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Alterações do septo interatrial e acidente vascular cerebral isquêmico em adultos jovens

Abnormalities of interatrial septum and ischemic stroke in young people

OBJETIVO: Avaliar a freqüência de forame oval patente (FOP) em pacientes com acidente cerebrovascular isquêmico (AVCI) criptogênico ou de causa definida, investigados com doppler transcraniano (DTC) e ecocardiograma transesofágico. Paralelamente, examinar a validade diagnóstica do primeiro, comparado ao segundo método. MÉTODO: Retrospectivamente, foram estudados 124 pacientes (< 51 anos), vítimas de AVCI, submetidos a DTC e ou ecocardiograma transesofágico. Os pacientes foram classificados em dois grupos: com ou sem AVCI criptogênico. RESULTADOS: Encontramos importante associação entre AVCI criptogênico e FOP (razão de chance de 4,3; IC95% 1,7 -10,7). Foram diagnosticados apenas 5 casos de aneurisma do septo interatrial entre aqueles com FOP, todos classificados como AVCI criptogênico. Tanto a sensibilidade, especificidade e os valores preditivos positivo e negativo exibiram valores superiores a 85%, semelhantes, pelo menos com base nos intervalos de confiança. CONCLUSÃO: Constatamos, pela primeira vez em nosso meio, forte associação entre AVCI criptogênico e FOP. O DTC é importante recurso diagnóstico nesse contexto, já que sua validade foi considerada muito boa, podendo ser útil no rastreamento de fontes emboligênicas, particularmente alterações do septo atrial. Uma investigação minuciosa desses casos se impõe, notadamente pela perspectiva de fechamento do shunt intracardíaco.

forame oval; defeitos do septo interatrial; acidente cerebrovascular; ecocardiografia transesofagiana; ultra-sonografia doppler transcraniana


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