Objetivo: Descrever alterações corneanas pós-tracoma não associadas a deformidades palpebrais. Métodos: Foi realizada avaliação oftalmológica completa em 7 pacientes do ambulatório de Córnea e Doenças Externas da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Para o nosso estudo selecionamos pacientes com diagnóstico prévio de tracoma sem deformidades palpebrais, história pregressa de correção de entrópio ou epilação, mas com opacidades corneanas. Resultados: Dentre os achados oftalmológicos observados neste estudo destacaram-se: opacidade corneana bilateral em 100% dos casos, afinamento corneano em 85,7% dos casos, pannus superior bilateral em 71,4% dos casos e fibrose da conjuntiva tarsal superior bilateral em 85,7% dos casos. Conclusão: As alterações corneanas pós-tracomatosas podem-se manifestar sob diversas formas clínicas, incluindo opacidades, afinamentos, ceratites secundárias a infecção, vas-cularização, ectasias, alteração da sensibilidade e xerose. Na ausência de entrópio ou triquíase, estas alterações podem resultar de inflamação tracomatosa, ceratite intersticial ou formas de tratamento utilizadas no passado, no entanto a sua fisiopatologia ainda é controversa.
Opacidade de córnea; Tracoma; Entrópio