A influência de fatores pessoais, culturais e afetivos e das caracterísrticas das neoplasias na ocorrência e expressão do sintoma álgico de 92 doentes com doença oncológica avançada foi avaliada através de escalas e inventários adaptados para a língua portuguesa. Havia dor, em geral moderada ou intensa, durante a semana anterior à entrevista em 62,0% dos casos. A duração média do quadro álgico foi 10 meses. Havia maior proporção de doentes com neoplasia do segmento cabeça e pescoço no grupo com dor, do que sem dor. Concepções culturais errôneas sobre o controle da dor no câncer e de que doentes recebiam remédios em demasia se correlacionaram à dor de maior intensidade (p<0,05). Os indivíduos com dor apresentaram escores de depressão significativamente mais elevados (p<0,05). Doentes com mais altos escores de depressão tiveram experiência dor de maior intensidade (p<0,05).
dor crônica; dor oncológica; depressão; aspectos culturais