OBJETIVO: analisar o efeito da cisaprida e da fisioterapia respiratória em lactentes chiadores (LC), com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). MÉTODOS: avaliamos, prospectivamente, em 13 LC com DRGE e 12 sem DRGE, a densidade nuclear de tecnécio (99Tc) em 3 topografias esofágicas. Os 2 grupos foram submetidos à investigação clínica, exames laboratoriais, radiológicos e cintilográficos para investigação etiológica da síndrome do LC e DRGE. A técnica fisioterápica denominada aceleração de fluxo expiratório (AFE) foi realizada antes e após tratamento com cisaprida. O tempos totais de RGE(TTRGE), primeiramente durante a cintilografia basal, e em seguida, durante a AFE, foram analisados e somados, para cada topografia esofágica. RESULTADOS: a cisaprida diminuiu o TTRGE, com significância estatística somente no terço superior do esôfago (p < 0,05) e não influenciou o TTRGE durante a AFE. Após tratamento com cisaprida, a AFE causou aumento do TTRGE nas topografias esofágicas média e superior, porém sem significância estatística. Lactentes com DRGE, antes do tratamento com cisaprida, tiveram menor TTRGE em esôfago distal durante a AFE (P < 0,05). Após tratamento com cisaprida, essa significância estatística deixou de existir. Os LC sem DRGE também apresentaram menor TTRGE em esôfago distal durante a AFE (P < 0,05). Os LC com DRGE apresentaram maior TTRGE em esôfago distal (P < 0,05), antes e após tratamento com cisaprida, tanto durante a cintilografia basal como durante a AFE. CONCLUSÃO: a cisaprida foi eficaz na diminuição do TTRGE em LC com doença do RGE, principalmente no terço superior do esôfago. A fisioterapia respiratória, segundo a técnica de AFE, foi potencialmente refluxogênica. Outros estudos são necessários para investigar os efeitos da fisioterapia respiratória segundo posições corporais.
fisioterapia respiratória; síndrome do lactente chiador; refluxo gastroesofágico; cintilografia