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Educação a Distância e formação continuada do professor

Distance Education and further teacher development

Resumos

Tem sido significativo o papel da Educação a Distância (EaD) na formação continuada de docentes. Assim, esta pesquisa teve como objetivo levantar e analisar dados em relação à sua utilização para formação continuada de professores quanto ao processo de inclusão da pessoa com deficiência. Construído e aplicado questionário semiestruturado, participaram da pesquisa 182 alunos do Curso a distância da Unesp-Bauru/SP, realizado em parceria com o Ministério da Educação. Os resultados indicam que a flexibilidade de horário e o atendimento a grande número de alunos, em diferentes áreas geográficas, destacam-se como pontos positivos desta modalidade, porém, para seu sucesso, é necessária a formação adequada dos formadores/tutores na utilização das novas ferramentas no processo de ensino-aprendizagem, sendo imprescindível que os alunos tenham a sensação de serem assistidos em todos os momentos, contribuindo para a construção da comunidade virtual e efetivando, na Educação a Distância, a formação de qualidade.

Educação especial; Educação à distância; Formação de professores; Inclusão


Distance Education has had a significant role in further teacher development. The aim of this study was to collect and analyze data related to distance education for the further teacher development related to the inclusion process of people with disability. One hundred and eighty two students from the Distance Training course from Unesp - Bauru / SP participated in the research, constructing and applying a semi-structured questionnaire. The results indicate that scheduling flexibility and attendance of a great number of students in different geographical areas stand out as positive points of this modality, however, for it to be a success, tutors must be adequately prepared to use new tools in the teaching-learning process. It is essential that the students feel they are being assisted in every moment, contributing to the construction of a virtual community and effecting quality development in distance education.

Special education; Distance education; Teacher development; Inclusion


RELATO DE PESQUISA

Educação a Distância e formação continuada do professor

Distance Education and further teacher development

Leda Maria Borges da Cunha RodriguesI; Vera Lúcia Messias Fialho CapelliniII

IMestranda do Programa de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem - Unesp – Bauru/SP, Pedagoga com Especialização em Práticas de Educação Especial Inclusiva pela UNESP- Bauru/SP. ledaead@gmail.com

IIProfª. Drª. do Departamento de Educação – Unesp -Bauru/SP, Graduada em Pedagogia pela UNIMEP; Mestre e Doutora em Educação Especial pela UFSCar-São Carlos. verinha@fc.unesp.br

RESUMO

Tem sido significativo o papel da Educação a Distância (EaD) na formação continuada de docentes. Assim, esta pesquisa teve como objetivo levantar e analisar dados em relação à sua utilização para formação continuada de professores quanto ao processo de inclusão da pessoa com deficiência. Construído e aplicado questionário semiestruturado, participaram da pesquisa 182 alunos do Curso a distância da Unesp-Bauru/SP, realizado em parceria com o Ministério da Educação. Os resultados indicam que a flexibilidade de horário e o atendimento a grande número de alunos, em diferentes áreas geográficas, destacam-se como pontos positivos desta modalidade, porém, para seu sucesso, é necessária a formação adequada dos formadores/tutores na utilização das novas ferramentas no processo de ensino-aprendizagem, sendo imprescindível que os alunos tenham a sensação de serem assistidos em todos os momentos, contribuindo para a construção da comunidade virtual e efetivando, na Educação a Distância, a formação de qualidade.

Palavras-chave: Educação especial. Educação à distância. Formação de professores. Inclusão.

ABSTRACT

Distance Education has had a significant role in further teacher development. The aim of this study was to collect and analyze data related to distance education for the further teacher development related to the inclusion process of people with disability. One hundred and eighty two students from the Distance Training course from Unesp – Bauru / SP participated in the research, constructing and applying a semi-structured questionnaire. The results indicate that scheduling flexibility and attendance of a great number of students in different geographical areas stand out as positive points of this modality, however, for it to be a success, tutors must be adequately prepared to use new tools in the teaching-learning process. It is essential that the students feel they are being assisted in every moment, contributing to the construction of a virtual community and effecting quality development in distance education.

Keywords: Special education. Distance education. Teacher development. Inclusion.

1 INTRODUÇÃO

Pode-se considerar a Educação a Distância (EaD) como grande possibilidade para formação continuada do professor e, em especial, neste trabalho referente à Prática de Educação Especial e Inclusiva. Porém, será que os professores-estudantes consideram este o melhor caminho? Será que as estratégias e a forma de apresentação dos conteúdos propiciam, realmente, aprendizagem? Estas questões surgem em torno da formação continuada do educador e de sua prática, na modalidade de Educação a Distância, neste novo paradigma da inclusão da pessoa com deficiência.

Pautou-se nas concepções dos professores-estudantes que participam deste processo, a partir do seguinte tema-problema: será que a modalidade de Educação a Distância contribui para a formação inicial de educadores quanto ao processo de inclusão da pessoa com deficiência?

Apresenta-se, então, breve contexto histórico, fundamentação e o embasamento legal da Educação a Distância, além das ferramentas e utilização do ambiente TelEduc para oferta do curso Práticas em Educação Especial e Inclusiva na área de Deficiência Mental (Intelectual). Seguem-se os pressupostos metodológicos, abrangendo: procedimentos iniciais, desenvolvimento e aplicação de questionário semiestruturado, como instrumento de coleta de dados, bem como análise e discussão dos resultados em que se corrobora a hipótese levantada.

2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD): BREVE CONTEXTO HISTÓRICO E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL NO BRASIL

A modalidade de EaD ganha, a cada dia, mais espaço com o reflexo dos benefícios do uso da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) na educação e as mudanças significativas nas estratégias de ensino-aprendizagem; vivencia-se, assim, o momento de expansão da EaD, efetivando-se como modalidade de ensino para formação de grande número de pessoas em todo o mundo. Segundo Barros et al. (2008, p. 6),

[...] para entender a Educação a Distância (EaD) é necessário compreender a educação online que engloba todos os elementos que se referem ao virtual e às formas metodológicas atuais organizadas para a aprendizagem. Quando falamos em educação online estamos nos referindo à educação não presencial mediada por tecnologias digitais. Isso engloba vários elementos como a EaD, os E. B. M. learning(s), entre outros. Pode ser entendida como um conjunto de ações de ensino e aprendizagem que são desenvolvidas através de meios telemáticos como a Internet, a videoconferência e a teleconferência. A educação online nos traz questões pedagógicas específicas com desafios novos para a EaD e a presencial. Para o uso da educação online um dos maiores desafios está na compreensão da diferença do paradigma virtual e do presencial na utilização das interfaces da tecnologia disponíveis para a aula.

A EaD é aplicação de uma metodologia antiga que ocorreu no início da difusão do Cristianismo, em que o apóstolo Paulo utilizava métodos de EaD, pois enviava cartas para as igrejas com finalidade de ensiná-las sobre o Cristianismo. Essa modalidade de EaD também pode ser verificada no século XIX, com o advento das estradas de ferro nos Estados Unidos, facilitando o transporte dos materiais pedagógicos por meio de comboios (GEBRAN, 2002 apud VILELA1 1 A autora cita as referências: SHERRON, G. T; BOETTCHER, J. V. Distance learning: the shift to interactivity. In: Profissional Paper Series, n. 17, 1996. Disponível em: < www.educause.edu/ir/ library/pdf/PUB3017.pdf> Acesso em: 29 set. 2004. CAMPOS FILHOS, A. S. de. Treinamento à distância para mão-de-obra na construção civil. São Paulo. 2004. 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo: EdUSP, 2004. , 2006). Ainda, segundo Barros et al. (2008, p. 30),

[...] O desenvolvimento da comunicação educativa apresenta-se com o início da escrita; esta comunicação tinha enquanto objetivo propiciar aprendizagem às pessoas ausentes em determinado espaço e tempo. Percorrendo os caminhos da história, observamos que na Mesopotâmia, no Egito e na Índia, na Grécia e em Roma, já se encontrava uma rede de comunicação escrita que permitiu um significativo desenvolvimento da correspondência. Inicialmente, as cartas eram registros de problemas e fatos do cotidiano pessoal e coletivo; aos poucos, passaram a transmitir informações científicas que, de forma intencional ou não, destinaram-se à instrução e ao conhecimento de algo.

Entre outras formas e meios de comunicação, a Educação a Distância ocorre de várias formas: livro impresso, Correio, rádio, TV e/ou internet. Na literatura, alguns autores identificam quatro gerações. Transcrevem-se abaixo as informações de Vilela, (2006, p. 5):

  • Primeira geração da EaD (1850-1960): os estudos eram realizados por meio de materiais impressos, enviados por correspondência e, posteriormente, surgiram o rádio e a televisão.

  • Segunda geração (1960-1985): além de materiais impressos, eram utilizadas transmissões por televisão aberta, rádio, fitas de áudio e vídeo, com interação por telefone, fax, satélite e TV a cabo.

  • Terceira geração (1985-1995): nesta década, teve sua base em redes de computadores, videoconferências, estações de trabalho multimídia e uso da internet.

  • Quarta geração (de 1995 até os dias atuais): utiliza como meios de comunicação: correio eletrônico, chat, computador, internet em banda larga, interação por vídeo e ao vivo, videoconferência, fax e papel impresso.

O curso que serviu como espaço para pesquisa foi estruturado no ambiente de aprendizagem TelEduc em que se realizam cursos a distância por meio da internet, desenvolvido no Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

De acordo com publicação do MEC (BRASIL, 2007), o TelEduc disponibiliza três grupos de ferramentas a serem utilizadas por alunos e/ou formadores/tutores:

  • Ferramentas de Coordenação – organizam e subsidiam a dinâmica de um curso; utilizadas pelo professor para disponibilizar material didático de apoio às atividades dos alunos e representadas por inúmeras ferramentas que podem ser encontradas nos diversos ambientes virtuais de aprendizagem, como: Agenda, Dinâmica do Curso, Estrutura do Ambiente, Leituras, Material de Apoio, Atividades, Parada Obrigatória, Perguntas Frequentes e Grupos.

  • Ferramentas de Comunicação – permitem a interação entre os participantes e estão divididas em dois grupos: síncronas e assíncronas. Síncronas: são aquelas que permitem a comunicação em tempo real (Bate-Papo – Chats – e Vídeo/ Audioconferência). Assíncronas: possibilitam que a interação ocorra sem ser em tempo real, não havendo a necessidade de os participantes estarem reunidos num mesmo espaço de tempo (Perfil, Mural, Correio e Fórum de Discussão) Ferramentas: Correio, Bate-Papo, Fóruns de Discussão, Mural, Portfólio, Diário de Bordo e Perfil.

  • Ferramentas de Administração – correspondem às ferramentas de apoio ao coordenador e aos formadores, para que eles gerenciem o curso. Ferramentas: Gerenciamento de alunos e de monitores, Gerenciamento de inscrições, Definição das informações gerais sobre o curso, por exemplo, datas de início e fim das inscrições e do curso, seleção de ferramentas disponíveis para o aluno, controle de acesso e visualização das estatísticas.

Na modalidade EaD, a internet – ambiente em que se organiza e se estrutura o material do curso e a participação dos alunos e formadores/tutores – contribui para o acesso e a efetivação do curso tanto no processo de ensino-aprendizagem como em sua organização administrativa.

No Brasil, nos dias atuais, o número de oferta de cursos cresceu significativamente, visando atender à formação continuada do professor em exercício e às transformações na educação. Segundo Moran (2002, p. 13),

Outro conceito importante é o de educação contínua ou continuada, que se dá no processo de formação constante, de aprender sempre, de aprender em serviço, juntando teoria e prática, refletindo sobre a própria experiência, ampliando-a com novas informações e relações.

Este conceito caracteriza a educação continuada do professor, como uma prática que favorece o repensar de sua atuação, e o coloca numa condição de aprendizagem para as mudanças atuais no contexto educacional; ainda, Palloff e Pratt (2002, p. 40) acrescentam: "A comunidade é o veículo através do qual ocorre a aprendizagem on-line".

Outro ponto de destaque é a comunicação síncrona (em tempo real) – o Bate-Papo. Trata-se de um dos recursos mais utilizados em EaD, pois abrange conferências baseadas em textos. Segundo Rodrigues (2004), o estímulo de contatar com outros em tempo real e o desenvolvimento de um sentido de presença e pertença social promovem o envolvimento e o comprometimento, fundamentais para a formação de uma autêntica comunidade entre os participantes de um curso em regime de e-learning (Ensino Online).

Esta ferramenta é muito útil na sala de aula virtual, fortalecendo a criação da comunidade, promovendo a sensação de estar com o outro, mesmo com grande distância geográfica, mas – para uso dessa ferramenta – Pallott e Pratt (2002) ressaltam que não se deve deixar de levar em consideração os seguintes fatores: a) trabalho preferencial com grupos pequenos (ideal cinco a dez); b) cuidados com o fuso horário; c) determinação prévia das diretrizes do curso, possibilitando igual espaço para os participantes se manifestarem.

No cenário atual da educação, está claro que a educação por meio de novas mídias conectadas é uma realidade cada vez mais presente e que evolui de forma irreversível; além disso, devido ao processo de inclusão escolar, é fundamental a formação continuada do professor, visto que muitos, que hoje exercem a docência, não tiveram esses conteúdos e práticas durante sua formação.

É importante destacar, também, a grande extensão do território brasileiro, cujo maior volume de pesquisadores da área encontra-se no eixo sul e sudeste, dificultando, assim, o acesso a cursos locais por esses especialistas.

No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases (LDBEN) nº. 9394/96 (BRASIL, 1996) estabelece no artigo 80:

O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.

§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância.

§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.

§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:

I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;

III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais.

O artigo 80 da LDBEN nº. 9394/96 (BRASIL, 1996) foi regulamentado pelo Decreto nº. 5622 de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005), que caracteriza a Educação a Distância como modalidade educacional, explicitando demais disposições e providências, e considera a mediação didático-pedagógica no processo de ensino-aprendizagem com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação.

3 MÉTODO

Inúmeros questionamentos cercam a prática e a utilização da modalidade de Educação a Distância; dessa forma, buscou-se levantar e analisar dados em relação à sua utilização para formação continuada de professores quanto ao processo de inclusão da pessoa com deficiência. Conforme citado anteriormente, este estudo teve como objetivo identificar as representações dos professores-estudantes, tendo como tema-problema: será que a modalidade de Educação a Distância contribui para a formação inicial de educadores quanto ao processo de inclusão da pessoa com deficiência?

Optou-se por pesquisa de campo descritiva, com base em Lakatos e Marconi (2003, p. 43), que destacam sua importância para se "conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles".

Para tanto, por meio de pesquisa bibliográfica, foram consultados diversos autores renomados na área, que fundamentaram e embasaram este estudo. Especificamente, para a construção do questionário semiestruturado, composto de 17 questões mistas (abertas e fechadas), consideraram-se os estudos realizados pelas pesquisadoras Rena M. Palloff e Keith Pratt (2002), em sua obra Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespaço: estratégias eficientes para salas de aula on-line; tradução da obra original: Building learning communities in cyberspace: effective strategies for the online classroom. Essas autoras são PhDs e professoras de importantes universidades norte-americanas, e este seu livro abrange estudos de caso e exemplos retirados de uma ampla variedade de cursos on-line considerados bem sucedidos.

Antes da aplicação do questionário, as questões foram apresentadas para dois juízes, ambos especialistas na área, que as apreciaram e contribuíram com sugestões, evitando-se, assim, linguagem rebuscada e uso de jargões técnicos que poderiam dificultar o entendimento das perguntas por parte dos respondentes.

Nesse sentido, os pesquisadores da área de Educação Especial alertam para a necessidade dos cuidados necessários desde o planejamento da coleta de informações até as variáveis que podem afetar os resultados, bem como sua análise (MANZINI, 2003, 2004).

Deve-se, também, evitar perguntas complexas que envolvam mais de um conceito, baseando-se, apenas, em itens ou tópicos, sem questões previamente estabelecidas de forma sistematizada. No entanto, o uso apenas de itens não garante a fidelidade dos questionamentos para todos os participantes, o que acarretará dificuldades na análise e na interpretação dos dados coletados.

Assim, o questionário foi elaborado conforme esses preceitos e disponibilizado no ambiente TelEduc, na ferramenta material de apoio; além dessa disponibilização, encaminharam-se a todos os alunos orientações a respeito do objetivo da pesquisa, utilizando a ferramenta Correio do ambiente TelEduc. A devolução do questionário, devidamente preenchido pelos professores-estudantes, foi arquivada, por meio da ferramenta portfólio individual, na pasta Pesquisa em EaD.

A aplicação do questionário ocorreu no período da última disciplina do curso a distância: Práticas em Educação Especial e Inclusiva na área de Deficiência Mental (Intelectual) e, para seu preenchimento, foi solicitado aos participantes, considerarem os conteúdos abordados, estratégias e ferramentas do ambiente de Educação a Distância - TelEduc, sendo as questões pertinentes quanto à formação, à metodologia da Educação a Distância e à inclusão da pessoa com deficiência.

Participaram 182 alunos do curso a distância: Práticas de Educação Especial e Inclusiva na área de Deficiência Mental (Intelectual), promovido pelo MEC e UNESP Bauru, em parceria com as Secretarias de Educação Municipais e Estaduais do território nacional. Importante destacar que o número de participantes equivale a 62% dos concluintes do curso a distância.

Para levantamento das categorias nas perguntas abertas, analisaram-se e selecionaram-se as respostas, cujas categorias se apresentaram recorrentes, e as perguntas fechadas foram analisadas quanti-qualitativamente, de modo a traçar um perfil dos professores participantes.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Dentre os resultados analisados, além de abarcar informações sobre Educação a Distância e Formação de professor para o processo de inclusão, também delimitou-se o perfil dos participantes, em que se constatou que a maioria ocupava a função de professor, atendendo, assim, à proposta de formação continuada do Ministério da Educação/Brasil que, por meio das ferramentas de Educação a Distância, capacita os educadores para atuar no processo de inclusão da pessoa com deficiência.

O universo da amostra constituiu-se de 99% participantes do sexo feminino e 1% do sexo masculino, na faixa etária de: 41% com idade de 31 a 40 anos; 35%, idade de 41 a 50 anos; 12%, idade 24 a 30 anos; 11%, idade de 51 a 60 anos e 1%, idade de 60 a 64 anos.

Em resumo, o grande grupo de professores tem de 31 a 50 anos: 87% deles desempenham a função de professor, e 13% ocupam outros cargo/função, sendo: coordenador, diretor, monitor, intérprete de Libras, assistente técnico-pedagógico, assistente de direção, assessor pedagógico, avaliador, fonoaudiólogo, orientador educacional, supervisor e psicopedagogo.

A tabulação dos resultados aponta que 96% consideram que a modalidade de Educação a Distância atende, inicialmente, à formação continuada de professores para o processo de inclusão da pessoa com deficiência. Mas, na prática, quando é ofertado o curso, muitos desistem, por diversos motivos que interferem em sua participação: receio/medo de utilizar o computador (tecnofobia); falta de organização do tempo; não ter acesso ao computador com internet, sobretudo com banda larga; pensamento equivocado sobre Educação a Distância ser mais fácil; dificuldade para cumprir as atividades práticas, e ausência no ambiente do curso.

Considerando-se a Educação a Distância como uma possibilidade para formação continuada, os professores-estudantes consideram este um caminho que propicia aprendizagem e contribui para a formação inicial. Na pesquisa, 96% consideram que o conteúdo do curso contribuiu para iniciar o trabalho e o processo de inclusão da pessoa com deficiência intelectual.

Conforme já citado, utilizou-se o computador e a internet para acessar o ambiente do curso (TelEduc). Dentre os pesquisados, 90% possuem computador com conexão à internet, porém, um número significativo de participantes, 37% acessaram o ambiente apenas três dias por semana, e 34% acessaram o ambiente raramente: uma ou duas vezes na semana.

Muitos alunos do curso não tinham o hábito de acessar diariamente esse ambiente, mesmo que utilizassem o computador, embora se tenha enfatizado a importância desse acesso diário ao ambiente em que o curso está sendo oferecido. Consequentemente, a baixa frequência ao ambiente virtual acarreta ao aluno acúmulo de atividades e falta de interação com o grupo, uma vez que ele utiliza esse ambiente apenas para buscar informação, realizar tarefa, acessá-lo novamente para depositar a tarefa, fortalecendo a educação nos modelos tradicionais de transmissão de informações.

Outro aspecto a se observar é com relação ao uso otimizado do tempo, já que essa organização é fator de extrema importância para o sucesso do curso. O aluno deve planejar suas ações para ser produtivo: não acessar o ambiente a todo o momento, determinar um horário do dia para ler mensagens e responder a elas, em vez de fazê-lo em horários alternados, além de estabelecer prioridades claras para lidar com os conteúdos e as atividades, de acordo com sua importância, o prazo e a necessidade de resposta.

Para Palloff e Pratt (2002, p. 62), "Os alunos que usam o meio adequadamente descobrem nele a possibilidade de pesquisar assuntos de outras disciplinas, bem como a de serem mais responsáveis em seus estudos e de gerenciar melhor o seu tempo". Essas autoras dão sugestões para que os alunos superem as dificuldades sobre o gerenciamento do tempo e do curso, ressaltando:

- conecte-se ao curso somente se tiver a intenção de fazer um download (transferência de arquivo) ou de ler.

- se possível, imprima as mensagens novas para ter mais tempo de lê-las.

- depois de ler e revisar as mensagens, formule uma resposta para enviar. Não se sinta na obrigação de mandar resposta imediata em ambiente assincrônico.

- para ser mais cuidadoso com as respostas, prepare-as em um editor de textos e, depois, copie-as e cole-as no site do curso. Se houver pouco espaço no disco rígido, ou se o computador do laboratório do qual você geralmente envia suas mensagens estiver ocupado, salve suas mensagens em disquete/pen/disco virtual etc. (PALLOFF; PRATT, 2002, p. 64).

Nessa perspectiva, administrar o tempo, planejar, estabelecer prioridade, ter autonomia em suas ações, bem como recursos adequados para sua realização, são fatores que favorecem o sucesso na realização das tarefas, tornando o aluno mais produtivo, contribuindo, assim, para sua aquisição de novas experiências e novos conhecimentos. Essas novas metodologias que se apresentam atendem a um novo paradigma de construção do conhecimento, de ações e reflexões acerca de aprendizagem efetiva, em que o aluno tem papel fundamental nesse processo.

Nesta pesquisa, 85% dos alunos escolheram como principais características que eles devem ter: ser ativo e ter responsabilidade em seu processo de aprendizagem, receber as atividades e executá-las; durante essa execução, realizar trocas com os colegas e tutor, publicar no Portfólio, além de ler Portfólio dos colegas.

Outra questão tratou sobre características fundamentais e papel do aluno; 97% escolheram a alternativa responsabilidade, 71% autonomia, 78% ser disciplinado, 92% seriedade em relação ao curso e, 96% interesse.

Para aperfeiçoar todo o processo, torna-se imprescindível que o formador e o tutor estejam presentes no ambiente, pois se trata de Educação a Distância e não educação distante; dar retorno ao aluno em todas as atividades realizadas, incentivar e cobrar as atividades e demonstrar, sempre, disposição para sanar as dúvidas e necessidades que os professores-estudantes apresentem.

Nesta nova metodologia, aluno e professor rompem com o tradicional e reconstroem seus papéis, favorecendo a construção do conhecimento, a formação de grupo e a troca de experiências. Nesse sentido, foram escolhidas como principais características para o formador/tutor: responsabilidade; autonomia; criatividade; interesse; ser disciplinado e auxiliar o aluno a disciplinar o tempo; ter seriedade em relação ao curso e pensamento crítico, bem como estar aberto para discussões.

No que diz respeito ao papel e à característica do aluno e do formador/tutor, deve haver grande reflexão de ambos quanto à transformação na atuação para aprendizagem a distância (aluno) e para o ensino a distância (formador/tutor), pois o centro da aprendizagem está no aluno, e o formador/tutor media esse processo de construção do conhecimento.

Buscou-se saber, também, se houve via dupla de interação na utilização da ferramenta Correio do ambiente TelEduc, que funciona como e-mail do ambiente; 93% consideram ter havido essa interação. Este resultado confirma que os alunos acreditam ser importante a troca, sendo, no ambiente a distância, a ferramenta Correio uma facilitadora dessa comunicação.

Medina e Dominguez (2006), após analisar vários modelos de formação de professores, destacam três dimensões importantes: desafios da sociedade tecnológica e a necessidade de situar a escola em lugar adequado; aquisição de um estilo inovador e aberto; simulação e construção de uma concepção educativa.

Outra questão abordava saber com quem os participantes trocavam mensagens; o resultado obtido foi que 55% só se comunicaram com o Tutor. Este resultado não é um dado positivo, pois denota relação apenas entre professor-aluno, sem a opção aluno-aluno, e esta última opção é muito importante no processo de aprendizagem, seja virtual, seja presencial. Ainda, 16% não utilizaram a ferramenta Correio; este é um dado extremamente preocupante, já que muitas informações, dúvidas e outras orientações são repassadas pelo Correio (e-mail) do ambiente, ficando, assim, esse grupo sem recebê-las.

A interação dentro do grupo é fundamental para constituir a comunidade, já que se trocam experiências, sanam-se dúvidas, compartilham-se sentimentos, entre outras situações. Dessa forma, é importante que formador e tutor estejam atentos ao silêncio e à ausência dos alunos que, muitas vezes, não sabem como proceder quanto à utilização de tal ferramenta.

Segundo os Referenciais de qualidade para cursos a distância (BRASIL, 2003, p. 9),

Junto com a interação professor-aluno, a relação entre colegas de curso, mesmo a distância, é uma prática muito valiosa, capaz de contribuir para evitar o isolamento e manter um processo instigante, motivador de aprendizagem, facilitador de interdisciplinaridade e de adoção de atitudes de respeito e de solidariedade ao outro.

Sobre a participação ativa dos alunos no ambiente, as autoras Palloff e Pratt (2002) destacam, em um de seus estudos de casos, que o aluno tímido teve participação bem sucedida em ambiente de aprendizagem virtual. Formulou-se, então, uma questão, versando sobre essa temática, para verificar se as respostas dos participantes deste estudo confirmavam os dados encontrados pelas autoras. Os resultados evidenciaram que 46% concordaram plenamente, 45% concordaram parcialmente, e, apenas 9% discordaram, sugerindo, assim, que o mais introvertido poderia ter participação mais ativa na modalidade de EaD.

Na Educação a Distância, a pessoa tímida não tem a pressão do meio que, muitas vezes, desfavorece sua participação, por medo de expor verbalmente suas ideias, passando a impressão de não dominar o conteúdo; já o ambiente a distância pode ser favorável para que ela as exponha, sem a pressão do meio e, muitas vezes, com feedback positivo dos colegas e dos formadores em relação à sua participação.

Destaca-se que essas autoras mencionam em sua obra que a habilidade de participação e exposição de ideias pode ser desenvolvida num ambiente de Educação a Distância, pois, por meio eletrônico, contribui-se para os trabalhos em aulas presenciais, podendo, assim, o aluno tímido ter mais confiança em sua própria participação.

Outro aspecto tratado refere-se à sensação de abandono; quando se perguntou aos alunos participantes do curso sobre terem tido ou não essa sensação, o resultado foi que 82% não a tiveram; 14% a tiveram apenas no início do curso, e 4% durante todo o curso. Com isso, observa-se ser de extrema importância a interação, para se ter um ambiente a distância caloroso, onde as trocas possam promover a construção do conhecimento e oportunizar experiências de socialização, construindo uma comunidade que ensina e que aprende. Sem o apoio e a participação de uma comunidade que aprende, não há cursos on-line.

Na criação da comunidade, na sala de aula virtual, deve-se prestar atenção ao desenvolvimento da sensação de comunidade entre os participantes do grupo a fim de que o processo seja bem-sucedido. Então, levando-se em conta a importância da criação da comunidade, e que todos os alunos e professores fazem parte do ambiente ou sala virtual, tem-se resultado satisfatório.

Em contrapartida, o curso teve 504 alunos inscritos, sendo 294 concluintes, e apenas 182 responderam ao questionário; assim, indaga-se: será que os alunos que não concluíram o curso e os que não responderam à pesquisa tiveram a sensação de abandono?

Vale ressaltar que tudo é novo para todos, contudo deve ser criada a cultura de que um ambiente, mesmo que virtual, pode abarcar sensações de contato, novos vínculos, novas trocas de experiências e de crescimento mútuo, não considerando o ambiente apenas como ferramenta computacional onde se buscam informações, realizam-se as atividades e usam-se, novamente, as ferramentas para disponibilizar as atividades para o professor atribuir notas.

Deve-se pensar que, numa comunidade de aprendizagem, os participantes dependem um dos outros para alcançar os resultados exigidos pelo curso. Se um deles conectar-se a um site em que nenhuma atividade ocorre há alguns dias, pode sentir-se desestimulado ou ter sensação de abandono, algo como ser o único aluno a comparecer quando até mesmo o professor está ausente (PALLOFF; PRATT, 2002).

Uma ferramenta que contribui para a comunidade de aprendizagem é o Bate-Papo, já que aproxima os participantes, mas é necessário que se tenha organização quanto ao seu uso, pois muitas vezes, no Bate-Papo, o aluno está escrevendo e, concomitantemente, chegam mais mensagens; quando ele envia sua opinião, o assunto já pode ser até outro.

Elaborou-se uma questão sobre esse tema para identificar a opinião dos participantes; os resultados confirmaram como ideal entre cinco e 10 participantes no Bate-Papo. Nessa perspectiva, para se obter efetiva participação dos alunos no Bate-Papo, é importante o tutor/formador sugerir de dois a três horários na semana, com duração de, no mínimo, uma hora. Além disso, precisa discutir com eles sobre organização quanto à estratégia de participação, contribuindo para que todos conheçam a opinião dos colegas e participem expondo seus pontos de vista; outro aspecto relevante é pesquisar sua preferência de horários, utilizando a ferramenta Enquete do próprio ambiente TelEduc.

É preciso, ainda, romper com o conceito equivocado dos alunos de que aprender on-line não é aprender de verdade. Enfatizar, então, a extrema importância da interação entre eles, além de deixar claro que, para ser bem sucedido em um curso on-line, tem que envolver-se ativamente no processo, ser responsável por sua própria aprendizagem, não atuando, apenas, como mero expectador. Palloff e Pratt (2002, p. 90) destacam esse aspecto com as seguintes considerações:

[...] Espera-se dos alunos que questionem as proposições apresentadas pelo professor e por seus colegas, tanto quanto questionam as suas. Ao fazê-lo, produzirão o resultado desejado nessa espécie de curso: a construção de novas formas de conhecimento e de novos significados. Quando se envolvem dessa maneira com o processo de aprendizagem, os alunos aprendem a aprender, além de adquirirem a capacidade de pesquisar e de pensar criticamente.

No que se refere a essa colocação, alguns participantes desta pesquisa relataram:

A Educação a Distância propicia maturidade pessoal que possibilita, além das leituras oferecidas, desfrutar de complemento que fortalece o aprendizado pessoal, como pesquisa de interesse próprio; o campo é vasto e, acima de tudo, podemos contar com especialista de grande porte para sanar as dúvidas existentes, além do que, os materiais oferecido foram valiosos (T6L).

A Educação a Distância não transmite informações, ao contrário, a EaD leva o aluno a pensar, a pesquisar, a buscar novos conhecimentos. A EaD coloca o aluno paralelo às inovações educacionais e lhe fornece meios para que ele acompanhe essas inovações aprimorando seus conhecimentos (T12M).

Na Educação a Distância, o aluno necessita participar ativamente do processo de aprendizagem e não apenas receber a informação (T16M).

Palloff e Pratt (2002, p. 17) propõem os seguintes elementos definidores como sendo fundamentais na aprendizagem a distância:

a) a separação entre professor e aluno durante, pelo menos, a maior parte de cada processo de instrução; b) o uso de mídia educacional para unir professor e aluno e para transmitir o conteúdo do curso; c) o oferecimento de uma via dupla de comunicação entre o professor, tutor ou agente educacional e o aluno; d) a separação do professor e do aluno no tempo e no espaço; e) o controle volitivo da aprendizagem com o estudante, em vez de com o professor.

Essas autoras ainda ressaltam:

[...] Esses elementos começam a revelar o desenvolvimento de um novo paradigma educacional. Na arena on-line, o professor pode continuar a definir o conteúdo do curso e a dirigi-lo. Contudo, há espaço para que os alunos explorem o conteúdo de forma colaborativa ou para que busquem seus interesses. Não há mais uma comunicação unidirecional do conhecimento, vinda de um especialista em determinado assunto. Não há mais a necessidade de que os cursos estruturem-se a partir dos elementos local e tempo (PALLOFF; PRATT, 2002, p. 17).

Reforçando esse ponto de vista, Passarelli (2007, p. 49) acrescenta:

[...] A EaD também tem sido apontada como principal alavanca do conceito de autonomia do estudante - a distância física entre professor e aluno obriga este último a desenvolver comportamentos autônomos como planejamento dos períodos de estudo, tempo despendido nas atividades e organização dos conteúdos a serem eleitos.

A oferta deste curso para professores e os resultados da pesquisa de campo comprovam o que a literatura já descreve como ponto positivo da EaD, quanto à flexibilidade de horário e atendimento a grande número de alunos em diferentes áreas geográficas, no entanto, o sucesso dessa modalidade depende da formação adequada dos formadores/tutores para utilizarem as novas ferramentas no processo de ensino- aprendizagem.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluída a pesquisa, apresentam-se os resultados mais significativos. Dos participantes, 96% consideram que a modalidade de Educação a Distância atende, inicialmente, à formação continuada de professores para o processo de inclusão da pessoa com deficiência.

Refletindo sobre o objetivo da pesquisa, pode-se considerar que a formação continuada de professores, por meio da modalidade de Educação a Distância, atende a essa necessidade, porém, é importante destacar que ainda há práticas dessa modalidade que levantam questionamento em relação à qualidade dos cursos ofertados, como por exemplo, cursos que não apresentam metodologia adequada e não conduzem o aluno para a efetiva aprendizagem.

Ainda, há muito que se pesquisar nesta área; um exemplo é em relação à evasão, que pode ocorrer por diversos motivos, seja de ordem do manuseio do computador, seja na navegabilidade do ambiente, na falta de compromisso do aluno na realização das atividades, já que não há cobrança de forma presencial do professor, seja até mesmo, falta de compromisso do formador/tutor.

Na oferta de um curso a distância, é importante que os educadores envolvidos orientem alunos e formadores a administrar o tempo, para que se efetive uma comunidade virtual onde todos tenham a sensação de comunidade ativa.

O momento é de transformação na educação, e trabalhar com as tecnologias e com as novas propostas de ensino-aprendizagem contribui para a criação de um novo momento, rompendo com metodologias tradicionais e instrucionistas.

Antes da oferta de um curso a distância, é imprescindível que a equipe que atuará receba formação adequada, pois muitos que hoje ofertam ou atuam com EaD, mantêm as metodologias de um curso presencial, tanto na aplicação do conteúdo, como também na avaliação, transformando o curso em cumprimento de tarefas e o ambiente de aprendizagem em depósito de informação.

Como citado anteriormente, é preciso romper com o conceito equivocado de que aprender on-line não é aprender de verdade; o sucesso do curso dependerá, entre outros aspectos, da interlocução entre os participantes, da troca de experiências entre colegas e professor, utilizando o ambiente para comunicação e criação da comunidade virtual, que, ao mesmo tempo, aprende e ensina.

Defende-se, então, que os resultados confirmam que Educação a Distância contribui para a formação continuada dos educadores no processo de inclusão da pessoa com deficiência. Mas, para isso, é importante estruturar um curso em que os participantes tenham a sensação de estar sendo assistidos em todos os momentos, e que sempre poderão contar com o formador e/ou tutor.

Sob essa ótica, em prol de uma educação de qualidade, é momento de promover formação para os envolvidos no processo da oferta de cursos na modalidade de EaD, estruturando-os de forma a criar condições para que os alunos sempre possam contar com o formador e/ou tutor, que deve, então, mediar o processo de aprendizagem e a apropriação de informações que se transformarão em novos conhecimentos.

Recebido em: 28/11/2012

Reformulado em: 03/06/2012

Aprovado em: 24/10/2012

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      04 Jan 2013
    • Data do Fascículo
      Dez 2012

    Histórico

    • Recebido
      28 Nov 2012
    • Aceito
      24 Out 2012
    • Revisado
      03 Jun 2012
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