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Triagem auditiva em recém-nascidos internados em UTI neonatal

OBJETIVO: Avaliar a prevalência de alterações auditivas em recém-nascidos internados na unidade de terapia intensiva e cuidados intermediários do serviço de neonatologia do Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, e analisar os fatores de risco associados. MÉTODOS: Foram avaliados 979 recém-nascidos no período de janeiro de 2000 a janeiro de 2003, utilizando-se a audiometria automática de tronco encefálico (AABR), com aparelho ALGO-2e color - Natus. O resultado foi considerado normal quando o recém-nascido apresentou resposta para 35 dBNA bilateralmente. Foi analisada a prevalência de AABR alterada e odds ratio com intervalo de confiança de 95% em análise bivariada. Para identificar os fatores de risco independentes para AABR alterada, foi feita análise múltipla com modelo de regressão logística. RESULTADOS: A prevalência de alteração no AABR foi de 10,2%, sendo 5,3% unilateral e 4,9% bilateral. Pela análise multivariada, observamos que: antecedente familiar (OR = 5,192; p = 0,016), malformação craniofacial (OR = 5,530; p < 0,001), síndrome genética (OR = 4,212; p < 0,001), peso menor que 1.000 g (OR = 3,230; p < 0,001), asfixia (OR = 3,532; p < 0,001), hiperbilirrubinemia (OR = 4,099; p = 0,002) e uso de ventilação mecânica (OR = 1,826; p < 0,031) foram os indicadores que melhor caracterizaram um grupo de risco para perda auditiva. CONCLUSÕES: A prevalência de alteração auditiva pela AABR é elevada. É essencial que todos os recém-nascidos que apresentam fatores de risco associados ou isolados passem por avaliação auditiva nas situações em que não seja possível ter a triagem universal.

Recém-nascido; diagnóstico; perda auditiva


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