RESUMO
Propósito:
Avaliar a segurança e eficácia do retratamento da miopia e astigmatismo com excimer laser.
Métodos:
Foram estudados onze olhos de dez pacientes, com idade variando de 20 a 46 anos. A técnica de reoperação foi a ceratectomia fotorrefrativa (PRK) em seis olhos (54,54%), a ceratectomia foto-terapêutica epitelial (PTK-e) seguida de PRK em dois olhos (18,18%), e a ceratectomia fotoastigmática (PARK) em dois olhos (18,18%). O retratamento foi realizado de 5 a 16 meses após o primeiro tratamento (média de 9,3 ± 3,4 meses). O seguimento pós-operatório variou de 6 a 23 meses (média de 9,2 ± 5,4 meses). Foi utilizado o excimer laser Apex plus Summit, e avaliada a refração, a acuidade visual e a opacidade sub-epitelial, ou "haze".
Resultados:
O equivalente esférico (EE) médio inicial foi de -8,50 ± 3,66D. Após o primeiro tratamento houve uma diminuição de 55% no EE médio inicial para -4,04 ± 2,42D, que foi estatisticamente significante (p = 0,0004). Após o retratamento houve uma diminuição de 28% no EE médio em relação ao primeiro tratamento, não sendo estatisticamente significante (p=0,09). O astigmatismo médio pre-operatório foi de -2,41 ± -1,84. Após o primeiro tratamento (média de -2,30 ± 1,70) e retratamento (média de -2,10 ± 0,8) não houve mudança estatisticamente significante (p=0,19 e p=0,30 respectivamente). Após o retratamento, 36,36% dos olhos apresentaram AV sc ≥ 20/40 e 63,63% AV sc ≥ 20/60. Trinta e seis por cento dos olhos apresentaram uma refração entre ± 1D da emetropia e 54,54% entre ± 2D da emetropia. Em relação ao pré-operatório, 45,55% perderam entre 1 e 5 linhas da melhor acuidade visual corrigida por óculos após o retratamento.
Conclusão:
O retratamento com excimer laser é pouco eficaz no caso de altas ametropias residuais, podendo induzir a opacidade sub-epitelial e perda de linhas de visão.
Palavras-chaves:
Ceratectomia fotorrefrativa; Córnea; Cirurgia; Miopia; Reoperações; Complicações