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Investigação de disfunção miccional em uma amostra populacional de crianças de 3 a 9 anos

OBJETIVO: Descrever os hábitos miccionais e suas disfunções em uma amostra populacional de crianças de 3 a 9 anos. MÉTODOS: Delineamento transversal, incluindo 580 crianças. Uma amostra probabilística de domicílios da zona urbana da cidade de Pelotas (RS) foi selecionada em múltiplos estágios. Os hábitos miccionais e fecais foram avaliados com o escore de disfunção miccional proposto por Farhat et al. e modificado pela equipe de pesquisa com acréscimo do sintoma freqüência urinária superior a oito vezes ao dia. Os meninos com pontuação maior que oito e as meninas com pontuação maior que cinco foram reavaliados clinicamente, assim como uma subamostra dos demais. RESULTADOS: Os sintomas miccionais mais freqüentes foram noctúria (60,4%), urgência miccional (49,7%) e manobras de contenção (42,1%). A prevalência de enurese foi de 20,1% em meninos e 15,1% em meninas. A prevalência de disfunção miccional pelo escore Farhat et al. foi de 24,2%. A maioria dos sintomas foi mais freqüente entre as meninas e entre crianças mais jovens. As meninas de nível econômico baixo apresentaram maior freqüência de enurese e força para urinar, enquanto que, entre os meninos, a urgência miccional foi mais comum entre os mais pobres. Apenas 10,5% dos pais de crianças com disfunção haviam levado seu filho ao médico por causa dos sintomas. CONCLUSÕES: Os sintomas miccionais apresentam prevalências altas e devem ser investigados ativamente nas consultas de rotina, com perguntas diretas sobre cada sintoma isoladamente, objetivando o diagnóstico de disfunção miccional.

Enurese; treinamento toalete; trato urinário; incontinência urinária; distúrbios miccionais


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