O potencial evocado visual por padrão reverso, obtido por padrões de 14' e 28', foi analisado retrospectivamente em 28 pacientes com diagnóstico de esclerose múltipla definida. Observamos respostas anormais em 27/28 (96,4%) pacientes, em 31/36 (86%) dos olhos considerados sintomáticos e em 16/20 (80%) dos ollhos assintomáticos. Classificando os achados em cada olho segundo as respostas obtidas aos dois estímulos, observamos uma possível relação entre essa classificação e a gravidade de comprometimento visual pela doença. Detectamos em alguns olhos anormalidades isoladas do N75 e também de P100 apenas à estimulação de 28'. Dessa forma, a técnica empregada foi considerada sensível e pôde definir inclusive comprometimento visual subclínico. Entretanto, não teve sensibilidade absoluta para detectar anormalidades em alguns olhos sintomáticos. O tipo de resposta aos estímulos empregados pode sugerir o grau de extensão de envolvimento do sistema visual pela doença. Os achados mostram ainda o envolvimento irregular e predominante das fibras mais centrais da visão pela esclerose múltipla, e sugerem processadores neurais distintos e paralelos para as respostas aos dois padrões utilizados.
potencial evocado visual; esclerose múltipla