São relatados os casos de dois pacientes sofredores de dores crônicas (um com gota e outro com lombalgia), que desenvolveram o vício pelo dextro-propo-xifeno, administrado por via intramuscular. Isto determinou alterações importantes na musculatura onde eram aplicado as injeções, com endurecimento da pele, edema e diminuição da mobilidade do membro afetado. A investigação revelou miopatia crônica, com intensa fibrose do tecido conjuntivo perimisial e endomisial, com infiltração por células linfomonocitárias; havia também atrofia de fibras musculares nas regiões próximas e fibrose com atividade muito aumentada para a fosfatase alcalina no local das lesões. Eletromiografia em um dos casos sugeria denervação e, no outro, envolvimento muscular primário. A retirada da medicação determinou regressão dos sintomas e sinais, mas o retorno de ambos os pacientes ao hábito, fêz recrudescer o processo. São discutidos os achados clínico-patológicos comparando com outras medicação e agressões físicas que acometendo o tecido muscular, acabam levando o musculo à fibrose. Possivelmente as injeções intramusculares repetidas, a irritação pelo cloridrato de dextro-propoxifeno e a redução da drenagem linfática sejam as causas dos sintomas e alterações patológicas.