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Efeitos da ablação e da excitação do hipocampo no homem

A atividade do cíngulo anterior pode ser modificada pela ablação ou excitação do hipocampo; partindo dêste princípio, que se baseia em dados experimentais e anatômicos, o autor pensa ser possível influenciar a evolução de certas enfermidades nervosas e mentais pela ablação do hipocampo. O autor realizou 10 intervenções em doentes mentais, sendo 5 ablações bilaterais do hipocampo e 3 unilaterais; nos 2 outros restantes foi feito o acesso simples ao hipocampo sem ablação, o que é o mesmo que fazer o "undercutting" do giro fusiforme. Nos casos de "undercutting" foram implantados, no hipocampo, eletrodos e agulhas por meio dos quais foram feitas excitações elétrica e química (injeção de acetilcolina com prostigmina e de estricnina) depois de cessado o efeito anestésico. O estímulo elétrico com 5 e 10 ciclos por segundo produziu aumento da amplitude e freqüência respiratórias e aceleração do pulso em mais de 10%. A pressão arterial não foi influenciada. A injeção da acetilcolina com prostigmina produziu apenas elevação da pressão mínima. Os efeitos produzidos pela injeção de estricnina foram semelhantes aos da excitação elétrica, embora menos nítidos. O pouco tempo de observação e o pequeno número de casos não permitem conclusões sôbre a influência da ablação do hipocampo na evolução dos distúrbios psíquicos e neurológicos. Parece, entretanto, que certos distúrbios de conduta na criança podem ser beneficiados pela ablação bilateral do hipocampo.


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