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Hipercalciúria idiopática: apresentação de 471 casos

Idiopathic hypercalciuria: presentation of 471 cases

OBJETIVO: analisar a história clínica e evolução de crianças e adolescentes com HI, ressaltando peculiaridades próprias destes pacientes. MÉTODOS: 471 pacientes portadores de HI têm sido acompanhados em regime ambulatorial, sendo submetidos ao protocolo: Rx de abdome, ultra-sonografia de rins e vias urinárias; ionograma, gasometria e bioquímica de sangue; urina de 24 horas para dosagem de cálcio e outros eletrólitos e creatinina; urinálise, urocultura e microscopia de contraste de fase; urina de segunda micção matinal em jejum para dosagem de cálcio e creatinina. RESULTADOS: 56% masculinos e 44% femininos; 56% brancos, 37% não-brancos e 7% sem relato da cor da pele. Ao diagnóstico 6% eram lactentes, 15% pré-escolares, 55% escolares e 24% adolescentes. 47% tinha hematúria associada à dor abdominal, 31% hematúria isolada, 14% dor abdominal isolada, e 8% tinham infecção urinária, enurese noturna, dor suprapúbica ou uretral ou a síndrome miccional com freqüência/urgência e incontinência urinária. A associação de hipercalciúria com litíase do trato urinário foi positiva em 56% dos pacientes. Em 18,5% houve associação com hiperuricosúria e em 8,5% com hipocitratúria. 33% dos pacientes tiveram má evolução com recorrência de nefrolitíase, persistência de hematúria e dor abdominal. CONCLUSÕES: a HI deve ser diagnosticada e tratada criteriosamente com o objetivo de reduzir suas conseqüências como hematúria, dor abdominal, formação de cálculos urinários e as possíveis alterações ósseas. Sinais e sintomas como urgência e incontinência urinárias, dor suprapúbica e enurese noturna podem ter como causa a hiperexcreção renal de cálcio.

hematúria; enurese; incontinência urinária


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