Características de qualidade óssea e desempenho de avestruzes
ICL Almeida PazI, *; AA MendesI; A BalogII; LC VulcanoI; ICL AlmeidaII; SE TakahashiIII; CM KomiyamaIII
IDocente da FMVZ/UNESP
IIAluno de Graduação em Zooctenia FMVZ/UNESP;
IIIAluno de Pós-graduação em Zootecnia FMVZ/UNESP. Botucatu, SP, Brasil
Introdução
O estudo da densidade mineral óssea (DMO) de aves de interesse zootécnico, por meio da densitometria óptica em imagens radiográficas, utilizando o programa computacional Cromox®, tem grande importância para a avicultura pois é uma técnica que permite o acompanha-mento das variações de massa óssea com baixo custo e tecnologia moderna. Em avestruzes, as patologias músculo-esqueléticas estão relacionadas com diferentes causas. Os problemas de pernas nos filhotes de avestruz são responsáveis por uma mortalidade aproximada de 5%. Na maioria dos casos isso pode ocorrer devido a falta de controle na taxa de lotação e dietas inadequadas. O objetivo deste estudo foi estabelecer quais os valores médios de qualidade óssea encontrados para avestruzes.
Material e Métodos
Foram realizadas coletas radiográficas para determinação da DMO de tíbias e fêmures de avestruzes machos e fêmeas da raça African Black, em um abatedouro comercial. As aves utilizadas foram provenientes de um mesmo lote e abatidas no mesmo dia. O manejo de criação e alimentação foi aquele usualmente utilizado na propriedade, com alimentação fornecida 3 vezes ao dia e água ad libitum. Utilizou-se 10 machos e 10 fêmeas, os quais foram radiografados, logo após o abate (durante a sangria), com o auxílio de um aparelho portátil de raio-X. A região padronizada para as radiografias foi a epífise proximal da tíbia e distal do fêmur direito. A técnica radiográfica utilizada foi 65kVp x 3 mAs, com distância foco filme de 90cm. Posteriormente estes ossos foram coletados para avaliação da resistência óssea (RO), índice Seedor (IS), que é o valor obtido ao dividir o peso do osso por seu comprimento, e teor de matéria seca (MS). Estes valores foram associados ao desempenho no período de engorda, estabelecendo-se quais os valores médios destas características para avestruzes. Foi realizada ANOVA (5%), as médias foram comparadas pelo teste de Tukey e as correlações pelo teste de Pearson.
Resultados e Discussão
Para o desempenho não houve diferença para machos e fêmeas (Tabela 1). Foi possível verificar que os valores encontrados para as características estão dentro dos limites preconizados na literatura (1). Não houve diferença para machos e fêmeas qualidade óssea (Tabela 2). Isto demonstra que quando estes animais são criados sob as mesmas condições até o abate, a qualidade dos ossos não difere entre os sexos, permitindo melhora nos índices zootécnicos de forma semelhante para ambos, já que o sistema ósseo das aves tem o mesmo comportamento. Foi possível verificar que o GP apresentou correlação apenas com PV e que este e a CA apresentaram correlação com características de qualidade óssea, principalmente, com a tíbia (Tabela 3). Segundo alguns autores isto pode ser explicado pelo fato da tíbia ser um osso de crescimento rápido e a taxa de crescimento é influenciada pelo peso vivo da ave. A DMO e IS apresentaram correlações apenas com as demais características de qualidade óssea. As correlações entre RO e MS foram significativas apenas entre os mesmos ossos.
Conclusão
Quando as aves são criadas em mesmas condições, não há diferenças no desempenho e características de qualidade óssea para machos e fêmeas. Sendo que os valores encontrados têm grande contribuição para a atividade exploratória, pois demonstram que estas aves possuem sistema ósseo bem desenvolvido, comportando rápido ganho de peso na fase de engorda.
Bibliografia
1. Carrer CC; Kornfeld ME. Pirassununga, Brasil. 1999, ???p.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
24 Jul 2007 -
Data do Fascículo
Mar 2007