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Associação entre desnutrição em crianças moradoras de favelas, estado nutricional materno e fatores socioambientais

OBJETIVO: Investigar a associação da desnutrição em crianças residentes em assentamentos subnormais (favelas) de Maceió (AL) com o estado nutricional materno e as condições socioambientais. MÉTODOS: Estudo transversal, envolvendo amostra probabilística de 2.075 mães (18 a 45 anos) e respectivos filhos (4 meses a 6 anos), moradoras nas favelas da cidade de Maceió (AL). Para escolha dos assentamentos, procedeu-se primeiramente a uma análise de clusters para eleger a região administrativa da cidade de Maceió com menor índice de desenvolvimento humano. Após essa análise, a 7ª Região Administrativa foi a designada para o estudo, com seus 23 assentamentos subnormais. Os dados socioeconômicos, demográficos, antropométricos e de saúde materno-infantil foram coletados através de inquérito domiciliar. A estatística analisou a razão de chances de uma criança ser desnutrida, e a regressão univariada foi usada para verificar quais variáveis maternas estariam associadas a essa desnutrição. RESULTADOS: A desnutrição crônica (-2 desvios padrão/altura por idade) esteve presente em 8,6% das crianças e associou-se com idade e escolaridade materna, tipo de residência, número de cômodos, revestimento de piso, origem da água e baixo peso ao nascer (< 2.500 g) em crianças com idade < 24 meses. Encontrou-se também associação entre desnutrição infantil e baixa estatura materna, que não foi observada para índice de massa corporal. CONCLUSÕES: A alta prevalência de desnutrição infantil observada nesses assentamentos esteve relacionada às condições socioambientais e à baixa estatura das mães, que apresentaram déficit ou excesso de peso.

Nanismo nutricional; obesidade; pobreza


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