OBJETIVO: Relatar a incidência de endoftalmite infecciosa e não-infecciosa após injeção intravítrea de 4 mg de triancinolona (Kenalog® - 40 mg/ml; 0,1 ml) e avaliar aspectos clínicos relevantes para o diagnóstico diferencial entre estas duas entidades. Desenho: Estudo prospectivo não-concorrente. MÉTODOS: Foram analisados os prontuários de 121 pacientes (154 injeções) que, consecutivamente, foram submetidos à injeção intravítrea de triancinolona para o tratamento de diversas doenças coriorretinianas. Todas as injeções foram realizadas em centro cirúrgico em condições de assepsia e anti-sepsia, comuns às cirurgias oftalmológicas. RESULTADOS: Nenhum olho apresentou endoftalmite infecciosa. Dois olhos (1,29%/injeção e 1,65%/paciente) apresentaram endoftalmite não-infecciosa caracterizada pela observação, no primeiro dia pós-operatório, de baixa de acuidade visual, hiperemia, hipópio e reação inflamatória no vítreo. Estes dois olhos evoluíram com resolução do quadro inflamatório, após o uso de corticóide tópico e subconjuntival. CONCLUSÕES: Na presente série, nenhum olho apresentou endoftalmite infecciosa. A ocorrência de endoftalmite não-infecciosa após a injeção intravítrea de triancinolona é relativamente rara e, geralmente, pode ser diferenciada da endoftalmite infecciosa por meio da análise criteriosa das suas manifestações clínicas.
Coróide; Doenças retinianas; Endoftalmite; Infecções oculares; Injeções; Corpo vítreo; Triancinolona acetonida