Baseados no que observamos em cinco pessoas hígidas, fazemos uma revisão das principais teorias a respeito dos sonhos e propomos uma explicação unificadora sobre a função cognitiva deles. Classificamos os sonhos considerando seu papel na inibição, estimulação ou criação de estratégias cognitivas em torno de um núcleo emocional. Estas estratégias seriam estocadas e elicitadas subliminarmente por experiências afetivas ou cognitivo-afetivas durante a vigília. Sugerimos que as mudanças de padrão, mais lógico ou mais emocional, durante o sonho baseiam-se numa oscilação de dominância frontal ou límbica durante cada período REM. Observações preliminares mostraram-nos que, durante o período de atividade eletrencefalográfica frontal mais rápida, o despertar elicita impressões de sonhos mais lógicos e menos bizarros mas, se este ocorrer durante períodos de menor ativação frontal, as lembranças elicitadas correspondem a sonhos mais bizarros e portanto cognitivãmente menos elaborados.
sonho; neuropsicologia; eletrencefografia