OBJETIVO:
o objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência da ruptura prematura das membranas fetais pré-termo em gestações únicas e sua associação com fatores sociodemográficos maternos e infecções geniturinárias autorreferidas.
MÉTODOS:
estudo transversal de base populacional onde foram incluídas todas as mães dos recém-nascidos dos partos únicos ocorridos no ano de 2010, com peso ao nascer igual ou superior a 500 gramas, residentes no município. As puérperas foram entrevistadas nas duas maternidades da cidade. Foram considerados casos as gestantes que perderam líquido amniótico antes da internação hospitalar e cujo tempo de gestação fosse inferior a 37 semanas. Foi realizada análise estatística por níveis, para controle de fatores de confusão por meio da regressão de Poisson.
RESULTADOS:
das 2.244 mulheres elegíveis para o estudo, 3,1% apresentaram ruptura prematura das membranas fetais pré-termo, a qual foi mais frequente, após ajuste, nas mulheres de menor nível econômico, razão de prevalência (RP) de 1,94, menor escolaridade, RP de 2,43, com idade superior a 29 anos, RP de 2,49 e tabagistas, RP de 2,04. Também esteve relacionada com ameaça de aborto, RP de 1,68, e de trabalho de parto pré-termo, RP de 3,40. Não houve associação com infecção urinária materna ou presença de corrimento genital.
CONCLUSÕES:
o desfecho foi mais frequente nas puérperas com menor escolaridade, mais pobres, mais velhas e tabagistas, assim como naquelas com histórico de ameaça de abortamento e trabalho de parto prematuro. Estes fatores devem ser considerados na sua abordagem preventiva, diagnóstica e terapêutica.
Ruptura prematura de membranas fetais; Prematuro; Condições sociais; Idade materna; Doenças urogenitais femininas