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Etiologia de exantema em crianças em uma área endêmica de dengue

OBJETIVO: Estudar a etiologia dos casos de exantema com ou sem febre em crianças atendidas no pronto-socorro de um hospital de uma zona endêmica para dengue. MÉTODOS: No período de 21/09/2001 a 20/09/2002, foram inscritas no estudo 95,9% (71/74) das crianças atendidas no pronto-socorro do Hospital Universitário de Campo Grande (MS) que apresentassem exantema (percentual de recusa de 4,1%). Após preenchimento do protocolo com os dados das crianças, as mesmas foram submetidas a exame físico seguido da coleta de amostras de sangue para realizar hemograma com contagem de plaquetas e sorologias (IgM e IgG); inicialmente para dengue, rubéola e toxoplasmose e, posteriormente, naqueles casos com resultado negativo, realizou-se sorologia para parvovirose, herpes vírus tipo 6 e sarampo. RESULTADOS: O diagnóstico laboratorial foi confirmado através da pesquisa de anticorpo IgM em 88,7% dos casos investigados: dengue (77,5%), herpes vírus tipo 6 (8,4%), parvovirose (2,8%) e diagnóstico inconclusivo em oito pacientes (11,3%). Não foi evidenciada sorologia positiva (IgM) para sarampo, rubéola ou toxoplasmose naquela ocasião. As manifestações clínicas mais freqüentes nos pacientes com dengue foram: febre, prurido, prostração, mialgia e prova do laço positiva. Nos pacientes cujo diagnóstico foi dengue, a prova do laço foi positiva em 58,4% (32/55) dos casos, demonstrando diferença estatisticamente significativa quando comparada com o grupo cujo diagnóstico não foi dengue. CONCLUSÕES: Nas crianças com exantema, dengue pode ser a principal enfermidade causal, atentando-se para a epidemiologia do local. É necessário um controle constante da vigilância epidemiológica e sorológica das doenças exantemáticas.

Exantema; crianças; dengue


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