, 1983; Gragson, 1997; Hauman, 1915; Hermann, 1992; Humphries, 1978; Lee, 1989; León, 1987; Martin, 1972; Miller, 1971a e 1971b; Ming et al., 2000; Pedralli, 1998; Prance et al., 1977; Purseglove, 1975; Raynor et al., 1992; Sastrapradja, 1975; Tindall, 1983; UCLA, 2001).

Face à semelhança que apresentam alguns tipos de sistema subterrâneo das Dioscorea, com aqueles das espécies de Colocasia, muitos dados estatísticos e artigos publicados na literatura nacional fazem confusão quanto a definição da terminologia do "inhame" e do "cará", o que dificulta a interpretação de determinadas informações, principalmente nos dados estatísticos. Segundo Mayo (1999) e Pedralli (1998), as Araceae apresentam cerca de 105 gêneros e 3.500 espécies, com distribuição tropical e subtropical, enquanto as Dioscoreaceae apresentam nove gêneros e cerca de 850 espécies, de distribuição tropical, subtropical e temperada.

Com relação às espécies cultivadas de Colocasia (C. esculenta e suas variedades botânicas), o nome "taro" tem sido historicamente utilizado, tanto nos locais de origem das espécies, quanto em várias partes do mundo onde essas plantas têm sido cultivadas (Miller, 1971a e 1971b; Wang, 1983; Watson & Dallwitz, 1992; Lee, 1999; Purseglove, 1975; UCLA, 2001).

No Brasil, em especial nas regiões Norte/Nordeste, as principais espécies cultivadas de Dioscorea (D. alata, D. bulbifera, D. cayenensis, D. dodecaneura, D. dumetorum e D. rotundata), excetuando D. trifida (domesticada pelos indígenas nas áreas limítrofes entre o Brasil e as Guianas), bem como nos locais de origem, domesticação e cultivo na Ásia, têm sido chamadas de "inhames" (yams, ignames, ñames). Esse nome também é utilizado atualmente nos países onde são cultivadas, como na África e nas Américas (Burkill, 1939; 1960; Martin, 1978; Coursey, 1980; Segnou et al., 1992; IPGRI, 1997; Pedralli, 1997; Malaurie, 1998). No centro-sul do Brasil e nas regiões brasileiras do Norte/Nordeste, é também utilizado o nome popular "cará" ('cará-barbado', 'cará-moela', 'cará-da-costa', 'cará-de-São-Tomé', 'cará branco', 'cará preto', 'cará-do-céu', 'cará-do-ar', 'cará-sapateiro', 'cará amarelo', 'cará-doze-meses', 'cará do Pará', 'cará-da-Guiné', 'cará-de-espinho', etc.), para as Dioscorea.

Em 1997 e 1999, um grupo internacional definiu os descritores para as espécies de Dioscorea e de Colocasia, respectivamente, para todo o mundo. Nas publicações do "International Plant Genetic Resources Institute" (IPGRI, 1997; 1999), o nome único (padrão) adotado para as espécies cultivadas de Dioscorea foi "yam", ou inhame no conceito das regiões Norte/Nordeste do Brasil, enquanto que para as espécies cultivadas de Colocasia foi de "taro" ou "taró" em espanhol. Por outro lado, o "Código Internacional de Nomenclatura Botânica" (Greuter et al., 1994), na Seção 6, Artigo 28 "Nomes das plantas em cultivo", estabelece que: "as plantas silvestres após sua domesticação mantêm os nomes que lhe são aplicados na natureza", ou seja, o nome científico de cada espécie deve ser mantido, mesmo após sua domesticação e cultivo, recomendando-se, também, a manutenção do respectivo nome popular ou vulgar. Acrescenta-se, ainda, o previsto no "Código Internacional de Nomenclatura das Plantas Cultivadas" (l.c., Seção 6, p. 39), referente às designações para plantas usadas na agricultura, reflorestamento e horticultura, sendo que os nomes publicados de plantas cultivadas (Art. 27), antes de 01/01/1959, devem ser obrigatoriamente mantidos.

A proposta de padronização da nomenclatura do "inhame" e do "cará", aprovada no "I Simpósio Nacional sobre as Culturas do Inhame e do Cará", realizado em Venda Nova do Imigrante/ES, em abril de 2001, atende ao previsto em ambos os "Códigos" e deverá trazer melhor entendimento para pesquisadores, extensionistas, sociedades civis organizadas, importadores, produtores, comerciantes e consumidores, facilitando a identificação das espécies cultivadas de cada família botânica e na interpretação das informações.

Assim sendo, ficou estabelecido que os órgãos governamentais, universidades, empresas de pesquisas e de extensão rural, Sociedade de Olericultura do Brasil e demais entidades ligadas ao setor agrícola, oficializem e divulguem, no âmbito técnico-científico nacional, a nova nomenclatura, onde "inhame" (Colocasia esculenta) passa a ter a denominação definitiva de "taro" e as Dioscoreáceas (Dioscorea spp.), chamadas popularmente no norte/nordeste brasileiro de "carás" e "inhames", passam a ter a denominação definitiva de "inhame". As espécies de "carás" cultivadas, serão consideradas como variedades de inhame.

LITERATURA CITADA

Recebido para publicação em 6 de fevereiro de 2002

Aceito em 3 de julho de 2002

  • AVENSU, E.S. Dioscoreales, VI. In: METCALFE, C.R. Anatomy of the monocotyledons Oxford, Clarendon Press. 1972. 182 p.
  • AVENSU, E.S.; COURSEY, D.G. Guinea Yams: the botany, ethnobotany, use and possible future of yams in West Africa. Economic Botany, v. 26, p. 301-318, 1972.
  • AZEVEDO, J.N.; DUARTE, R.L.R. Cultivo do cará Teresina (PI), Embrapa/CPAMN. 1998. 19 p. (Circular Técnica, 18).
  • BAILEY, L.H. Manual of cultivated plants; Dioscoreaceae: yam family New York, Macmillan Publ. Co. 1951. p. 261-263.
  • BRÜCHER, H. Useful plants of Neotropical origin and their wild relatives Berlin, Springer-Verlag. 1989. 296 p.
  • BURKILL, I.H. Notes on the genus Dioscorea in the Belgian Congo. Bulletin Jard. Bot. Etat. Brux v. 15, n. 4, p. 345-392, 1939.
  • BURKILL, I.H. The organography and the evolution of the Dioscoreaceae, the family of the yams. Journal of the Linn. Society, (Bot.), v. 56, n. 367, p. 319-412, 1960.
  • CHU, E.P. Composição bioquímica de órgãos subterrâneos de reserva de espécies nativas de Dioscorea e análise do desenvolvimento de Dioscorea delicata R. Knuth São Paulo, PG-Botânica/IB-USP. 1989. 178 p. (Dissertação mestrado).
  • COURSEY, D.G. Descriptors of yam (Dioscorea spp.) Rome, IBPGR Secretariat. 1980. 19 p.
  • FRAU, S.C. Las Dioscoreas cultivadas (ñames) y su introduccion em el Nuevo Mundo. Runa, v. 8, n. 2, p. 28-42, 1956-57.
  • FREITAS, A.A. Cará: novo produto de exportação Porto Alegre, A Granja. p. 98-100, 1983.
  • GRAGSON, T.L. The use of underground plant organs and its relation to habitat selection among the Pumé indians of Venezuela. Economic Botany, v. 51, n. 4, p. 377-384, 1997.
  • GREUTER, W.; BARROE, F.R.; BURDET, H.M.; CHALONER, W.G.; DEMOULIN, V.; HAWKSWORTH, D.L.; JORGENSEN, P.M.; NICOLXON, D.H.; SILVA, P.C.; TREHANE, P. International Code of Botanical Nomenclature (Tokyo Code) Berlin, Koeltz Scientific Books. 1994. 91 p.
  • HAUMAN, L. Les Dioscoréacées de L'Argentine. Anal. Mus. Hist. Nat., v. 27, p. 441-513, 1915.
  • HERMANN, M. Raíces y tubérculos andinos: prioridades de investigación para um recurso alimentario pospuesto Lima (Peru), Centro Internacional de La Papa (CIP). 1992. 32 p.
  • HUMPHRIES, C.J. Dioscoreaceae: Yams. In: Heywood, V.H. Flowering Plants of the World Oxford, University Press. 1978. 335 p.
  • IPGRI - International Plant Genetic Resources Institute. Descriptors for yam (Dioscorea spp.). Rome, IPGRI; Ibadan (Nigéria), IITA. 1997. 61 p.
  • IPGRI - International Plant Genetic Resources Institute. Descriptors for taro (Colocasia esculenta). Rome (Italy), IPGRI. 1999. 56 p.
  • LEE, W. Taro (Colocasia esculenta). Ethnobotanical Leaflets Disponível em: <www.siu.edu/~ebl/leaflets/taro/htm>. Acessado em: 1999.
  • LEÓN, J. Botanica de los cultivos tropicales: Dioscoreáceas San José (Costa Rica), Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura. p. 71-78, 1987.
  • MALAURIE, B. In vitro storage and safe international exchange of yam (Dioscorea spp.) germplasm. EJB - Electronic Journal of Biotechnology Disponível em: <www.ejb.org>. Acessado em 1998.
  • MARTIN, F.W. Yam conservation problems. Plant Genetic Resources Newsletter, v. 28, p. 35-36, 1972.
  • MARTIN, F.W.; DEGRAS, L. Tropical yams and their potential: minor cultivated Dioscorea species. Scientific Reports of the Faculty of Agriculture, v. 72, p. 19-26, 1978.
  • MAYO, S. Araceae. In: RIBEIRO, J.E.L.S. ... [et al]. Guia de identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central Manaus, INPA, p. 672-687, 1999.
  • MILLER, C.D. Food values of Poi, Taro and Limu. Bernice P. Bishop Museum Bulletim, Hawaii (Honolulu), v. 37, 1971.
  • MILLER, C.D. Food values of breadfruit, Taro leaves, Coconut, and sugar cane. Bernice P. Bishop Museum Bulletim, Honolulu (Hawaii), v. 64, 1971a.
  • MING, L.C.; HIDALGO, A.F.; SILVA, M.A.S.; SILVA, S.M.P.; CHAVES, F.C.M. Espécies brasileiras com potencial alimentar: uso atual e perspectivas. In: CAVALCANTI, T.B. & WALTER, B.M.T. (eds.). Tópicos atuais em Botânica palestras convidadas do 51o Congresso Nacional de Botânica Brasília (DF), SBB/Embrapa-Cenargen, p. 268-273, 2000.
  • PEDRALLI, G. Revisão taxonômica das espécies de Dioscoreaceae (R.Br.) Lindley da Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais e Bahia, Brasil São Paulo, PG-Botânica/USP, 1998. 500 p. (Tese doutorado).
  • PRANCE, G.T.; CAMPBELL, D.G.; NELSON, B.W. The ethnobotany of the Paumarí indians. Economic Botany, v. 31, n. 2, p. 129-139, 1977.
  • PURSEGLOVE, J.W. Tropical crops: monocotyledons New York, J. Wiley & Sons. 607 p. 1975.
  • RAYNOR, B.; LORENS, A.; PHILLIP, J. Traditional yam cultivation on Pohnpei, eastern Caroline islands, Micronesia. Economic Botany, v. 46, p. 25-33, 1992.
  • SASTRAPRADJA, S. Yams in Java, Madura and Bali Rome (Italy), FAO/IBP. 3 p., 1975. (Survey of Crop Genetic Resources in their Centres of Diversity; First Report).
  • SEGNOU, C.A. Studies on the reproductive biology of white yam (Dioscorea rotundata Poir.). Euphytica, v.64, p. 197-203, 1992.
  • TINDALL, H.D. Vegetables in the tropics: Dioscoreaceae London & Basingstoke, Macmillan Press, p. 201-225, 1983.
  • UCLA - Universidade da California, Los Angeles. The potato of the humid tropics: taro, dasheen, or cocoyam (Colocasia esculenta var. antiquorum). Disponível em: <www.botgard.ucla.edu/htm/botanytextbooks/economicbotany/Colocasia>. Acessado em 2001.
  • WANG, J.K. Taro: a review of Colocasia esculenta and its potentials Honolulu (Hawaii): University of Hawaii Press. 400 p. 1983.
  • WATSON, L.; DALLWITZ, M.J. The families of Flowering Plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval Disponível em: <http://biodiversity.uno.edu/delta>. Acessado em 1992.
  • Endereço para correspondência
    Gilberto Pedralli
    Email:
    Carlos A. Simões do Carmo
    Email:
    Marney Cereda
    Email:
    Mário Puiatti
    Email:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      15 Abr 2003
    • Data do Fascículo
      Dez 2002

    Histórico

    • Aceito
      03 Jul 2002
    • Recebido
      06 Fev 2002
    Associação Brasileira de Horticultura Embrapa Hortaliças, C. Postal 218, 70275-970 Brasília-DF, Tel. (61) 3385 9099, Tel. (81) 3320 6064, www.abhorticultura.com.br - Vitoria da Conquista - BA - Brazil
    E-mail: associacaohorticultura@gmail.com