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Frequência de utilização do serviço público de puericultura e fatores associados

OBJETIVO: Avaliar os fatores sociodemográficos associados à frequência da utilização do serviço de puericultura por famílias de baixo nível socioeconômico. MÉTODOS: Análise transversal de 393 crianças, com idades entre 12 e 16 meses, que participaram de um ensaio de campo randomizado no primeiro ano de vida em um programa de intervenção nutricional. O estudo iniciou nos setores de atendimento do Sistema Único de Saúde da maternidade da cidade de São Leopoldo (RS). As crianças foram avaliadas quanto ao acompanhamento na puericultura e calendário de vacinação. Para análise dos dados utilizou-se teste qui-quadrado de Pearson e razão de prevalência (RP) com respectivo intervalo de confiança de 95% (IC95%). RESULTADOS: A frequência de crianças que não foram levadas regularmente foi de 53,2%. A análise multivariada sugere que os fatores associados à ausência de utilização regular do serviço foram: escolaridade materna < 8 anos (RP 1,32; IC95% 1,02-1,71), estrutura familiar não nuclear (RP 1,32; IC95% 1,10-1,59) e não ser filho único (RP 1,38; IC95% 1,10-1,72). Os motivos relatados para o não acompanhamento da criança na puericultura foram: 66,2% consideraram desnecessário, 21,7% referiram insatisfação com o serviço, 6,05% impossibilidade devido ao emprego e 6,05% outros motivos. CONCLUSÃO: A elevada frequência de crianças que não são levadas para acompanhamento no serviço de puericultura está associada à baixa escolaridade materna e à estrutura familiar, além da percepção de que é desnecessário na ausência de doença da criança.

Atenção à saúde; puericultura; indicadores de saúde


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