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Difusão da produção científica da Enfermagem em periódicos nacionais

É inegável o crescente avanço tecnológico e científico nas últimas décadas, com reflexos importantes para a sociedade mundial e, a reboque disso, a necessidade de renovação que se impõe à comunicação científica, tema da maior complexidade, sobretudo quando se considera o grau de desenvolvimento de cada país.

Observa-se uma crescente demanda de artigos submetidos para avaliação nos periódicos, muitas vezes produtos de uma política produtivista que exige dos autores, alunos dos cursos de mestrado e de doutorado e seus respectivos orientadores, encaminharem suas produções, ainda em estado inicial de desenvolvimento, para os periódicos científicos, o que explicaria, em parte, a elevada demanda de artigos, sem a devida qualidade, repercutindo em taxa de recusa superior a 60%, em alguns casos.

Tal situação tem se intensificado com o aumento de programas de pós-graduação na área de Enfermagem no nosso país, resultando também no crescimento de periódicos, vinculados a esses programas ou à instituições onde estes foram criados. Porém, para que esses periódicos possam se desenvolver de acordo com as exigências de bases de indexações internacionais, faz-se necessário o apoio institucional das universidades e órgãos de fomento, de modo que os periódicos mais recentes possam avançar mais rapidamente em uma perspectiva de internacionalização, profissionalização e sustentabilidade da gestão.

Nesse contexto, os periódicos científicos têm investido grande esforço, no sentido de promover a disseminação de informações oriundas das pesquisas e atender às exigências das bases de indexação internacionais, equipadas para produzir novas métricas capazes de medir a influência e o uso e impacto dos artigos. Com isso, os periódicos de Enfermagem no Brasil, especificamente, lutam para adaptarem-se ao rigor crescente, imposto por tais bases.

Para tanto, é fundamental o apoio contínuo de recursos financeiro e técnico de diferentes estruturas. Esse apoio acontece, sobretudo, através de editais públicos, iniciativas importantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), Ministério da Educação (MEC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa dos Estados (FAP), mas que não abrangem os periódicos recém-criados.

Outro apoio importante e que vem colaborando, ao longo de 15 anos, com o desenvolvimento dos periódicos de Enfermagem no Brasil e América do Sul, acontece através da Scientific Electronic Library Online (SciELO). Esse investimento de fato contribuiu com a diferenciação dos periódicos nacionais em relação aos demais da região.

O incremento de apoio técnico e financeiro reduz a possibilidade de convivermos com periódicos, sobretudo os mais recentes, enfrentando muita dificuldade para manter sua periodicidade e regularidade por um lado.

Muito ainda há que se fazer para que os periódicos de Enfermagem no Brasil se desenvolvam e se sustentem; porém, é preciso que se façam os devidos investimentos institucionais, a partir dos diferentes estágios em que estes se encontram. Além disso, considera-se fundamental que nas instituições se definam políticas com metas de desenvolvimento, com vistas à internacionalização dos periódicos e sua sustentabilidade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2014
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