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Esteatose hepática em crianças e adolescentes obesos

OBJETIVO: Descrever a frequência de esteatose hepática e da síndrome metabólica em um grupo de crianças e adolescentes obesos. MÉTODO: Estudo descritivo, do tipo série de casos, com 77 pacientes analisados, entre 2 anos e 13 anos e 11 meses de idade, no período de fevereiro a julho de 2007. Obesidade foi definida como índice de massa corporal > P95 para idade e sexo. O diagnóstico de esteatose hepática foi feito por ultrassonografia hepática. A síndrome metabólica foi definida segundo os critérios de Cook et al. modificados. RESULTADOS: Esteatose hepática foi observada em 33/77 pacientes (42,9%), dos quais 25/33 (75,8%) apresentavam a forma leve, e 8/33 (24,2%), a moderada. Nos menores de 10 anos, observou-se apenas a esteatose leve, e a forma moderada foi constatada somente entre os adolescentes. Alterações de aminotransferases foram observadas em 9,1% (3/33) do grupo com esteatose hepática e em 4,9% (2/41) daquele sem esteatose. A média da circunferência abdominal foi de 84,74±2,84 cm nos pacientes com esteatose hepática e 78,24±1,60 cm no grupo sem esteatose (p = 0,04). A síndrome metabólica foi diagnosticada em 27,3% (21/77) dos pacientes obesos, dos quais 47,6% (10/21) tinham esteatose, sendo 60% leve e 40% moderada. CONCLUSÕES: A frequência de esteatose hepática e de síndrome metabólica foi elevada. A associação do maior diâmetro de circunferência abdominal com esteatose hepática chama a atenção para a maior valorização dessa medida na investigação de pacientes obesos.

Obesidade; esteatose hepática; síndrome metabólica; criança; adolescente


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