EDITORIAL
Manifesto por uma psicopatologia clínica não estatística
Através do presente texto, os profissionais e organizações signatários, pronunciam-se a favor de critérios clínicos de diagnóstico e, portanto, contra o imposto pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM, da American Psychiatric Association, como único critério para a clínica da sintomatologia psíquica.
Desejamos partilhar, debater e criar consensos em torno do conhecimento clínico - logia - que diga respeito ao pathos psíquico - padecimento sintomático e não doença ou enfermidade - a fim de questionar uma noção de saúde psíquica estatística ou normativa, assim como a impostura clínica e intelectual implicadas nas noções de distúrbio, desordem, transtorno, perturbação e doença mental. Queremos também denunciar a imposição do tratamento único - terapias tipificadas para transtornos formatados - desprezando diferentes quadros teóricos e estratégias terapêuticas, bem como a liberdade de escolha dos pacientes.
Atualmente assistimos ao aparecimento de uma prática clínica cada vez menos dialogante, mais indiferente às manifestações do sofrimento psíquico e aferrada a protocolos e a tratamentos exclusivamente paliativos visando consequências e não suas causas. Como diz G. Berrios (2010),
Enfrentamos uma situação paradoxal em que se pede aos clínicos que aceitem uma radical mudança na forma como desenvolvem o seu trabalho (por exemplo, colocando de lado o saber acumulado pela sua própria experiência a favor de ditames de dados estatísticos impessoais), quando, na realidade, as certezas clínicas de hoje são determinadas por dados estatísticos de teóricos, gestores de empresas (como o Cochrane Institute) e por investidores que, financiando apenas o que dá lucro, determinam onde se coloca o dinheiro para a pesquisa.
Defendemos, por isso, um modelo de saúde em que a palavra seja um valor a ser promovido e onde cada paciente seja considerado em sua singularidade. A defesa da dimensão subjetiva implica uma confiança do que cada um põe em jogo para tratar o que nele mesmo se revela como insuportável, estranho a si mesmo ainda que ao mesmo tempo familiar.
Manifestamos a nossa repulsa por políticas assistencialistas que buscam a segurança em detrimento de direitos e liberdades. Repudiamos políticas que, "para o bem do paciente" e sob o pretexto de boas intenções, o reduzem a um cálculo do seu rendimento, a um fator de risco ou a um índice de vulnerabilidade que deve ser eliminado, por vezes à força.
Em qualquer disciplina, a aproximação da realidade de seu campo realiza-se por meio de uma teoria. Este saber, limitado, não deve confundir-se com "A Verdade", na medida em que atuaria como ideologia ou religião, onde qualquer pensamento, acontecimento, ou até a linguagem utilizada, estariam ao serviço de forçar o re-ligare entre saber e verdade. Todo clínico com um certo espírito científico sabe que sua teoria é o que Aristóteles chamaria um Organon, isto é, um instrumento para abordar uma realidade sempre mais plural e mutável, e onde as categorias propostas deixam espaço à manifestação dessa diversidade, permitindo por essa via a expansão teórica e prática. Esta concepção opõe-se à ideia de um canon, no sentido daquilo que necessária e obrigatoriamente, pela prescrição, as coisas são e hão de funcionar de determinada maneira. Sabemos as consequências desta posição que, a partir da orientação passa ao normativo, ao prescritivo, para finalmente converter-se ao coercitivo. É aqui onde o saber se transforma num exercício de poder sancionador, num sentido amplo, do que obedece ou desobedece o canon. Ordenação da subjetividade à Ordem Social reclamada pelos mercados. Tudo para o paciente sem o paciente. Um saber sem sujeito é desde logo um poder sobre o sujeito, chamado de Autoritarismo científico por J. Peteiro.
Por tudo isto, manifestamos nossa oposição à existência de um Código de Diagnóstico Único, Obrigatório e Universal.
Por outro lado, o modelo ateórico de que o DSM se vangloria, e que pretende se confundir com objetividade, evidencia, antes de tudo, sua falha epistemológica. Basta recordar a sua indefinição sobre o que pode ser entendido por distúrbio mental ou por saúde psíquica. Os conteúdos dessa taxonomia psiquiátrica respondem muito mais a pactos políticos do que a observações clínicas, o que constitui um problema epistemológico gravíssimo.
Quanto ao método classificatório do DSM, verificamos que é possível classificar, agrupar ou amontoar muitas coisas sem que com isso se estabeleça uma entidade nosológica num campo específico. Por último, e na mesma linha, a estatística utilizada no DSM baseia-se numa frágil base: a ambiguidade do objeto sobre a qual opera, isto é, o conceito de perturbação mental. A estatística apresenta-se como uma técnica, uma ferramenta, que pode ser colocada a serviço de múltiplas causas de todo o tipo. E são sempre pessoas que manejam itens e valores de base da curva estatística e que decidem aproximadamente o deslocamento da margem do que se vai, posteriormente, quantificar e interpretar.
Neste contexto de confusão e empobrecimento conceptuais, a próxima publicação do DSM-V pressupõe uma clara ameaça: ninguém ficará de fora daquilo de que se ocupa, do que enferma. Não restará espaço para a saúde, enquanto mudança, movimento, complexidade ou multiplicidade de formas. Todos doentes, todos transtornados. Qualquer manifestação de mal-estar será rapidamente transformada em sintoma de uma perturbação que necessitará ser medicali-zada indefinidamente, até a morte. É este o grande salto realizado sem qualquer rede epistemológica: da prevenção à predição.
Quadros de diagnóstico mais abrangente para as perturbações existentes ou novos diagnósticos que poderão ser absolutamente correntes na população geral. Disto nos adverte Allen Frances, chefe do grupo de trabalho para o DSM-IV na sua obra Opening Pandora's Box: The 19 Worst Suggestions for DSM-V. Referindo--se às novas perturbações incluídas no DSM-V, este autor cita alguns dos novos diagnósticos problemáticos: a síndrome de risco de psicose ("é certamente a mais preocupante das sugestões; a taxa de falsos positivos será alarmante, 70% a 75%"). A perturbação mista de ansiedade depressiva. O distúrbio cognitivo menor, ("está definido por sintomas sem especificidade (...) o critério de diagnóstico foi fixado de modo a abranger uns enormes 13,5% da população"). A compulsão alimentar; a perturbação disfuncional de caráter com disforia, a parafilia coerciva, a hipersexualização etc. Aumenta-se, portanto, o número de perturbações assim como o campo semântico de muitas delas. É o caso da famosa perturbação de hiperatividade com déficit de atenção, já que se permite o diagnóstico baseado apenas na presença de sintomas, sem que haja incapacidade; além disso, o número de sintomas requerido para o diagnóstico de adultos foi reduzido pela metade. O diagnóstico de PHDA também contempla casos de autismo, o que implicaria a criação de duas falsas epidemias e promoveria o aumento do consumo de estimulantes numa população especialmente vulnerável. Se ao tratamento estatístico juntarmos a heterogeneidade temática dos grupos de trabalho, que se multiplicam e vão da identidade de gênero à adaptação dos impulsos, passando pela hipersexualidade, as alterações de humor etc., é forçoso reconhecer que estas classificações internacionais são totalmente desligadas de qualquer referencial teórico de modo a ficarem livres de qualquer tipo de controle de rigor epistemológico. Não obstante, não acreditamos que as classificações e tratamentos possam ser neutros em relação às teorias etiológicas, como se pretende, e ao mesmo tempo ser neutras a respeito da ideologia do Controle Social e de interesses extraclínicos.
Paul Feyerabend, em Science. The Myth and its Role in Society (1975), diz--nos: "Basicamente não existe diferença entre o processo que conduz ao enunciado de uma nova lei científica e o processo que precede a uma nova lei na sociedade". "Parece que", prossegue esse autor em Farewell to Reason, "o mundo em que vivemos é demasiado complexo para ser compreendido por teorias que obedecem a princípios (gerais) epistemológicos. Os cientistas e os políticos - ou qualquer um que tente compreender e/ou influir no mundo -, tendo em conta esta situação, violam regras universais, abusam dos conceitos elaborados, distorcem o conhecimento já obtido e boicotam constantemente as tentativas de impor uma ciência no sentido adotado por nossos epistemólogos".
Finalmente, queremos chamar a atenção para o perigo que constitui para a clínica da sintomatologia psíquica, o fato de os novos clínicos estarem formados, deliberadamente, na ignorância da psicopatologia clássica, pois esta responde à dialética entre teoria e clínica, entre saber e realidade. Psicopatologia clínica que já não se ensina em nossas universidades. Não obstante, a instrução é feita no modelo da prescrição psicofarmacológica: universalização da prescrição farmacológica para todos e para tudo, que em nada se diferencia de um distribuidor automático de rótulos e de medicação. O que denunciamos é o desconhecimento dos fundamentos da psicopatologia, um obscurecimento importante na hora de conhecer o paciente e, em consequência, uma mais que considerável limitação na hora de diagnosticar.
Na medida em que o conhecimento é a forma mais ética que temos de abordar uma realidade plural, a coexistência de diferentes saberes sobre a complexidade do ser humano não é um problema. Por tudo isto, propomos levar a cabo ações com o objetivo de pôr um limite a todo este processo crescente de classificação internacional e de trabalhar com critérios de classificação que tenham uma sólida base psicopatológica advindos exclusivamente da prática clínica.
Barcelona, Espanha, 14 de abril de 2011.
Para assinar o manifesto, apoio pessoal: http://goo.gl/h62fE
Agradecemos a máxima difusão deste manifesto.
Informação e contato: http://stopdsm.blogspot.com
Instituições que desejam aderir: stopdsm@gmail.com
Grupos, associações e instituições que apoiam o manifesto para a psicopatologia clínica não estatística
1. AAPIPNA - Asociación Aragonesa para la Investigación del Niño y el Adolescente. Zaragoza, España
2. ABBA - Centro de Psicología. Burgos, España
3. ACCEP - Asociació Catalana per a la Clínica i l'Ensenyament de la Psicoanàlisi. Barcelona, España
4. ACIPPIA - Asociación cultural para la formación e investigación en psicoterapias psicoanalíticas. Madrid, España
5. Acto analítico. Intervenciones para la salud y el bienestar psico-social. Barcelona, España
6. Acto, Centro de Asistencia Psicoanalítica, Psiquiátrica y Psicológica. Barcelona, España
7. ADEMM - Usuaris de Salut Mental de Catalunya. Barcelona, España
8. AFPC. Asociació de Filosofía Pràctica de Catalunya. España
9. (a)grupación psicoanalítica de Alicante. España
10. ALEPH - Association pour l'étude de la psychanalyse et de son histoire. Francia
11. Apertura. Estudio, Investigación y Transmisión del Psicoanálisis. Barcelona, España
12. APHICE - Asociación de Psicoterapia Humanista Integrativa y Counselling. España
13. APOP - Asociación de Psicoterapia Operativa Psicoanalítica. España
14. APPOPS - Association des Psychologues et Psychothérapeutes d'Orientation Psychanalytique de Suisse
15. Après Coup. Sociedad Psicoanalítica. Buenos Aires, Argentina
16. Area 3. Asociación para el Estudio de Temas Grupales, Psicosociales e Institucionales. Madrid, España
17. Area Infancia y Adolescencia de la Dirección de Salud Mental del Ministerio de Salud de la Provincia de Santa Fe. República Argentina
18. ARPP - Association pour la recherche en Psychothérapie Psychanalytique. Belgique
19. Asociacion Española de Psico-Somatoterapia
20. Asociacion Madrileña de Terapia de Familia Pareja y otros Sistemas Humanos - AMTPFOSH. España
21. Asociación ALTXA. Asociación para la Promoción de la Salud de Niños y Adolescentes. Bilbao, España
22. Asociación Análisis freudiano en España. Madrid
23. Asociación Argentina de Psicología y Psicoterapia de Grupo
24. Asociación Bick España (A.B.E.)
25. Asociación Científica de Medicina Antroposófica. Madrid, España
26. Asociación de Estudios Psicoanalíticos de Salamanca (ASEPS). España
27. Asociación de Profesionales del Hospital de Niños Ricardo Gutierrez. Buenos Aires, Argentina
28. Asociación de Terapia Neural 2006. Sabadell, España
29. Asociación Escuela Argentina de Psicoterapia para Graduados. Rep. Argentina
30. Asociación Española de Historia del Psicoanálisis. AEHP. Barcelona, España
31. Asociación Española de Psicoterapia Psicoanalítica Oskar Pfister. Madrid, España
32. Asociación Española de Psicoterapias Cognitivas. Barcelona, España
33. Asociación Estatal de Profesionales de la Sexología. España
34. Asociación Galega de Salud Mental
35. Asociación Gallega de Psicoanálisis
36. Asociación Granabip-Bipolares de Granada. España
37. Asociación Hispanoamericana de Psicosomática
38. Asociación Internacional de Psicología Analítica
39. Asociación para la Docencia e Investigación en Salud Mental de Eivissa y Formentera. ADISAMEF (Baleares)
40. Asociación Psicoanalítica Argentina (APA). Sociedad componente de la Asociación Psicoanalítica Internacional - IPA - y de la Federación Psicoanalítica de América Latina - FEPAL
41. Asociación Psicoanalítica de Durango. Associació México
42. C. FRONTS. Clínica en les fronteres. Barcelona, España
43. Asociación socio cultural Radio Nikosia. Barcelona, España
44. Associació Catalana de Psicoteràpia Psicoanalítica. ACPP. Barcelona, España
45. Associació CENTRE L'ALBA. Barcelona, España
46. Associació Cultural Dansalut. Barcelona, España
47. Associació Saräu. Barcelona, España
48. Associació TEAdir de padres, madres y familiares de personas con TEA. Trastorno del Espectro Autista (Autismos y Síndromes de Asperger). Barcelona, España
49. Association des Forums du Champ Lacanien de Wallonie. Belgique
50. Association des Psychologues freudiens. France
51. Association du Pont Freudien. Montréal. Canada
52. Association Psychanalyste dans la Cité. Bagnols-sur-Cèze, Languedoc-Roussillon, France
53. Association SERPSY Soins Études Et Recherches En Psychiatrie, Paris, France
54. Associazione Culturale Sàndor Ferenczi. Firenze, Italia
55. Associazione Lacaniana Italiana di psicoanalisi
56. Aula Gestalt. Barcelona, España
57. Aula de Psicoanálisis. Barcelona, España
58. Aula de Psicodrama. Alicante, España
59. AUPPF. Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatología Fundamental. São Paulo, Brasil
60. Carreras de Especialización en Psicoanálisis con Niños y en Psicoanálisis con Adolescentes de la Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (en convenio con la Asociación de Psicólogos de Buenos Aires. Argentina
61. CDIAP Magroc. Terrassa. Barcelona, España
62. CDIAP-Mollet Centre de Desenvolupament Infantil i Atenció Precoç, de Mollet del Vallès. Barcelona, España
63. CEE Vi.la Joana. Barcelona, España
64. Ce.sa.men.de. Buenos Aires, Rep. Argentina
65. CEDAP Centre d'Atenció Psicomèdica. Granollers. Barcelona, España
66. Centre Aïna de Psicoanálisis. Mataró. Barcelona, España
67. Centre Assistencial de Salut i Educació de Vilassar de Dalt. Barcelona, España
68. Centre d'Higiene Mental de Cornellà. Cornellà. Barcelona, España
69. Centre de Dia Infanto juvenil L'ALBA. Barcelona, España
70. Centre de Psicologia Clínica Provençals. Barcelona, España
71. Centre de Psicología Mataró. Barcelona, España
72. Centre de psicoteràpia La Saó. Tarrassa. Barcelona, España
73. Centro Comunitario de Protección y Desarrollo Estudiantil Santa Rosa de Valencia. Venezuela
74. Centro de Orientación Sociolaboral y Clínica "El Molinet". Alicante, España
75. Centro de Psicoterapia Humanista SORTZEN. Bilbao, España
76. Centro Françoise Dolto. Palencia. Castilla y León, España
77. Centro regional Zona Atlántica de la Universidad Nacional del Comahue (CURZA) Rep. Argentina
78. Centro Studi e Ricerche Scuola di Prevenzione Josè Bleger
79. Cercle d'estudis en Salut Mental del Vallès. Barcelona, España
80. CET Despertares. Eceiza, Rep. Argentina
81. CILA. Collège International de l'Adolescence. París, France
82. Clínica EOS. Clínica de terapias. Sant Cugat del Vallès. Barcelona, España
83. Colegio Profesional de Psicólogos de Salta. Argentina
84. Collège de clinique psychanalytique de Paris
85. Collège International de Psychanalyse et d'Anthropologie. CIPA. Francia
86. CONSULTORIA PSICOLÒGICA.Serveis de psicologia. Barcelona, España
87. CONVOCA, Asociación de Atención Psicológica. Barcelona, España
88. CPPL. Recife-PE, Brasil
89. CORPO FREUDIANO. Escola de Psicanálise. Brasil
90. CP-ALEPH Collège des psychanalystes ALEPH. Francia
91. Discurso Freudiano. Escuela de Psicoanálisis. Buenos Aires, Argentina
92. EAP B-25 de Badia i Barberà del Vallès. Barcelona, España
93. École de Psychanalyse des Forums du Champ Lacanien. France
94. EFPP European Federation for Psychoanalytic psychotherapy in the public sector.
95. EPPA - Escola Paulista de Psicologia Avançada. Brasil
96. Equip Clínic CIPAIS. Barcelona, España
97. Equipo de investigación "Efectos sociales de la globalización del DSM-V" de la Facultad de Psicología de la Universidad de Rosario. Argentina
98. Escola de Clínica Psicoanalítica amb Nens i Adolescents. ECPNA. Barcelona, España
99. Escuela de Clínica Psicoanalítica con Niños y Adolescentes de Madrid.
100. Escuela de Psicoanálisis de los Foros del Campo Lacaniano - F7 (España)
101. Escuela de Psicoanálisis de los Foros del Campo Lacaniano: Foro Tucumán/Salta de Argentina
102. Escuela de Psicologia Grupal y Análisis Institucional Enrique Pichon-Rivière. Chile
103. Escuela de Terapia Gestalt de Zaragoza. España
104. Escuela Española de Psicoterapia y Psicoanálisis
105. Escuela Española de Terapia Reichiana (Es.Te.R.)
106. Espace analytique. Paris, France
107. Espacio Psicoanalitico de Barcelona. EPBCN. España
108. Espacio Psicoanalitico. Asociación para la extensión del psicoánalisis en la Comunidad de Madrid.
109. Espacio Psicoanalítico de Pamplona. España
110. Espai Clínic Psicoanalític de FILIUM. Barcelona, España
111. Federación de Psicólogos de la República Argentina. FePRA
112. Asociación para la prevención del maltrato al niño. Madrid, España
113. Foro Andaluz de Bienestar Mental. España
114. Foro Psicoanalítico de Madrid de la IF-EPFCL
115. Foro Psicoanalítico Valenciano. Valencia, España
116. Forum du Champ Lacanien de Liège. Belgique
117. Freuds Agorá - Skole for psykoanalysen. København. Danmark
118. Fundacio Cassiá Just. Catalunya, España
119. Fundació Orienta. San Boi de LLobregat. Barcelona, España
120. Fundación C.I.TI.D.A.D. Centro de Investigación y Tratamiento integral para Dependientes de Alcohol y Drogas. La Plata, Argentina
121. Fundació Congrès Català de Salut Mental. FCCSM. Barcelona, España
122. Fundació Eulàlia Torras de Beà. Institut de Psiquiatría i Psicología. Barcelona, España
123. Fundació Lethe. Barcelona y Girona, España
124. Fundació Puigvert. Centre de psicologia clínica. Barcelona, España
125. Fundación C. G. Jung. España
126. Fundación Europea para el Psicoanálisis. España
127. Fundación INTRAS. España
128. Fundación Psicoanalítica/Madrid 1987
129. Fundación Psicooncológica de Buenos Aires. Argentina
130. Fundación RedesLife. España
131. Fundación Rumbos. Buenos Aires, Argentina
132. Fundación Sociedades Complejas. Proyectos en Salud y Educación. Argentina
133. Fédération Francophone Belge de Psychothérapie Psychanalytique. Bruxelles
134. Fédération Nationale Agrée des Psychologues Praticiens d'Orientation Psychanalytique de Belgique (APPPsy) Bruxelles, Belgique
135. Fédération professionnelle des psychologues cliniciens et des psychologues psychothérapeutes. Belgique
136. Fòrum Psicoanalític de Barcelona, España
137. Fòrum Psicoanalític Tarragona
138. Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade. Brasil
139. FORUMADD. Equipo interdisciplinar contra la patologización y medicalización de la infancia y la adolescencia. Argentina.
140. GAURDANIK. Grupo psicología clínica. San Sebastian, España
141. GEPU. Grupo Estudiantil y Profesional Universidad del Valle. Cali, Colombia
142. GIU' LE MANI DAI BAMBINI. Campagna Nazionale. Italia
143. Gradiva, Associació d'Estudis Psicoanalítics. Barcelona, España
144. GRUP, espai de psicoteràpia, treball corporal, comunicació i creativitat. Barcelona, España
145. Groupe interdisciplinaire-interuniversitaire de perinatalite ULB/UCL. Bruxelles, Belgique
146. Grup Alfa. Institut de treball grupal i familiar. Barcelona, España
147. Grup de Psicoanàlisi Relacional i Social. GPRIS. Barcelona, España
148. Grupo de estudios psicoanalíticos. Foro campo lacaniano. Galicia, España
149. Grupo Psicoanalítico de Barcelona. España
150. Grupo Psicoanalítico de Orientación Lacaniana de Santiago de Cuba
151. Grupo Zurbano de Terapia Familiar. Madrid, España
152. Hablamos. Psicoanálisis en la radio. Radio Kanal Barcelona, España
153. Institut de Formation à l'Intervention en Santé Mentale. Belgique
154. Institut de Psicologia Analítica Carl Gustav Jung (ICGJ) Barcelona, España
155. Instituto de Formación de la Sociedad Chilena de Psicoanálisis. Chile
156. Instituto de Terapia Neural. Sabadell, España
157. Instituto Europeo de Psicoterapias de Tiempo Limitado. Madrid, España
158. Instituto Nacional de Neurociencias y Psicoanálisis. México
159. Instituto Galene de Psicoterapia. Madrid, España
160. Instituto Terapia de Reencuentro. Valencia, España
161. Instituto Valenciano de Psicología y Psicoterapia Analítica (IVaPA)
162. Intercanvis/Intercambios Papers de psicoanàlisi Papeles de psicoanálisis. Barcelona, España
163. ISURI. Escuela de Terapia Gestalt. Blanes
164. iPsi, Centre d'Atenció en Salut Mental - iPsi, Formació psicoanalítica. Barcelona, España
165. Kairós Associació per l'estudi, recerca i divulgació de la psicoanàlisi. Barcelona, España
166. Kur Klinikum. Barcelona, España
167. La era. Espacio abierto a la diversidad infantil y adolescente. España
168. La Otra Psiquiatría. Valladolid, España
169. La Revolución Delirante. Movimiento de Jóvenes Profesionales de la Salud Mental. Valladolid. España
170. La Trama Psi. Servicio de Acompañamiento Terapéutico e Integración Socioeducativa. Córdoba, Argentina
171. LI.S.T.A. Libera Scuola di Terapia Analitica. Milano, Italia
172. Llibreria Xoroi. Barcelona, España
173. Logos Clínica Psicoanalítica. Barcelona, España
174. Los Naranjos Comunidad Terapéutica. San Pedro, Prov. Buenos Aires, Argentina
175. Metàfora, centre d'estudis d'artteràpia. Barcelona, España
176. Mi Encuentro, Asociación civil - Escuela especial, Centro de día. Muñiz, Buenos Aires
177. MM Psicólogos. Ferrol. A Coruña. España
178. MP - Consultora y Asesora en Psicologìa y Educaciòn. Buenos Aires, Argentina
179. NAAP National Association for the Advancement of Psychoanalysis. New York. USA
180. Núcleo de Pesquisa e Extensão em Psicanálise da Universidade Federal de São João del Rei. Brasil
181. ONG Casa de la Mujer. Rosario, Argentina
182. Patologías actuales en la Infancia. Buenos Aires, Argentina
183. Phoenix Espai Terapèutic. Barcelona, España
184. PLACE. Psychoanalysis Los Angeles California Extension. USA
185. Plataforma Internacional contra la medicalización de la Infancia
186. Plataforma NOGRACIAS. España
187. Plataforma Psicoanálisis Siglo XXI. Barcelona, España
188. Profesionales Latinoamericanos/as contra el Abuso de Poder. Buenos Aires/ Montevideo
189. Programa "Cuidar-Cuidando". Buenos Aires, Argentina
190. Programa Radial Psi. Buenos Aires, Argentina
191. Projeto de Investigação e Intervenção na Clínica das Anorexias e Bulimias (Departamento de Psicanálise/Instituto Sedes Sapientiae), São Paulo, Brasil
192. Projeto Transversões - Projeto Integrado de pesquisa Saúde Mental, Desinstitucionalização e Abordagens psicossociais Escola de Serviço Social da UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil
193. Psychanalyse Actuelle. Paris, France
194. Psycorps (École Belge de Psychothérapie Psychanalytique à Médiations). Belgique
195. Quidem, Escuela Aragonesa de Psicoanálisis Aplicado. Zaragoza, España
196. Radio - a. France
197. Red Asistencial de Buenos Aires. Institución de Asistencia y Formación en Salud Mental. Argentina
198. Red de psicoanalistas. Rosario, Argentina
199. Red de Trabajo y Salud Mental. Santiago de Chile
200. RED-CAPS. Red de mujeres profesionales de la salud. España
201. REDI-Red por los Derechos de las Personas con Discapacidad. ONG en Derechos Humanos. Argentina
202. RESSORGIR Associació de Familiars i amics de persones afectades de malaltia mental. Barcelona, España
203. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. São Paulo, Brasil
204. Revista de Psicoterapia Bonding. España
205. SATIS Servei d'acompanyants terapèutics per a la Inserció Social. Barcelona, España
206. Schweizerische Gesellschaft für Analytische Psychologie. Bern
207. Sección de Psicoanálisis de la Asociación Española de Neuropsiquiatría. Madrid, España
208. Seminaires psychanalytiques de Paris. France
209. Seminari de Psicoanàlisi de Tarragona
210. Sociedad de Estudios Psicosomáticos Iberoamericana. SEPIA. España
211. Sociedad Española de Medicina Psicosomática y Psicología Médica. Madrid, España
212. Sociedad Española de Psicología Analítica - SEPA
213. Sociedad Española de Psiquiatría y Psicoterapia del Niño y del Adolescente - SEPYPNA. Madrid, España
214. Sociedad Paraguaya de Logoterapia. Asunción, Paraguay
215. Sociedade Portuguesa de Psicanálise
216. Societat Catalana de Rorschach i Mètodes Projectius. Barcelona, España
217. STIRPE. Centro de diagnóstico y de Terapia Familiar y de Pareja. Madrid, España
218. Triciclo: Clínica Psicanalítica+Centro de Estudos. Brasília, Brasil
219. Ufficio Stampa Ortofonologia Roma. Italia
220. UMBRAL, Red de asistencia "psi". Barcelona, España
221. Unidad médica educativa L'ALBA. Barcelona, España
222. Union Syndicale de la Psychiatrie. USP. France
223. www.lenguajeaprendizaje.com.ar. Rep. Argentina
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
01 Out 2013 -
Data do Fascículo
Set 2013