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Múltiplos do Cativeiro: Casamento, compadrio e experiência comunitária numa propriedade escrava no Grão-Pará (1840-1870)* * Este artigo representa uma versão revisada e ampliada de parte do terceiro capítulo da dissertação de mestrado: "Casamento e compadrio em Belém nos meados do Oitocentos", defendida em abril de 2012, junto ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia do IFCH-UFPA. O autor agradece ao professor Antonio Otaviano Vieira Junior pela orientação da pesquisa, bem como aos professores Carlos Bacellar e Cristina Cancela pelos comentários feitos por ocasião do Exame de Qualificação e de Defesa. Os agradecimentos se redobram ao parecerista da Afro-Ásia e aos professores José Flávio Motta, Cacilda Machado e Maria Luiza Andreazza pelas críticas tecidas a uma versão embrionária deste estudo, apresentada no IV Simpósio Nacional de História da População, realizado em Belém, entre 18 e 21 de outubro de 2011

Este artigo tem como objetivo ajudar a matizar a compreensão em torno da família escrava no Grão-Pará oitocentista, a partir da análise das práticas de casamento e de compadrio da escravaria do Engenho Bom Intento. A propriedade do português Joaquim Antônio da Silva, situada no Distrito de Bujaru, na Comarca de Belém, destacava-se por toda a sua importância econômica local e grande plantel, composto por mais de 150 cativos no limiar da década de 1860. Procura-se delinear as tendências de casamento e de compadrio desse grupo - confrontando-as com os padrões de comportamento apresentados pela população escrava de Belém -, assim como, evidenciar a atuação conjunta do casamento e do compadrio na conformação de uma comunidade escrava que extrapolava os próprios limites do cativeiro, compreendendo escravos de outras propriedades e, ainda, os forros e diversos outros segmentos da população livre da região.

Família escrava; casamento; compadrio; Grão-Pará; século XIX


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