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Efeito da obesidade na função ventilatória

OBJETIVO: Embora a obesidade tenha sido associada ao comprometimento grave da ventilação, a maior parte da população estudada constitui-se de adultos com obesidade mórbida. Nosso objetivo foi investigar os efeitos da obesidade leve na função ventilatória de pacientes pediátricos. MÉTODOS: Estudo transversal controlado que analisou 80 pacientes (M/F: 35/45) avaliados em nosso ambulatório, com queixa de sobrepeso, sem histórico de asma ou de outras atopias, comparando-os a um grupo controle com 50 crianças de peso normal controladas para a idade e para o sexo. A média de idade dos pacientes foi de 9,7±2,5 anos (7 a 15 anos). Todos os indivíduos foram submetidos a medições antropométricas e à espirometria. A capacidade vital forçada (CVF) e o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) foram usados como medidas da função ventilatória. RESULTADOS: Não houve diferenças significativas nas VEF1%, CVF% e VEF1%/CVF% por grupo de estudo (p > 0,05). Apenas três pacientes tiveram alterações obstrutivas relatadas em seus testes de função pulmonar (dois tiveram alterações moderadamente graves e um teve alterações obstrutivas leves). Não houve correlação entre os parâmetros da função pulmonar e as medidas antropométricas. CONCLUSÃO: Esses dados mostram que os parâmetros do teste da função pulmonar em crianças com obesidade leve foram semelhantes àqueles das crianças com peso normal. As medidas antropométricas não mostraram nenhum efeito significativo nas medições espirométricas das crianças, como ocorreu nos adultos.

Obesidade; função ventilatória; espirometria


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