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Editorial

EDITORIAL

Há muitos avanços no conhecimento sobre ações importantes a serem adotadas para restauração de uma área degradada, mas as inúmeras possibilidades e situações existentes, como o grau de resiliência histórico e fatores da degradação, além de muitos outros aspectos de singular importância como diversidade florística e dinâmica das populações implantadas, qualidade e procedência das mudas, substratos, preparo dos solos, entre outros, ainda exigem esforços para suprir muitas lacunas no conhecimento.

Todos os aspectos acima podem ser sintetizados em uma única palavra: Biodiversidade. De fato, a grande experiência já acumulada sobre restauração de áreas degradadas no Estado de São Paulo, as quais incluem casos de sucesso e insucessos; é patente nos dias de hoje que não basta apenas colocar mudas de espécies florestais no campo, sendo de extrema importância considerar aspectos mais complexos que definem a riqueza de espécies, a diversidade genética das populações adequadas às condições edafoclimáticas preponderantes, visando o sucesso de uma restauração.

Também é importante ressaltar que os processos de aperfeiçoamento de técnicas de restauração, como as ações de implantação de reflorestamentos compensatórios, entre outros projetos no campo, precisam ter mais proximidade com a regulamentação de políticas públicas, diminuindo o descompasso entre o conhecimento gerado nos Institutos de Pesquisa e Universidades e as ações concretas aplicadas para a formatação dessas políticas públicas, as quais por seu turno devem sempre buscar metodologias práticas, que atendam às exigências legais e otimizem o trabalho de quem necessita restaurar, favorecendo sempre a conservação da biodiversidade e o meio ambiente.

É nesse contexto e considerando os mais de 25 anos do início das pesquisas sobre restauração ecológica no Instituto de Botânica (IBt), que apresentamos o primeiro fascículo especial sobre o tema no periódico científico oficial do IBt, a Revista Hoehnea.

A ideia da publicação de um fascículo especial sobre restauração ecológica privilegiando também as políticas públicas para a conservação da biodiversidade foi oportunamente concebida durante o início das organizações da 5ª edição do Simpósio de Restauração Ecológica. Passados 24 anos desde a edição do Simpósio de Matas Ciliares, não nos restavam dúvidas de que um grande volume de conhecimento e dados sobre o assunto já estavam disponíveis em diversas obras, incluindo aquelas geradas e discutidas na última década e em edições anteriores de eventos realizados no próprio Instituto de Botânica. Assim, um novo passo especial deveria ser dado e, aproveitando a qualidade incontestável da Revista Hoehnea, poderia ser aberto um novo canal de divulgação de artigos científicos apresentando informações atuais reunidas em uma única obra, facilitando o acesso a essas informações.

Assim, este fascículo especial é, sem dúvida, produto de um esforço conjunto de renomados pesquisadores responsáveis pelo atual estado da arte da Restauração de Áreas Degradadas no Estado de São Paulo e no Brasil, que prontamente aceitaram o desafio para colaborar na sua elaboração.

Luiz Mauro Barbosa

Diretor Geral do Instituto de Botânica

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Out 2013
  • Data do Fascículo
    Set 2013
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