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Ganho de peso gestacional e macrossomia em uma coorte de mães e filhos

OBJETIVO: Identificar co-variávies potencialmente associadas à macrossomia, incluindo o ganho de peso gestacional excessivo. MÉTODOS: Foram investigados 230 pares de mães e filhos residentes no município do Rio de Janeiro, Brasil, utilizando-se desenho de coorte. A macrossomia, definida como valores de peso ao nascer >4.000 g, constituiu-se na variável dependente. Os potenciais preditores da macrossomia foram avaliados através de análise estratificada e da técnica de regressão logística não-condicional, que estima a odds ratio (OR) e os respectivos intervalos de confiança (IC 95%). RESULTADOS: A incidência de ganho de peso gestacional excessivo foi de 29,1%, variando de 10% em mulheres com < 20 anos a 63,6% em mulheres que geraram filhos com macrossomia. A incidência geral de macrossomia foi de 4,8%, sendo de 10,4% para os filhos de mulheres com ganho de peso gestacional excessivo e de 2,5% para os filhos de mulheres com ganho de peso gestacional normal. Mulheres com ganho de peso gestacional excessivo e >20 anos apresentaram razão de chance não-ajustada 5,42 vezes maior de ter filhos com macrossomia (IC 95%: 1,11-26,34). Apenas o ganho de peso gestacional excessivo (OR = 5,83, IC 95%: 1,51-22,48) permaneceu associado à macrossomia no modelo final de regressão logística. CONCLUSÕES: Considerando que o ganho de peso gestacional excessivo foi o único preditor associado à macrossomia, é importante que políticas de controle que considerem esse preditor sejam implementadas, evitando desfechos fetais desfavoráveis. Novos estudos, com um elenco maior de preditores e desfechos, devem ser realizados para a confirmação dos resultados.

Macrossomia fetal; peso ao nascer; ganho de peso; gravidez; obesidade; transição epidemiológica


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