O objetivo deste ensaio é trazer ao debate historiográfico o desafio de se enfrentar o tema do racismo e dos racialismos constitutivos da modernidade através do imaginário racial brasileiro, desde os anos 1930. Para este fim, sugiro que a apreensão da ambivalência identitária no Brasil vem se constituindo em importante alternativa para se compreender as especificidades da modernidade brasileira em face dos imperativos identitários da modernidade européia e norte-americana. Pretende-se mostrar, através de dois personagens suicidas, o "judeu" Stefan Zweig e o "mulato" Eduardo de Oliveira e Oliveira, os paradoxos da construção e da representação de identidades étnico-raciais na modernidade brasileira.