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Recuperação da motricidade voluntária do membro superior de pacientes com hemiplegia após acidente vascular cerebral: avaliação prognostica

Recovery of voluntary motion in upper extremity following hemiplegia in patients with cerebrovascular accident: contribution to the prognosis

O estudo tem por finalidade o registro e a análise dos principais fatos que ocorrem durante a recuperação da motricidade voluntária do membro superior em pacientes com hemiplegia após AVC, tendo por objetivo contribuir para a avaliação do prognóstico. De particular interesse foi a observação comparativa do retorno espontâneo da motricidade voluntária nos vários segmentos do membro superior em 88 pacientes com hemiplegia após AVC hospitalizados na fase aguda da afecção. Dos 88 pacientes hemiplégicos estudados, com diagnóstico suficientemente esclarecido e evolução acompanhada durante período satisfatório para permitir conclusões, 56 casos (grupo 1) atingiram melhora clínica, com remissão parcial ou completa da sintomatologia neurológica (discreto deficit de força, hiperreflexia e hipertonia) e recuperação de todos os movimentos voluntários nas várias articulações do membro superior, enquanto 32 pacientes (grupo 2) com persistência da sintomatologia neurológica, particularmente a hipertonia, apresentaram melhora clínica discreta e recuperação parcial de movimentos do membro superior. A quantificação clínica de sinais neurológicos utilizada no presente estudo, tornou possível registrar as modificações mais importantes ocorridas durante a evolução dos 88 pacientes. Este critério permitiu destacar quantitativamente a regressão espontânea da sintomatologia e a determinação do nível crítico de estabilização (platô). A análise dos dados fornecidos pelos dois grupos estudados permitiu concluir que: o ponto crítico de regressão da sintomatologia e recuperação da motricidade voluntária ocorre em média, 70 dias após ter-se instalado a hemiplegia; o cômputo médio de 256 pontos, que foi obtido 70 dias após a instalação da hemiplegia, representa o nível crítico de estabilização; embora a precocidade de aparecimento de movimentos iniciais logo após a instalação da hemiplegia seja dado importante para o prognóstico, o autor acredita ser de capital importância a caracterização dos tipos de movimentos iniciais. Levando em conta os tipos de movimentos iniciais o autor observou que, quando nos pacientes com hemiplegia após AVC, os movimentos de flexo-extensão e oponência do polegar aparecem precocemente de forma isolada ou associada a movimentos da articulação proximal (ombro), ou central (cotovelo) é de esperar melhor prognóstico do que nos pacientes cujo movimento inicial é representado por flexão do cotovelo e/ou flexão-adução do braço.


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