Este artigo analisa o modernismo que se expressa nas restaurações realizadas pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) e o papel seminal do arquiteto Lucio Costa na definição de procedimentos de restauro e na legitimação das hierarquias estabelecidas entre diferentes instâncias técnicas da instituição. Serão analisados procedimentos que naturalizaram o predomínio do valor estético sobre outras possibilidades de atribuição de valor de patrimônio e de tratamento dos vestígios materiais protegidos. As viagens, constituintes das rotinas dos trabalhos de restauração, produziram um vasto acervo documental, como os relatórios de obras, fotografias e correspondência aqui privilegiados. Ao final, serão apontados possíveis caminhos de interpretação dos efeitos de tais práticas na preservação do patrimônio cultural no Brasil.
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; modernismo; universalismo; brasilidade; restauração arquitetônica