A integridade da face é condição que interfere no cotidiano do indivíduo sendo que a perda do globo ocular tem um impacto psicológico, demandando uma condição de adaptação. Intervenções como a reparação protética parecem produzir mudanças nos âmbitos emocional e comportamental. Objetivo: Identificar os aspectos psicossociais relacionados à ausência unilateral do globo ocular e avaliar a adaptação dos pacientes usuários de prótese ocular. Métodos: Para realização da pesquisa foi utilizado como instrumento de coleta de dados um roteiro de entrevista adaptado aos objetivos desse trabalho. Este foi composto por duas partes, a primeira referente a dados gerais de identificação do paciente e aspectos socioeconômicos. A segunda parte incluiu dados específicos sobre a perda e reabilitação ocular com 31 questões. Vinte e oito pacientes voluntários foram entrevistados. Resultados: A maioria era do gênero masculino (53,57%). A idade variou entre 11 e 67 anos. O trauma foi o fator etiológico prevalente (60,71%). Foi encontrada diferença estaticamente significativa (p<0,05) entre os escores dos sentimentos da época da perda e atualmente (z Wilcoxon=-4,41; p<0,001). Conclusão: Os dados evidenciaram dificuldades emocionais no processo inicial de contato com a condição de perda do olho e o papel da prótese como elemento de inclusão social, ressaltando a relevância do trabalho em equipe e do acesso a serviços de protetização para a adaptação desses pacientes.
Impacto psicossocial; Enucleação ocular; Enucleação ocular; Olho artificial; Anoftalmia; Implantes orbitários; Pacientes; Ajustamento social; Recuperação de função fisiológica