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Carcinoma misto medular-papilar de tireóide: relato de caso

Casos de carcinomas mistos medular-papilar são raros e não foram classificados pela OMS. Relatamos o caso de uma paciente de 32 anos, com nódulo cervical há 4 anos, sem história familiar de doença nodular tireóidea ou de irradiação prévia. A citologia revelou neoplasia de células de Hürthle e, após tireoidectomia total, o diagnóstico histológico foi de um carcinoma misto: medular-papilar com diferenciação oxifílica, apresentando arranjos papilares com eixos fibro-vasculares contendo predomínio de células de padrão oxifílico, tanto no nódulo como nos gânglios cervicais metastáticos. Notou-se, ainda, a presença de material amorfo de aspecto amilóide que corou positivamente para vermelho Congo, acompanhado de focos de calcificação, tanto no tumor primário quanto nas metástases. A tireoglobulina não foi imunorreativa em células da citologia, porém foi reativa em áreas dos cortes histológicos, tanto no nódulo tireóideo como nas metástases. A imunorreatividade à calcitonina foi predominante nas células da citologia, nos cortes histológicos do tumor primário e das metástases. Levanta-se a hipótese de que tais tumores surjam da transformação neoplásica de um único tipo celular. Recentemente, tem sido sugerido que do último corpo branquial do homem possam surgir ambas as células e que uma célula tronco poderia ser a precursora destas neoplasias.

Tumor misto de tireóide; Carcinoma medular de tireóide; Carcinoma papilífero de tireóide


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