Resumo
Objetivo:
Reunir evidências atuais sobre o uso de fibras no tratamento da constipação funcional em pacientes pediátricos.
Fontes dos dados:
Revisão sistemática com metanálise de estudos identificados por pesquisa nas bases de dados Pubmed, Embase, LILACS e Cochrane publicados até o ano 2016. Critérios de inclusão: estudos controlados randomizados; pacientes com idade entre 1 e 18 anos com diagnóstico de constipação funcional em uso ou não de tratamento medicamentoso para constipação; artigos publicados em língua portuguesa, inglesa, espanhola, francesa e alemã em revistas acessíveis aos pesquisadores.
Síntese dos dados:
Foram encontrados 2.963 artigos na busca e, após avaliação adequada, nove artigos mostraram-se relevantes frente aos objetivos do estudo. Um total de 680 crianças foram incluídas, sendo 45% meninos. Não foi demonstrada significância estatística da frequência evacuatória, da consistência evacuatória, do sucesso terapêutico, da incontinência fecal e da dor abdominal com o uso de fibras nos pacientes com constipação infanto-juvenil. Esses resultados devem ser interpretados com atenção devido à alta heterogeneidade clínica entre os estudos e à limitação metodológica dos artigos analisados.
Conclusões:
Existe uma grande falta de estudos qualificados para avaliar a suplementação de fibras no tratamento da constipação infanto-juvenil, gerando um baixo grau de confiança para se estimar o efeito real dessa intervenção na população em questão. Até esse momento, conforme a literatura atual, deve-se apenas recomendar a ingestão adequada de fibras na constipação funcional, não se podendo prescrever a suplementação de fibras na dieta das crianças e adolescentes constipados.
PALAVRAS-CHAVE
Constipação; Fibra; Metanálise; Crianças; Pré-escolares; Adolescentes