As estatísticas relativas às condições de saúde de grupos humanos, classificados segundo um determinado recorte racial, são utilizadas para apoiar argumentos científicos que vinculam uma diferença fenotípica a uma essência biológica de raça. Os estudos epidemiológicos sobre hipertensão arterial ilustram a força das hipóteses genéticas na atribuição de um papel causal à raça. Tomando as explicações genéticas para a etiologia da hipertensão, busco, neste trabalho, apontar os pressupostos etiológicos que embasam os argumentos racializadores dessa patologia, as hipóteses alternativas presentes na literatura científica e os aspectos éticos implicados nesses estudos.
raça; hipertensão; genética; epidemiologia; ética