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Proteinograma do líquido cefalorraqueano na neuropatia diabética

Cerebrospinal fluid proteins and their electrophoretic pattern in diabetic neuropathy

Tendo como objetivo analisar a hiperproteinorraquia que ocorre na neuropatia diabética, foi estudado o proteinograma do LCR de 22 pacientes portadores dessa afecção. Para fins comparativos, em 17 dêles foi feito na mesma ocasião o estudo do proteinograma do sôro. A sintomatologia neurológica foi avaliada de modo semiquantitativo. Foi verificado aumento discreto da concentração protêica total do LCR em 7 casos (32%). O perfil eletroforético (eletroforese em papel) das proteínas foi do tipo encontrado no LCR normal, em todos os casos. Discretas alterações quanto ao teor de uma ou outra fração foram registradas. O perfil protêico não apresentava particularidades relacionadas ao fato de ser normal ou aumentada a concentração protêica total do LCR. A relação entre a percentagem no LCR e no sôro de cada uma das frações mostrou alterações do balanço protêico entre LCR e sôro. As alterações eram devidas a modificações globulínicas do proteinograma do sôro. Não foi encontrada correlação significativa entre a concentração protêica do LCR e a do sôro. O resultado da avaliação semiquantitativa da sintomatologia neurológica de cada caso foi correlacionado à concentração protêica total e de cada fração protêica do LCR. Não foi demonstrada correlação estatisticamente significante entre os dados analisados. Entretanto, os valôres obtidos sugerem: correlação da proteinorraquia total com a sintomatologia neurológica; dentre as frações protêicas, maior participação da globulina nessa correlação. Em vista dos resultados obtidos para os casos estudados, os autores consideram que o aumento da proteinorraquia total na neuropatia diabética não pode ser pôsto na dependência de alterações peculiares a uma ou outra fração protêca do LCR. Igualmente, não depende de modificações do proteinograma do sôro e não pode ser explicado em função direta da intensidade do quadro neurológico. É discutida a possibilidade de estar a hiperproteinorraquia relacionada às alterações da barreira hemoliquórica, secundárias às lesões vasculares que acompanham o diabetes mellitus.


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