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Considerações sobre o tratamento das hemorragias subaracnóideas espontâneas

O tratamento das hemorragias subaracnóideas espontâneas é estudado pormenorizadamente. Com poucas exceções, êsses casos são devidos a rotura de um aneurisma intracraniano, situado em 72% dos casos na artéria carótida interna ou em um de seus ramos principais. A incidência e a etiologia dos aneurismas são discutidas. O aneurisma se deve a um imperfeito desenvolvimento das paredes vasculares, associado a uma lesão degenerativa. A sintomatologia está ausente, na grande maioria dos casos, até a rotura do aneurisma, quando o paciente perde a consciência, entra em choque, com sinais de comprometimento dos nervos cranianos ou dos centros superiores. A presença de sangue no líqüido cefalorraquídeo, com aumento da pressão, é achado diagnóstico. O prognóstico dos aneurismas é grave; 40% dos pacientes vêm a falecer com a primeira hemorragia; daqueles que resistem ao primeiro acidente, 30% virão a falecer no segundo, terceiro ou quarto episódios dentro de um período de 10 anos. O tratamento da fase aguda é conservador, com absoluto repouso no leito. Quando as condições o permitam, arteriografias devem ser obtidas para demons- tração do aneurisma. O tratamento cirúrgico deve então ser instituído, a técnica variando de acôrdo com a localização da lesão, condições da circulação colateral, possibilidade de acesso cirúrgico direto, etc. O tratamento indireto deve ser associado ao direto, sempre que possível; far-se-á, portanto, a oclusão de uma ou mais artérias no pescoço com subseqüente isolamento intracraniano do aneurisma. As diferentes técnicas cirúrgicas são discutidas. Nos casos tratados pelo método conservador a mortalidade é de 48% e nos casos tratados pela cirurgia, de 14%. Cinco casos de aneurismas intracranianos são apresentados com a finalidade única de ilustrar os problemas clínicos. Êsses casos demonstram os diferentes tipos de evolução clínica e refletem a gravidade do prognóstico dos aneurismas, mostrando a necessidade de imediato e adequado tratamento.


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