Os autores apresentam os resultados obtidos com a lobotomia transorbitária em 54 pacientes de um hospital psiquiátrico privado. Fazem, inicialmente, uma revisão da experiência que já obtiveram com as diversas técnicas de lobotomia, salientando as principais indicações do método terapêutico. Apontam, como fatôres de importância para a seleção dos casos, a sintomatologia clínica (conduta anti-social agressiva, intensidade da tensão emocional e produtividade intelectual patológica), a necessidade da cooperação familiar e a escolha da técnica operatória. Descrevem a técnica da lobotomia transorbitária, modificada por Freeman e analisam o material clínico constante de 54 casos que puderam ser observados durante mais de 6 meses, dos 70 casos já submetidos ao mesmo método, no período de 1953-1955. Os resultados que obtiveram compreendem 16 casos de remissões totais, 10 de remissões parciais, 13 de boas melhoras, 14 inalterados e 1 falecido em conseqüência da operação. Avaliados os resultados de acôrdo com as possibilidades de readaptação familiar, social e de trabalho, os autores relatam que 21 pacientes obtiveram alta e retomaram suas atividades anteriores, 18 permanecem no lar sem atividade útil, 14 continuam internados. O método proporcionou 72,1% de resultados favoráveis, dos quais 38% com reintegração social. As neuroses obsessivas, as depressões ansiosas e as esquizofrenias paranóides constituíram os quadros clínicos melhor influenciados.