A insuficiência cardíaca é uma das complicações mais conhecidas do hipertireoidismo, sendo mais comumente de alto débito, mas alguns pacientes evoluem com miocardiopatia dilatada e baixa fração de ejeção. Apresentamos paciente de 35 anos, sexo masculino, com hipertireoidismo, fibrilação atrial (FA) e insuficiência cardíaca grave com disfunção sistólica e fração de ejeção de 43%. Após o tratamento definitivo do hipertireoidismo com radioiodo, houve reversão da insuficiência cardíaca, com melhora clínica e ecocardiográfica, incluindo normalização da fração de ejeção (69%). Vários são os casos descritos de reversão da insuficiência cardíaca com o tratamento do hipertiroidismo, porém na sua maioria de insuficiência cardíaca de alto débito. Os mecanismos pelo qual o hipertireoidismo pode levar à disfunção sistólica, assim como seu tratamento, são discutidos. Concluímos que o tratamento do hipertireoidismo pode recuperar a miocardiopatia tireotóxica, mesmo em casos mais graves com comprometimento da função sistólica.
Cardiomiopatia dilatada; Hipertireoidismo; Insuficiência cardíaca