RESUMO
Os autores avaliam a influência da dose da clorpromazina no desenvolvimento de alterações oculares características em 38 pacientes psiquiátricos internados no Hospital Psiquiátrico São Pedro (Porto Alegre, RS) em uso crônico desta droga.
Vinte e dois pacientes (58%) apresentaram efeitos oculares adversos, manifestados por opacificação bilateral do cristalino e, em casos severos, opacificação concomitante do endotélio corneano. Os pacientes foram classificados em graus crescentes de 0 a IV, de acordo com as alterações cristalineanas. O grau zero representou ausência de alterações e o grau IV pigmentação bilateral acentuada da cápsula anterior do cristalino em forma de estrela. A freqüência das alterações é analisada em relação faixa etária, padrão de uso e doses utilizadas.
Os autores sugerem a possibilidade de uma suscetibilidade maior em indivíduos idosos, e concluem ser a dose total de clorpromazina o fator mais importante na gênese das alterações oculares.
Palavras-chave:
Clorpromazina; Opacidade lenticular; Catarata estelar