Os autores apresentam um caso de meningoencefalite tuberculosa localizada. Fazem a história desta forma de tuberculose, conhecida já antes da era dos antibióticos, mas que, em regra, terminava pela meningite tuberculosa generalizada. Supõem que o actual emprêgo, tão difundido, da estreptomicina, poderá levar a um mais freqüente aparecimento de tais casos, cuja evolução poderá agora não ser fatal. Descrevem o quadro clínico da afecção, cuja localização se faz sempre na vizinhança da zona motora, traduzindo-se, portanto, por convulsões localizadas, paralisias mais ou menos limitadas dos membros contralaterais, afasias e, por vêzes, perturbações mentais. O quadro histopatológico é descrito em pormenor, sendo salientadas, sobretudo, a sua localização estrictamente limitada a uma zona meningo-cortical, as lesões vasculares que o acompanham e as diferenças com os tuberculomas dos centros nervosos. No caso apresentado foi praticada uma larga ressecção da lesão, tendo sido a estreptomicino-terapia feita antes e após as intervenções.