Os autores descrevem a evolução dos conhecimentos sôbre a meningoen-cefalite produzida pelo Criptococcus neoformans, analisando as dificuldades anteriormente havidas para o diagnóstico em vida, as quais foram superadas depois que se usou rotineiramente a pesquisa do cogumelo no LCR pelo método de coloração de tinta da China e pela cultura. Assinalam, a seguir, o aparecimento do Amphotericin B, novo antibiótico fungicida que veio modificar o prognóstico desta afecção. Apresentam sua experiência com 14 casos de meningite por criptococos diagnosticados em vida e referem pormenorizadamente 2 casos tratados com o Amphotericin B. O primeiro, de paciente portadora desta afecção, evoluindo de maneira crônica, com períodos de exacerbação que melhoram nitidamente com o Amphotericin B e que está com uma sobrevida de 20 meses. O segundo, de paciente portadora de forma aguda desta afecção que teve cura clínica e está com LCR absolutamente normal, com seguimento de 11 meses. Em ambos os casos foi usada a via endovenosa, sendo feitas séries de 10 injeções, cada uma de 50 mg de Amphotericin B em 500 ml de sôro glicosado a 5%. No primeiro caso foram feitas 4 séries e no segundo apenas duas. Não foram registradas reações colaterais de importância. Os autores terminam considerando o Amphotericin B como um elemento que veio tornar muito mais favorável o prognóstico desta afecção até então mortal.