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Avaliação do funcionamento psicossocial na esclerose múltipla: características psicométricas de quatro medidas de auto-relato

Assessment of psychosocial functioning in multiple sclerosis: psychometric characteristics of four self-report measures

A depressão maior e a subsindrômica são altamente prevalentes na esclerose múltipla (EM). A avaliação do funcionamento psicossocial requer instrumentos psicométricos validados. As medidas de auto-relato oferecem várias vantagens, mas não existe um questionário preciso e válido para diagnosticar os sintomas depressivos na EM. O Inventário de Depressão de Beck (IDB) e o Questionário de Saúde Geral (QSG) foram validados e são amplamente usados no contexto neuropsicológico brasileiro. No IDB sintomas de EM podem ser interpretados como sintomas de depressão. Nós examinamos as propriedades psicométricas do IDB, QSG e dois questionários de auto-relato para fadiga (CPF-MS) e auto-eficácia (MSSE) na EM. Todas as escalas apresentaram exceletentes coeficientes de consistência interna.O IDB e o QSG discriminaram a amostra de EM de um grupo controle. Intercorrelações significativas foram observadas entre os escores nas diversas escalas de auto-relato, mas não entre estas e indicadores tradicionais de déficit neurológico (IA e EDSS). Os sintomas depressivos e a fadiga podem representar uma dimensão de comprometimento neurológica distinta dos déficits físicos e sensoriais. Questionários de auto-relato podem ser úteis no diagnóstico de depressão e sofrimento psíquico, mesmo quando estes não atingem níveis sindrômicos compatíveis com um diagnóstico categorial.

esclerose múltipla; sintomas depressivos; stress; fadiga; auto-eficácia; auto-relato


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