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Quem são as mulheres que amamentam por 2 anos ou mais?

OBJETIVO: Identificar fatores associados à manutenção do aleitamento materno por 2 anos ou mais. MÉTODOS: Estudo de coorte que acompanhou 151 crianças selecionadas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, do nascimento até a idade de 3 a 5 anos. As mães foram entrevistadas pessoalmente na maternidade, aos 7 e 30 dias após o parto, e quando as crianças tinham entre 3 e 5 anos. As entrevistas aos 60, 120 e 180 dias de vida da criança foram feitas por contato telefônico, sempre que possível. Para testar as associações entre o desfecho (aleitamento materno por 2 anos ou mais) e as variáveis explicativas, utilizou-se regressão de Poisson seguindo modelo hierárquico. RESULTADOS: Mostraram-se associados de forma positiva, com o desfecho: permanência da mãe em casa com a criança nos primeiros 6 meses de vida [risco relativo (RR) = 2,13; intervalo de confiança de 95% (IC95%) 1,12-4,05]; não uso de chupeta (RR = 2,45; IC95% 1,58-3,81); e introdução mais tardia de água e/ou chás e de outros leites na alimentação da criança. Para cada dia a mais sem a introdução desses líquidos, aumentava a probabilidade de a criança ser amamentada por 2 anos ou mais em 0,5% e 0,1%, respectivamente. Coabitação com o pai da criança mostrou associação negativa com o desfecho (RR = 0,61; IC95% 0,37-0,99). CONCLUSÃO: Mãe permanecer em casa com a criança nos primeiros 6 meses de vida, não coabitar com companheiro, não oferecer chupeta e postergar a introdução de água e/ou chás e outros leites na alimentação das crianças são características e comportamentos associados com a manutenção da amamentação por 2 anos ou mais.

Aleitamento materno; desmame; padrões alimentares; nutrição infantil


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