OBJETIVOS:
identificar os padrões de consumo alimentar de adolescentes de escolas públicas do norte de Minas Gerais e testar a associação desses padrões com variáveis socioeconômicas e estado nutricional.
MÉTODOS:
estudo analítico e transversal com amostra aleatória de 474 adolescentes de ambos os sexos, 11 a 17 anos de idade, matriculados do 6º ao 9º ano de escolas públicas municipais da zona urbana de Montes Claros, MG. Os pais forneceram informações demográficas e econômicas. Nas escolas, avaliou-se o estado nutricional dos adolescentes (índice de massa corporal - IMC) e investigou-se seus hábitos alimentares aplicando-se um Questionário de Frequência Alimentar para Adolescentes (QFAA). Com base em 26 categorias de alimentos extraídas do QFAA, aplicou-se uma análise fatorial de componentes principais (ACP) para identificar os padrões alimentares, que foram associados a fatores antropométricos e socioeconômicos por análise de regressão múltipla.
RESULTADOS:
os três padrões alimentares identificados, ''junk food'', ''saudável'' e ''tradicional'', explicaram 23,26%, 6,90% e 5,24% da variabilidade dos dados, respectivamente. Adolescentes com renda familiar per capita superior a 1/2 salário mínimo apresentaram maior chance de aderir ao padrão ''junk food'' (OR = 1,66; IC 95% = 1,07-2,56), enquanto aqueles com excesso de peso possuíram menor chance de aderir ao padrão ''saudável'' (OR = 0,56; IC95% = 0,35-0,91).
CONCLUSÕES:
desvios do padrão alimentar ''saudável'' não estão relacionados à baixa renda, mas sim aos maus hábitos alimentares da população estudada. Adolescentes com sobrepeso não aderiram ao padrão ''saudável'', reforçando a necessidade da implementação de educação nutricional junto aos mesmos.
Adolescentes; Padrões Alimentares; Análise de Componentes Principais